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19 julho 2024
Hub de Descarbonização da Indústria divulga chamada pública para projetos-piloto em transição energética no Brasil
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ONU lançará relatório global sobre segurança alimentar em evento do G20 no Rio de Janeiro
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18 julho 2024
UNOPS apoia ações de desenvolvimento urbano em Belo Horizonte
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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21 agosto 2023
Campanha pela #AmbiçãoClimática
A campanha apoia os jovens, influenciadores digitais e a sociedade civil a promover evidências científicas sobre a #MudançaClimática e participar em iniciativas globais relacionadas à #AçãoClimática.
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24 julho 2023
#PrometoPausar: Combata a desinformação nas redes sociais
Um simples compartilhamento pode ter consequências graves.
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Notícias
01 julho 2024
ONU alerta: o mundo não está cumprindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Faltando apenas seis anos para o fim do prazo, o progresso atual está muito aquém do que é necessário para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Sem investimentos maciços e ações em escala, o cumprimento dos ODS - o projeto para um mundo mais resiliente e próspero e o caminho para sair das atuais crises globais - permanecerá indefinida, adverte o Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024, lançado na sexta-feira (28 de junho).Um mundo em grande agitaçãoO relatório revela que apenas 17% das metas dos ODS estão atualmente na direção correta para serem cumpridas, sendo que quase metade apresenta progresso mínimo ou moderado e mais de um terço está estagnado ou regredindo. Os impactos persistentes da pandemia da COVID-19, a escalada de conflitos, as tensões geopolíticas e o crescente caos climático prejudicaram gravemente o progresso.De acordo com o relatório, mais 23 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza extrema e mais de 100 milhões de pessoas estavam sofrendo de fome em 2022 em comparação com 2019. O número de mortes de civis em conflitos armados disparou em 2023. Esse ano também foi o mais quente já registrado, com as temperaturas globais se aproximando do limite crítico de 1,5°C.Um momento de escolha e consequência"Este relatório destaca a necessidade urgente de uma cooperação internacional mais forte e mais eficaz para maximizar o progresso a partir de agora", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. "Faltando mais de seis anos, não podemos deixar de cumprir a nossa promessa para 2030 de acabar com a pobreza, proteger o planeta e não deixar ninguém para trás."Prioridades urgentes:Financiamento do desenvolvimento: A lacuna de investimento dos ODS nos países em desenvolvimento agora é de US$ 4 trilhões por ano. Os países em desenvolvimento precisam de mais recursos financeiros e espaço fiscal. A reforma da arquitetura financeira global é fundamental para liberar o volume de financiamento necessário para estimular o desenvolvimento sustentável.Paz e segurança: O número de pessoas deslocadas à força atingiu um nível sem precedentes, quase 120 milhões até maio de 2024. As mortes de civis aumentaram em 72% entre 2022 e 2023 em meio à escalada da violência, destacando a necessidade urgente de paz. É essencial resolver os conflitos em andamento por meio do diálogo e da diplomacia.Aceleração da implementação: São necessários investimentos maciços e parcerias eficazes para promover transições críticas em alimentos, energia, proteção social, conectividade digital e muito mais.Histórias de sucesso e oportunidades de açãoO relatório destaca exemplos de sucesso e resiliência que podem ser aproveitados por meio de ações decisivas.Os notáveis avanços recentes na implantação de energia renovável, por exemplo, destacam um caminho claro para uma transição energética justa. Na maioria das regiões, meninas alcançaram a paridade e até mesmo passaram à frente dos meninos na conclusão da escolaridade em todos os níveis. O aumento do acesso à Internet em cerca de 70% em apenas oito anos também ilustra como é possível uma rápida mudança transformadora. Da mesma forma, décadas de progresso contra o HIV/AIDS fornecem um modelo para a superação de outras pandemias por meio da solidariedade global e do financiamento de avanços científicos."Repetidas vezes, a humanidade demonstrou que, quando trabalhamos juntos e aplicamos nossa mente coletiva, podemos criar soluções para problemas aparentemente intratáveis", disse Li Junhua, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais.Momentos-chave para os ODSA Cúpula do Futuro, que acontecerá nos dias 22 e 23 de setembro na sede da ONU em Nova Iorque, será fundamental para colocar o mundo de volta no caminho certo para alcançar os ODS. As deliberações na Cúpula incluirão a crise da dívida que está impedindo o avanço de tantos países em desenvolvimento e a necessidade urgente de reforma da arquitetura financeira internacional.De acordo com o relatório, tanto a Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento quanto a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social em 2025 serão momentos importantes para impulsionar os ODS. Mas, como o Sr. Li enfatizou: "O tempo das palavras já passou - as declarações políticas devem se traduzir urgentemente em ações. Precisamos agir agora e com ousadia".Principais conclusões:Pela primeira vez neste século, o crescimento do PIB per capita em metade das nações mais vulneráveis do mundo é mais lento do que o das economias avançadas.Quase 60% dos países enfrentaram preços de alimentos moderadamente a anormalmente altos em 2022.Com base nos dados coletados em 2022 em 120 países, 55% dos países não tinham leis de não discriminação que proibissem a discriminação direta e indireta contra as mulheres.O aumento do acesso ao tratamento evitou 20,8 milhões de mortes relacionadas à AIDS nas últimas três décadas.O progresso na educação continua sendo motivo de grande preocupação, com apenas 58% dos estudantes em todo o mundo atingindo a proficiência mínima em leitura ao final do ensino fundamental.O desemprego global atingiu o mínimo histórico de 5% em 2023, mas ainda há obstáculos persistentes para a obtenção de trabalho decente.A capacidade global de gerar eletricidade a partir de energia renovável começou a se expandir em uma taxa sem precedentes, crescendo 8,1% ao ano nos últimos cinco anos.A banda larga móvel (3G ou superior) é acessível a 95% da população mundial, em comparação com 78% em 2015.As altas temperaturas recordes dos oceanos provocaram um quarto evento global de branqueamento de corais.Os níveis da dívida externa permaneceram altos, sem precedentes, nos países em desenvolvimento. Cerca de 60% dos países de baixa renda estão sob alto risco de endividamento ou já estão passando por isso.Para obter mais informações, acesse: https://unstats.un.org/sdgs/report/2024
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24 junho 2024
ONU lança Princípios Globais para a Integridade da Informação
O mundo precisa responder aos danos causados pela disseminação de ódio e mentiras online e, ao mesmo tempo, defender com firmeza os direitos humanos, disse hoje o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no lançamento dos Princípios Globais das Nações Unidas para a Integridade da Informação.Falando um ano após o lançamento de seu Informe sobre Integridade da Informação em Plataformas Digitais (disponível em português), o secretário-geral apresentou um arcabouço para coordenar ação internacional a fim de tornar os espaços de informação mais seguros e mais humanos, uma das tarefas mais urgentes de nosso tempo.A desinformação, circulação de informações falsas, o discurso de ódio e outros riscos ao ecossistema de informações estão alimentando conflitos, ameaçando a democracia e os direitos humanos e prejudicando a saúde pública e a ação climática. Sua proliferação está agora sendo potencializada pelo rápido crescimento da Inteligência Artificial (IA) amplamente disponível, aumentando a ameaça a grupos frequentemente atacados em espaços de informação, inclusive crianças."Os Princípios Globais das Nações Unidas para a Integridade da Informação visam capacitar as pessoas a exigir seus direitos", disse o secretário-geral. "Em um momento em que bilhões de pessoas estão expostas a falsas narrativas, distorções e mentiras, esses princípios estabelecem um caminho claro, firmemente baseado nos direitos humanos, incluindo os direitos à liberdade de expressão e opinião".O chefe da ONU fez um apelo urgente aos governos, às empresas de tecnologia, aos anunciantes e ao setor de relações públicas que assumam a responsabilidade pela disseminação e monetização de conteúdo que resultam em danos.As próprias missões, operações e prioridades das Nações Unidas são comprometidas pela erosão da integridade das informações, incluindo esforços vitais de manutenção da paz e humanitários. Em uma pesquisa global com funcionários da ONU, 80% das pessoas entrevistadas disseram que as informações falsas colocam em risco elas e as comunidades que atendem.Os Princípios são o resultado de amplas consultas com os Estados-membros, o setor privado, lideranças jovens, mídia, academia e sociedade civil.As recomendações contidas no documento foram criadas para promover espaços de informação mais saudáveis e seguros que defendam os direitos humanos, sociedades pacíficas e um futuro sustentável.As propostas afirmam que:Governos, empresas de tecnologia, anunciantes, mídia e outras partes interessadas devem se abster de usar, apoiar ou ampliar a desinformação e o discurso de ódio para qualquer finalidade.Os governos devem fornecer acesso rápido às informações, garantir as condições para uma imprensa livre, viável, independente e plural e proteções sólidas para jornalistas, pesquisadores e a sociedade civil.As empresas de tecnologia devem garantir a segurança e a privacidade desde a concepção de todos os produtos, juntamente com aplicação consistente de políticas e recursos em todos os países e idiomas, com especial atenção às necessidades dos grupos que costumam ser alvo de ataques online. Elas devem elevar a resposta a crises e tomar medidas para apoiar a integridade das informações nas eleições.Todas as partes interessadas envolvidas no desenvolvimento de tecnologias de IA devem tomar medidas urgentes, imediatas, inclusivas e transparentes para garantir que todos os aplicativos de IA sejam projetados, implantados e sejam usados de forma segura, responsável e ética, e que respeitem os direitos humanos.As empresas de tecnologia devem definir modelos de negócios que não dependam de publicidade programática e não priorizem o engajamento acima dos direitos humanos, da privacidade e da segurança, permitindo aos usuários maior escolha e controle sobre sua experiência on-line e dados pessoais.Os anunciantes devem exigir transparência nos processos de publicidade digital do setor de tecnologia para ajudar a garantir que os orçamentos de publicidade não financiem inadvertidamente a desinformação, o ódio ou direitos humanos.As empresas de tecnologia e os desenvolvedores de IA devem garantir uma transparência significativa e permitir que pesquisadores e acadêmicos o acesso aos dados, respeitando a privacidade do usuário, encomendar auditorias independentes disponíveis ao público e co-desenvolver estruturas de responsabilidade do setor.O governo, as empresas de tecnologia, os desenvolvedores de IA e os anunciantes devem tomar medidas especiais para proteger e capacitar as crianças, com os governos fornecendo recursos para pais, responsáveis e educadores.HistóricoOs Princípios Globais das Nações Unidas para a Integridade da Informação resultam de uma proposta da Nossa Agenda Comum, o relatório do secretário-geral de 2021 que delineia uma visão para a futura cooperação global e ação multilateral.Os Princípios fornecem um recurso para os Estados-membros antes da Cúpula do Futuro, em setembro.Os Princípios Globais para Integridade da Informação estão disponíveis em: https://www.un.org/informationintegrity Contatos para a imprensa: Charlotte Scaddan, Departamento de Comunicações Globais da ONU: scaddan@un.orgVikram Sura, Departamento de Comunicações Globais da ONU: sura@un.org
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06 junho 2024
Alerta de fraude: ONU reforça aviso sobre contatos falsos usando o nome da Organização
Nesta quarta-feira (5), a ONU reforça seu alerta sobre o uso do nome da Organização por parte de fraudadores e estelionatários. De janeiro a maio deste ano, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) recebeu mais de 900 consultas sobre e-mails falsos – uma média de 6 por dia. Em 2023, foram mais de 2000 pedidos de informação.O golpe mais recorrente envolve pessoas que se apresentam como militares e/ou médicos a serviço da ONU e solicitam pagamento de taxas para liberação de férias e/ou retorno ao país de origem.Orientações da ONU: A ONU recomenda que os destinatários de mensagens fraudulentas ou suspeitas ajam com extrema cautela e não respondam a pedidos de transferências de dinheiro, em qualquer moeda, nem forneçam informações pessoais. Transferências de fundos ou fornecimento de informações pessoais podem acarretar prejuízos financeiros ou roubos de identidade.As Nações Unidas informam que prêmios, recursos, certificados ou bolsas acadêmicas não são oferecidos pela internet ou por telefone. A Organização alerta também que nunca pede informações sobre contas bancárias ou dados pessoais de indivíduos.Alguns dos principais tipos de golpes e fraudes incluem:Golpe das férias: Por meio de mensagens, pessoas se identificam como servidores de um Estado-membro atuando em Forças de Paz e pedem dinheiro para ter direito a férias. A ONU esclarece que as solicitações de férias são feitas eletronicamente e sem custos para os seus funcionários. Golpe do noivo: Estelionatários entram em contato com as vítimas pelas redes sociais e/ou e-mail se apresentando como funcionários da ONU em países em situações de conflito armado, tragédia humanitária e/ou desastres naturais. Os fraudadores solicitam dados bancários, transferências bancárias ou Pix para poder viajar e encontrar suas noivas/noivos no Brasil. Os estelionatários utilizam fotos e nomes de funcionários da organização. Falsificam e-mails e documentos utilizando a logo da organização.Golpe do prêmio: Há também quem se identifique como funcionário da ONU pedindo dados pessoais para liberação de um suposto prêmio em dinheiro.Golpe do embaixador: Fraudadores se identificam como embaixadores ou apoiadores de alto nível da ONU, e utilizam tal denominação para solicitar dados pessoais e/ou bancários para eventual cadastro e/ou premiações. Muitos fraudadores que se dizem embaixadores da ONU, fazem visitas presenciais portando crachás falsos. A ONU esclarece que seus Embaixadores da Boa Vontade não estabelecem contato pelas redes sociais. Verifique, por favor, a lista de Embaixadores da ONU nesta página. Golpe da casa: Chamamos também a atenção para golpes que se referem à construção de casas ou outras benfeitorias por entidades ligadas às Nações Unidas. Verifique, por favor, a lista de Agências Especializadas, Fundos e Programas na ONU que operam no Brasil, e entre em contato diretamente com a entidade mencionada em qualquer mensagem referente a eventuais projetos em sua cidade, comunidade ou bairro: https://brasil.un.org/pt-br/about/un-entities-in-country.Em caso de suspeita de contato fraudulento:A ONU recomenda que as pessoas não respondam quaisquer contatos suspeitos, via e-mail ou redes sociais, e tomem as seguintes medidas:Classifiquem a mensagem eletrônica como 'spam'. Nas redes sociais, denunciem o usuário seguindo as regras de cada plataforma digital. As vítimas são orientadas a denunciar o incidente em qualquer Delegacia de Polícia ou nas Delegacias de Repressão aos Crimes de Informática, ou fazer um Boletim de Ocorrência online, se o serviço estiver disponível em seu estado. Qualquer pessoa com dúvidas sobre a autenticidade de uma mensagem ou telefonema em nome das Nações Unidas pode enviar um e-mail solicitando esclarecimentos, por meio do “Fale Conosco” da Organização: faleconosco@onu.org.br.Sobre o uso da logomarca das Nações Unidas:Iniciativas fraudulentas frequentemente usam a logomarca da ONU para se beneficiar indevidamente. Uma resolução da Assembleia Geral datada de 7 de dezembro de 1946 determina que o nome e o emblema das Nações Unidas não poderão ser usados sem a devida autorização do secretário-geral.
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História
18 julho 2024
Contando cada voz
“Se eu pudesse escolher onde nascer, escolheria Conceição das Crioulas”. Conceição das Crioulas é o lar de Antônio, que contou sua história ao UNFPA, a agência de saúde sexual e reprodutiva das Nações Unidas. Localizada no sertão de Pernambuco, a aproximadamente 550 km de Recife, a Comunidade Quilombola é onde Antônio Crioulo respirou pela primeira vez e onde vivem sua mãe, irmãos e filhos. É também onde moram cerca de 4.300 outras pessoas que, como o Antônio, se identificam como quilombolas - membros das comunidades negras tradicionais do Brasil, cujos ancestrais sobreviveram ou escaparam da escravidão entre os séculos XVI e XIX.Os afrodescendentes no Brasil há muito tempo lutam contra a discriminação estrutural e suas consequências devastadoras. A taxa de pobreza dos brasileiros negros e pardos era duas vezes maior em 2021 do que a dos brancos, e as mulheres negras enfrentam riscos muito maiores de morrer durante o parto. Enquanto isso, a falta de dados nacionais desagregados sobre as comunidades quilombolas especificamente reforçou e exacerbou sua exclusão social e política.“Não ser contado é tornar-se invisível e, como resultado, não ter acesso a serviços”, disse a diretora-executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, em um comunicado sobre o Dia Mundial da População 2024. “As comunidades mais marginalizadas ainda estão sub-representadas nos dados, e as consequências disso afetam profundamente suas vidas e seu bem-estar”, destacou a diretora.“Para concretizar os direitos e as escolhas das pessoas marginalizadas em nossas sociedades, temos de contá-las – porque todos e todas contam”.Alcançando a inclusãoCerca de oito décadas antes da abolição da escravatura no Brasil, em 1888, a terra que se tornaria a comunidade de Conceição das Crioulas foi adquirida por seis mulheres negras livres, que levantaram os fundos para comprá-la por meio do cultivo de algodão. Hoje, ela está entre os cerca de 6.000 territórios quilombolas em todo o país - muitos dos quais são marcados por índices desproporcionais de pobreza e exclusão.“Uma das principais perdas do processo de escravização é a capacidade de sonhar, de se sentir uma pessoa, de se sentir parte da sociedade”, disse Antônio Crioulo. “O Brasil foi estruturado tendo como base a força da mão de obra do povo negro. Mas nunca houve um reconhecimento por parte do Estado da importância de também promover políticas públicas para esse povo.”Os formuladores de políticas precisam de dados para projetar e implementar iniciativas eficazes para elevar as comunidades e não deixar ninguém para trás. No entanto, durante décadas, as ferramentas de coleta de dados, como o Censo, reuniram pouca ou nenhuma informação sobre as comunidades quilombolas.“Sempre que discutíamos a necessidade de políticas públicas específicas, as autoridades alegavam que não tinham informações suficientes sobre os quilombos para planejá-las”, disse Givânia Maria da Silva, membro fundador da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ). Mas em 2022, tudo mudou: após ampla colaboração entre a CONAQ, o UNFPA e as lideranças quilombolas, o IBGE atualizou a forma de coletar dados do Censo para permitir que as pessoas entrevistadas se autoidentificassem como quilombolas. Pela primeira vez, o Brasil teve uma contagem oficial da população, que é de 1,3 milhão de pessoas. “O Censo é um primeiro passo que destaca a importância dessa ferramenta para garantir que todas as vozes sejam ouvidas”, disse Givânia. “A partir de agora, a narrativa de que 'não sabemos onde estão os quilombos ou como eles funcionam' não é mais válida, porque temos dados concretos que são essenciais para a elaboração de políticas públicas.” O poder de ser contado Os dados são um direito, cujo cumprimento melhora o acesso à saúde, à educação e às oportunidades. Informações específicas sobre a comunidade quilombola do Brasil, inclusive sobre sua faixa etária e proporção de gênero, por exemplo, têm implicações importantes para a elaboração de políticas de saúde pública e de educação. “Sou uma pessoa esperançosa, mas viver em um país historicamente racista e sexista não é fácil. Ambos andam de mãos dadas e afetam diretamente a vida das pessoas negras, especialmente das mulheres negras”, disse Givânia. “Minha esperança é que, dia após dia, possamos ter acesso a mais dados e melhorar nossas políticas públicas para reparar os danos do passado escravagista do país”.Para saber mais, siga @unfpabrasil nas redes e visite a página do UNFPA no Brasil: https://brazil.unfpa.org/pt-br
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![O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contou, pela primeira vez, a população quilombola no Brasil. Foto: ©UNFPA Brasil](https://cdn.statically.io/img/nacoesunidas.org/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-07/UNFPA_Censo_Quilombolas_1.jpg?itok=BLm-ScTO)
História
09 julho 2024
‘Se não conversarmos, não seremos ouvidos como pessoas LGBT’
A maior Parada do Orgulho LGBT do mundo, realizada em São Paulo no mês passado, contou com a presença de aproximadamente 3 milhões de pessoas, com uma participação inédita em sua 28ª edição: um jovem gay iraniano expressou o orgulho de sua liberdade no Brasil no carro de abertura da Parada.“Olá, Brasil. Boa tarde, São Paulo. Eu me chamo Navid e sou gay iraniano. Sou refugiado no Brasil há quatro anos e moro no Brasil com muita liberdade. Há muitos países no mundo onde ser LGBTQUIA+ é crime. Temos que estarmos juntos para garantir nossos direitos, temos que falar por quem não pode se expressar. Obrigado ao ACNUR pelo apoio por estar aqui, eu amo o Brasil”, disse Navid com seu sotaque diferente, mas compressível. Tanto que foi muito aplaudido após sua fala.Navid participou da Parada do Orgulho de SP ao lado de outras pessoas refugiadas e migrantes que vestiram uma camisa que trazia como lema “Direitos LGBTQIA+ são direitos humanos”. O convite à comunidade refugiada e migrante LGBT+ foi feito pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em parceria com a International Financial Corporation (IFC), instituição que é parte do Banco Mundial e trabalha com o ACNUR em projetos voltados para a mobilização do setor privado para a empregabilidade de profissionais refugiados no mercado brasileiro. Navid chegou ao Brasil em novembro de 2019, tendo deixado o Irã sozinho, buscando um país onde pudesse ser quem ele é, sem que isso represente uma ameaça para ele e aos seus familiares. As dificuldades iniciais com o idioma, com a nova cultura e para fazer amizades durante o período da pandemia o fizeram questionar se havia sido uma decisão correta, mas estava certo de que era um caminho sem volta.“Viver onde ser uma pessoa homossexual é um crime não é para mim, assim como não pode ser aceito pela sociedade. A busca pela liberdade fez com que eu pudesse chegar aqui no Brasil e, aos poucos, as dúvidas que eu tinha foram superadas pela certeza de que onde estou hoje é o lugar certo para mim”, disse ao olhar pelo intenso movimento de pessoas que usavam camisas amarelas e adereços de muitas cores que compõem a Parada do Orgulho.Como meio de fundamentar a garantia de seus direitos no Brasil, na semana anterior a Parada Navid foi retirar na Polícia Federal sua carteira de Registro Nacional Migratório, trazendo-lhe ainda mais certeza de que sua decisão de buscar proteção internacional no Brasil estava correta.“Hoje eu posso dormir tranquilo em minha cama, sem o estresse da insegurança que eu sentia no início de minha chegada. Ao conquistar um documento que me garante permanecer no Brasil por um longo período, podendo acessar os serviços que o país me oferece e buscar meios de adquirir novos conhecimentos, meu futuro está garantido”.Navid tem mestrado em gestão hoteleira e planejamento turístico, tendo se formado em Teerã, capital da República do Irã – cidade que considera cosmopolita como São Paulo, que tem muita coisa para fazer, mas sem a liberdade que vivencia na capital paulista. Passado o período crítico da pandemia de Covid-19, ele está empreendendo no Brasil como guia turístico e pretende ampliar seus negócios no segmento de turismo voltado para atender a população LGBTQIA+ de outras nacionalidades que almeja conhecer o Brasil.“Atualmente eu trabalho como guia turístico de pessoas que chegam em São Paulo para conhecer este lado mais colorido da cidade e com isso, contribuo para que diferentes segmentos do comércio e de serviços gerem rendas com os gastos feitos. E a experiência que as pessoas têm ao visitarem o Brasil é incrível”, complementa, orgulhoso de seu trabalho. O acolhimento e as garantias dos direitos que Navid conquistou no Brasil é fruto de um processo construtivo e inclusivo exercido pelo governo brasileiro, mais especificamente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. De acordo com o Representante do ACNUR, Davide Torzilli, o Brasil tem se destacado globalmente na pauta do reconhecimento de pessoas LGBTQIA+ de diferentes nacionalidades.“No ano passado, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) aprovou a adoção de procedimento simplificado para análise de pedidos de refúgio de pessoas LGBTQIA+ provindas de países que aplicam pena de morte ou pena de prisão para essa população. Em março de 2023, o Conare reconheceu essas pessoas como grupo social com temor de perseguição e que merece a proteção do estado brasileiro, representando um ganho efetivo de direitos e proteção no país”, afirma o Representante.Desde a aplicação do procedimento simplificado pelo Conare, há pouco mais de um ano, mais de 40 pessoas foram reconhecidas como refugiadas de sete diferentes nacionalidades em razão de violação dos direitos humanos associados à orientação sexual ou identidade de gênero que sofrem perseguições em seus países de origem. Assim como Navid, muitas delas requerem cuidados específicos em suas chegadas para que, uma vez integradas, possam contribuir para dinamizar as economias locais, trazendo mais receitas para o país e fortalecendo o comércio local.Pessoas refugiadas LGBTQIA+ no Brasil também integram a plataforma Refugiados Empreendedores do ACNUR e ao serem empregadas no setor privado, têm muito a contribuir com inovação, fortalecimento de um ambiente mais inclusivo e por resultados efetivos de negócios engajados com pautas sociais e de inclusão.“Todos nós precisamos entender que a conquista dos direitos das pessoas LGBTQIA+ não se limita aos ganhos para esse grupo, mas sim contribuímos para a sociedade. E uma sociedade inclusiva, aberta e respeitosa é o que faz um país ser o objetivo de vida de muitas pessoas que buscam ser livres e iguais”, conclui Navid ao refletir sobre onde quer viver.O Brasil mostrou-se para ele como sendo uma realidade desta busca por direitos, pela igualdade.Para saber mais, siga @acnurbrasil nas redes e visite a página: https://www.acnur.org/portugues/
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![O refugiado iraniano Navid discursou no trio de abertura da 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo. Foto: ACNUR/Alana Oliveira](https://cdn.statically.io/img/nacoesunidas.org/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-07/2024-06-02-13.jpg?itok=Cdvr6Cfa)
História
05 julho 2024
Jovem refugiado indígena Warao participa de teste no Flamengo no Rio de Janeiro
“Eu quero ser jogador de futebol!” O jovem indígena Greyver Moraleda não tinha completado 10 anos de idade quando dividiu com a família este sonho pela primeira vez.“Eu fiquei olhando para ele, olhando para nossa situação e pensando em como isso seria difícil”, relembra a mãe, Josefina Moraleda, que pertence ao povo Warao. Vivendo no Brasil há seis anos, Josefina e a família vieram da Venezuela para buscar melhores condições de vida. Desde que chegaram, viveram na rua, passaram por abrigos, enfrentaram discriminação e fome. Mas o que parecia uma realidade distante começou a se tornar mais palpável este ano. Foi quando Greyver e Josefina pegaram um avião pela primeira vez para que o pequeno garoto Warao — agora com 13 anos — fizesse um teste no clube do Flamengo, no Rio de Janeiro. “É uma conquista e uma chance muito especial participar dessa seleção”, diz o menino, que foi selecionado após um olheiro do Flamengo tê-lo visto em campo durante um campeonato de escolinhas em Belém. A viagem para o Rio de Janeiro foi concretizada com o apoio do ACNUR, que garantiu alimentação e hospedagem para mãe e filho, e da Azul Linhas Aéreas, que doou as passagens. “Como mãe, estou muito agradecida, de coração, à equipe do ACNUR Brasil. São poucos os indígenas que têm essa oportunidade.” - Josefina Moraleda, mãe de Greyver Os Warao no BrasilHoje, Josefina e Greyver vivem na cidade de Ananindeua, na região metropolitana de Belém (PA). E não são os únicos. Atualmente, há cerca de 11.500 indígenas refugiados vivendo no Brasil. Deste total, os Warao são maioria — há pelo menos 7.500 deles espalhados por vários estados do país. Esse número deu um salto a partir de 2016, quando os deslocamentos da Venezuela para o Brasil se intensificaram. No caso dos Warao, a chegada em território brasileiro quase sempre se dá pelo Norte do país, via estado de Roraima. E de lá, muitas famílias seguem viagem para outros estados, onde existe uma rede de apoio de familiares ou amigos. Hoje, aproximadamente 1.200 indígenas da etnia vivem no Pará, e cerca de 850 estão concentrados na capital Belém e em municípios vizinhos, como Ananindeua.Com escritório na capital paraense, o ACNUR tem um trabalho contínuo de apoio a indígenas refugiados. Após implementar uma Escola de Lideranças Indígenas em 2021, cujos módulos abordaram temas relacionados a direitos e acesso a políticas públicas, a Agência da ONU para Refugiados segue promovendo o fortalecimento comunitário por meio de uma parceria com o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). Um dos frutos deste trabalho foi a criação mais recente do Conselho Warao Ojiduna, uma organização liderada por indígenas e da qual Josefina faz parte.Exemplo em campo e em casaFoi a partir dessas articulações com o ACNUR que Josefina solicitou apoio para que o filho conseguisse ir ao Rio participar do teste no Flamengo. O jovem faz parte de uma escola de futebol que o clube mantém em Ananindeua. E, segundo os treinadores, além do talento em campo, o menino também bate um bolão nos estudos e em casa. “O Greyver é um rapaz muito educado, receptivo, que sabe escutar. É estudioso, respeitador e nunca deu problema algum com os professores”, diz o CEO das escolas do Flamengo em Belém e Ananindeua, Luiz Hass. Foi com esse repertório que Greyver desembarcou no Rio de Janeiro durante o mês de junho, para uma semana de testes no clube carioca. Após cinco dias demonstrando habilidades com a bola, infelizmente ele não foi selecionado. Mas, segundo os treinadores, esse foi apenas o primeiro de outros testes de que provavelmente o jovem participará. “Os jogadores que hoje são famosos passaram por muitos testes antes de serem aprovados em algum time. Isso é super comum. O Cafu, por exemplo, chegou a fazer 14 testes e se tornou, mais tarde, campeão mundial”, diz Luiz. Ao receber o resultado negativo, Greyver teve apenas alguns minutos de tristeza. Logo, a frustração deu lugar à alegria. Em sua passagem pelo Rio de Janeiro, afinal, o jovem indígena conheceu o mar, visitou as dependências do clube do Flamengo — seu time do coração — e ainda fez uma visita especial ao estádio do Maracanã.O adolescente ganhou do Flamengo ingressos para o “Match Day”, uma visita exclusiva ao estádio, em que ele pôde entrar no vestiário do time, conhecer o auditório das coletivas de imprensa e acompanhar de perto a entrada dos jogadores do Flamengo para o jogo.Minutos antes de assistir ao Flamengo jogando e vencendo o Grêmio por 2 a 0 numa partida do Campeonato Brasileiro, Greyver adentrava o campo do estádio com os olhos cheios de lágrimas, para conhecer e tocar com as próprias mãos um dos gramados mais famosos do Brasil. “Acho que eu dei sorte para o Flamengo”, disse ele após o jogo, abrindo um grande sorriso. E se ele pensa em desistir? “Não mesmo!”, avisa, sem hesitar. “Vou continuar correndo atrás do meu sonho.”Para saber mais, siga @acnurbrasil nas redes!
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![Jovem refugiado indígena Warao participa de teste no Flamengo no Rio de Janeiro](https://cdn.statically.io/img/nacoesunidas.org/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-07/Warao%20Flamengo_Bernardo%20Camara-44.jpg?itok=l120qvWL)
História
14 junho 2024
Toda criança consegue aprender
A sensação de Alcilene era de ter fracassado. “Ser reprovada foi uma coisa muito triste para mim, eu achava que a culpa era minha”, contou a estudante de 14 anos, que mora em um distrito rural quilombola em Baraúna, no interior do Rio Grande do Norte. Aos 13 anos, havia sido reprovada no sexto ano, ainda sem ter sido alfabetizada. Ela não sabia ler e não entendia o que os professores e professoras explicavam. “Todo mundo passava, porque sabiam ler e responder as perguntas das provas e eu não sabia. Eu não me interessava em aprender a ler e escrever”. “Se falta interesse (do estudante), os professores, a gestão, a escola e a comunidade escolar estão trabalhando para que esse aluno tenha interesse? A escola está chegando até ele e ela para mostrar que são capazes?”, questiona Anderson Dias, professor de inglês e português na Escola Municipal Manoel de Barros, em Baraúna. “A responsabilidade não se restringe só ao aluno”.Foi Anderson quem notou que Alcilene precisava de apoio adicional. Felizmente, a escola participava do projeto Caminhos de Aprendizagens - Avexadas para Aprender, programa estadual que está sendo implementado em regime de colaboração com os municípios do Rio Grande do Norte, a partir das recomendações da estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, uma iniciativa do UNICEF e parceiros para o enfrentamento da cultura de fracasso escolar no Brasil.Isso significa que o município de Baraúna se fortaleceu para identificar estudantes em atraso escolar de dois ou mais anos e uniu esforços para retomada da aprendizagem para meninas e meninos em situação distorção idade-série. Na prática, gestores municipais participaram de capacitações técnicas realizadas pelo UNICEF e parceiros, criaram uma coordenação municipal específica para o tema, e multiplicaram as capacitações para professores da rede municipal – como na escola onde Alcilene estuda e Anderson dá aulas. Toda criança consegue aprenderO professor lembra com orgulho da trajetória de Alcilene durante o ano de 2023, quando, por orientação da Secretaria de Educação, ela foi matriculada em uma turma especial do Avexadas. “Ela participava de toda a programação da escola e projetos, mas não estava sendo vista como aluna ou como os demais que sabiam ler. Ela não sabia ler, nem escrever, conhecia poucas letras. Se Alcilene ficasse no sexto ano regular, eu tenho certeza de que ela seria reprovada e ficaria mais um ano em atraso escolar”, lembra o professor.Anderson e a escola então começaram a trabalhar com práticas pedagógicas adaptadas à realidade de Alcilene, e ela teve novas opções para avançar na aprendizagem e seguir em frente. “A gente tenta fazer um trabalho que desperte a autoestima, que desperte neles a vontade de aprender, esse acreditar em si mesmo. Que eles conseguem, que eles podem avançar, que eles podem aprender”.A trajetória de Alcilene foi transformada com o esforço conjunto do governo e da comunidade escolar para conhecer a fundo o problema, debater as diversas visões e enfrentar a cultura do fracasso escolar. A escola se constitui em espaço seguro e de acolhimento onde se conheceu, se debateu, se construiu e se reconstruiu conhecimentos sem ameaças ou pré-conceitos, culminando para a recuperação das aprendizagens e avanço nos estudos da adolescente.Sobre o futuro, Alcilene é otimista e repleta de sonhos. Quer ser professora. “Eu vi os professores me ajudando a aprender a ler e senti vontade de ser que nem eles e ajudar outras pessoas também aprender a ler”. Sobre a estratégia Trajetórias de Sucesso EscolarA estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar é uma iniciativa do UNICEF e parceiros para o enfrentamento da cultura de fracasso escolar no Brasil. O objetivo é facilitar um diagnóstico amplo sobre a distorção idade-série e o fracasso escolar no País, e oferecer um conjunto de recomendações para o desenvolvimento de políticas educacionais que promovam o acesso à educação, a permanência na escola e a aprendizagem desses estudantes.A página da estratégia disponibiliza materiais pedagógicos – como as experiências didáticas –, textos, vídeos e dados relativos às taxas de distorção, abandono escolar e reprovação, com recortes por gênero, raça e localidade, que mostram as relações entre o atraso escolar e as desigualdades brasileiras. Para a iniciativa, o UNICEF conta com a parceria do Instituto Claro, Grupo Profarma e Itaú Social.Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://trajetoriaescolar.org.br/
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![A trajetória de Alcilene foi transformada com o esforço conjunto do governo e da comunidade escolar para conhecer a fundo o problema, debater as diversas visões e enfrentar a cultura do fracasso escolar.](https://cdn.statically.io/img/nacoesunidas.org/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-06/DOC-UNICEF-46.jpg?itok=fK2vHaTo)
História
12 junho 2024
“O acesso à água nos permite garantir a saúde das nossas crianças”
Barbelys Rodriguez está no Brasil há quase oito anos. Migrante da Venezuela, ela e sua família iniciaram há dois anos um processo em que nunca imaginariam estar envolvidos antes: o de usar a sua voz para levar a mensagem de valorização e conscientização sobre o uso da água.Foi em uma palestra sobre o uso do hipoclorito de sódio, componente utilizado para realizar o tratamento intradomiciliar da água, que Barbelys conheceu a iniciativa do UNICEF para garantir acesso à água limpa e segura às famílias, como parte do seu programa de Água, Saneamento e Higiene (WASH, na sigla em inglês) – que, em Boa Vista, é implementado pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).O João de Barro, um dos mais recentes bairros criados em Boa Vista, foi o local onde, junto com a sua família, Barbelys conseguiu comprar um terreno para levantar sua casa própria no novo país.A mudança, ocorrida durante a pandemia da COVID-19, trouxe outros desafios além da preocupação com o vírus. O bairro não tinha eletricidade e água naquele momento. Foi diante dessa situação que Barbelys e Rafael, seu esposo, arrecadaram dinheiro para construir um poço. O poço não abastecia só a casa da família, mas também outras três residências onde moram seus filhos, sobrinhos e o único neto.Com o novo poço, a água clara e cristalina logo foi utilizada para beber, cozinhar e para os outros afazeres do dia a dia. O problema parecia estar resolvido, mas uma coisa que Barbelys não sabia era que, sem o tratamento necessário, mesmo a água cristalina não era própria para consumo.Água, Saneamento e Higiene em João de BarroQuando as equipes de monitores do projeto do UNICEF em parceria com a ADRA começaram a aparecer na comunidade, Barbelys conta que eles foram de porta em porta analisar os poços que haviam sido construídos.“Eles me explicaram que, apesar da aparência boa da água, ela não era 100% limpa. Em uma reunião com todos que tinham poço, nos informaram o que precisava ser feito e como isso evitaria doenças para nós e para todas as crianças. Depois disso, pediram permissão para instalar os cloradores, que tratam a água para consumo”, destacou. Os cloradores auxiliam na desinfecção da água, reduzindo o risco de exposição a doenças. No João de Barro, o UNICEF, em parceria com a ADRA, trabalha aplicando diagnósticos sobre o acesso a água e a serviços de saneamento em moradias. É a partir desse trabalho que nascem as ações para a garantia de acesso à água potável, como a instalação de cloradores, doação de insumos para tratamento da água, cadastro dos poços usados pelas comunidades, monitoramento da qualidade de água, treinamentos para a realização do tratamento de água e realização de atividades sobre a importância do consumo de água tratada para a promoção da saúde e a prevenção de doenças.Esse trabalho é feito em integração com os serviços públicos. Em 2023, o UNICEF firmou uma parceria com o Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua) de Boa Vista, para a realização de cadastros de poços feitos pelas comunidades, realização do monitoramento da qualidade da água e ações de educação em saúde sobre a importância do consumo de água tratada para prevenção de doenças, incluindo práticas de higiene e limpeza.Já em parceria com a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (CAER) e a Associação de Moradores do João de Barro, foi feito um mapeamento de pontos do bairro que ainda não eram atendidos pela rede pública de água e saneamento, que, agora, orientadas pela companhia, aguardam a ligação com a rede pública. Além disso, são realizadas rodas de conversa com a população, onde são compartilhadas informações, por exemplo, sobre a tarifa social, a que moradores de baixa renda devem ter acesso.Barbelys recorda que antes das atividades de água e saneamento na região, muitas crianças e adolescentes eram acometidos por diarreia.“Ouvíamos que os céus estavam castigando os mais jovens. Depois da instalação dos cloradores nos poços existentes e das atividades sobre o tratamento da água, não ouvimos mais isso, porque as crianças estão bem e consumindo água de qualidade. O acesso à água nos permite garantir a saúde das nossas crianças”, ressaltou Barbelys, com um sorriso no rosto.As informações que as equipes de Água, Saneamento e Higiene levaram à comunidade não só promoveram a saúde, mas também foram responsáveis por acender uma chama interna. A família de Barbelys se colocou em uma posição de liderança que logo foi reforçada pela confiança depositada pelos vizinhos. Ela e seus familiares atuam hoje no João de Barro como agentes transformadores. Seu sobrinho de 15 anos, Alexis Manuel, se intitula como “guardião do poço”. “Quando faltava água era difícil. Eu não podia tomar banho, nem ir para a escola. Estou aqui para cuidar que ninguém deixe a torneira aberta ou desperdice a água, porque ela é preciosa. Eu bebo dessa água, meus alimentos são lavados e preparados com ela e precisamos cuidar para que todos usem com sabedoria”, diz o jovem.Com tudo isso, em alguns meses a família de Barbelys deixou de abastecer apenas as suas casas e passaram a fornecer água para outras 20 famílias da comunidade.A estratégia do UNICEF conta com o apoio financeiro do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/t%C3%B3picos/%C3%A1gua-saneamento-e-higiene
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![A busca por uma fonte de água limpa e segura para a família levou Barbelys a exercer um papel central na sua comunidade em Boa Vista, Roraima.](https://cdn.statically.io/img/nacoesunidas.org/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-06/UNICEF_KAT0369.jpg?itok=SErOIqSb)
Notícias
16 julho 2024
ONU lançará relatório global sobre segurança alimentar em evento do G20 no Rio de Janeiro
A FAO e seus parceiros da ONU (FIDA, PMA, OMS e UNICEF) lançarão a edição de 2024 do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI)”, em um evento especial às margens da Reunião Ministerial da Força-Tarefa da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza do G20, no Rio de Janeiro, no dia 24 de julho de 2024. O SOFI 2024 apresentará as atualizações mais recentes sobre fome, segurança alimentar e nutrição ao redor do mundo, incluindo estimativas atualizadas sobre o custo e a acessibilidade de dietas saudáveis. O tema do relatório “Financiamento para acabar com a fome, a insegurança alimentar e todas as formas de desnutrição” explora os níveis atuais e as lacunas de financiamento para a segurança alimentar e nutrição e fornece orientações sobre opções de financiamento inovadoras para enfrentar os principais fatores que causam a insegurança alimentar e a desnutrição, bem como aborda a transformação dos sistemas agroalimentares necessária para libertar o mundo da fome, da insegurança alimentar e da desnutrição em todas as suas formas até 2030. O evento de lançamento contará com a participação de (na ordem dos palestrantes): António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas (mensagem em vídeo) Claudia Sheinbaum, Presidente Eleita, México (a confirmar) QU Dongyu, Diretor-Geral, FAO Alvaro Lario, Presidente, FIDA Catherine Russell, Diretora Executiva, UNICEF Cindy McCain, Diretora Executiva, PMATedros Adhanom, Diretor-Geral, OMSWellington Dias, Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Brasil Máximo Torero Cullen, Economista-Chefe, FAOO evento incluirá uma apresentação técnica, bem como uma sessão de perguntas e respostas. O evento estará disponível para acompanhamento na Webcast da FAO: https://www.fao.org/webcast/home/en/ Edições anteriores do SOFI estão disponíveis em inglês e espanhol no Portal de Conhecimento da FAO. Contatos para imprensa: FAO Newsroom, Roma, Itália: FAO-Newsroom@fao.org Luiza Olmedo, FAO Brasil: luiza.olmedo@fao.org e +55 (61) 991652584 NOTA PARA EDITORESMateriais sob embargo, fotos, clipes de áudio, material de vídeo e b-roll, e entrevistas com especialistas da FAO estarão disponíveis mediante solicitação. Por favor, contate: FAO-newsroom@fao.org
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19 julho 2024
Hub de Descarbonização da Indústria divulga chamada pública para projetos-piloto em transição energética no Brasil
A Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) abriu uma chamada pública para a seleção de projetos-piloto focados em transição energética no Brasil.A convocação faz parte do Programa Accelerate-to-Demonstrate (A2D), que é implementado pela UNIDO em parceria com o governo britânico, e atua para acelerar a comercialização de soluções inovadoras de energia limpa em países em desenvolvimento.A chamada pública do A2D conta com o apoio do Hub de Descarbonização da Indústria (ID Hub), uma plataforma coorganizada pelo Brasil e Reino Unido para mobilizar investimentos internacionais em descarbonização, com coordenação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A UNIDO lidera o Secretariado do ID Hub.Empresas e instituições interessadas em participar devem apresentar projetos-piloto com o potencial de escalabilidade a nível nacional e internacional, especialmente em outros países em desenvolvimento. O foco deve ser em quatro áreas temáticas de transição para energia limpa:Descarbonização industrialMinerais críticosHidrogênio limpoEnergia inteligente (digitalização)A seleção vai até 19 de agosto de 2024 às 11h (horário de Brasília). Os projetos selecionados poderão contar com investimentos entre £1 milhão e £5 milhões (cerca de R$ 7 milhões a R$ 36 milhões).Para mais informações sobre a chamada do Programa A2D, incluindo os critérios de elegibilidade e o processo de aplicação, visite o Portal da UNIDO (evento número 7000007043): https://www.unido.org/get-involved-procurement/procurement-opportunitiesDúvidas relacionadas ao chamado do A2D devem ser direcionadas à UNIDO: office.brazil@unido.org Clique aqui para se inscrever na lista de e-mails de parceiros do A2D e receber as notícias sobre o programa.
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18 julho 2024
Desafio dos ODS mobiliza mais de 500 participantes de 86 cidades do Rio de Janeiro
Como incentivar soluções inovadoras para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nas cidades fluminenses? Foi em busca dessa meta que mais de 500 pessoas de 80 municípios do Rio de Janeiro participaram da Jornada do Desafio dos ODS. Ao longo de 13 encontros realizados entre junho e julho, o Governo do Estado do Rio de Janeiro e o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) mobilizaram as cidades para promover iniciativas vinculadas à Agenda 2030, encerrando o ciclo com Petrópolis, nesta terça-feira (16).O Desafio dos ODS integra a iniciativa Rio Inclusivo e Sustentável, parceria do Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, junto ao ONU-Habitat. Durante as oficinas, gestores e técnicos municipais e membros dos comitês de bacias hidrográficas refletiram sobre iniciativas que promovem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em suas cidades. A ideia é mobilizar os participantes a inscrever projetos e ações no Desafio dos ODS, que vai premiar as melhores iniciativas durante o G20. As inscrições estão abertas até o dia 29 de julho pela página: https://www.redus.org.br/desafio-dos-ods. "O Estado vem trabalhando para cumprir as metas da Agenda 2030, e os municípios têm papel fundamental neste contexto. Este projeto traz a expertise do ONU-Habitat para perto dos gestores, e representa um passo importante para a construção de um futuro melhor para a população do nosso estado. É uma satisfação percebermos o interesse dos municípios e o envolvimento com o projeto. Gestores, técnicos e membros dos comitês de bacias trazem informações valiosas sobre a realidade local e os desafios específicos de cada região, permitindo um verdadeiro intercâmbio de conhecimento, que certamente resultará em projetos e ações diferenciadas”, afirmou o secretário de Estado de Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, durante a última oficina, em Petrópolis.Para a coordenadora de programas do ONU-Habitat, Leta Vieira, os encontros foram espaços valiosos de intercâmbio de conhecimentos e aprendizados. “As oficinas são de extrema relevância para engajarmos os municípios na pauta dos ODS, conhecendo o que já está sendo feito nas diferentes regiões do estado para o alcance das metas da Agenda 2030," explica. "Além de levarmos o conhecimento e metodologias do ONU-Habitat, promovemos diálogos regionais, integrando municípios, comitês de bacias hidrográficas, Governo do Estado e ONU”.Mobilização regionalOs encontros foram divididos por região hidrográfica, com a presença de 86 dos 92 municípios do Rio de Janeiro. A jornada iniciou no dia 10 junho, em Duque de Caxias. Na sequência, as oficinas passaram pelos seguintes municípios: ResendeParaíba do SulAngra dos ReisMangaratibaParacambiSão João da BarraPorciúncula, MacaéNova FriburgoSão GonçaloCabo FrioPetrópolisAs oficinas foram divididas em dois momentos: uma apresentação sobre a Agenda 2030, a Nova Agenda Urbana, e o Desafio dos ODS, seguida por uma dinâmica sobre a metodologia de Revisão Local Voluntária, que visa localizar e priorizar os ODS nos territórios. Depois de identificar boas práticas de cada município, os participantes apresentaram as ações vinculando-as a diferentes ODS. Para a presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica Macaé e das Ostras, Maria Inês Ferreira, a iniciativa é de grande relevância para o desenvolvimento sustentável e integrado do estado do Rio de Janeiro. “Temos a esperança de que a identificação e territorialização dos ODS na nossa região hidrográfica e no estado realmente venha acontecer. Sabemos que os ODS são ousados quando preconizam não deixar ninguém para trás e trazer prosperidade em diversos campos da vida no planeta. Então, quanto mais articulação houver, mais factível será de alcançarmos as metas propostas no documento”, avalia a presidente, que participou da oficina em Macaé.Etapas seguintesO Desafio dos ODS tem como objetivo acelerar a busca de soluções criativas para problemas municipais críticos associados ao alcance dos ODS e ao aprimoramento das políticas locais. Depois da Jornada, a próxima etapa do Desafio é o Laboratório Virtual, uma série de encontros virtuais para abordar temas como mudanças do clima, resiliência urbana, redução de riscos de desastres, localização dos ODS e G20. Os encontros serão realizados entre agosto e outubro, de forma online e exclusivos para os representantes dos municípios e comitês de bacias hidrográficas inscritos.O terceiro e último ciclo do Desafio dos ODS será o Concurso de Boas Práticas, que vai premiar as iniciativas com maior destaque para a contribuição da implementação da Agenda 2030. Quatro municípios e um comitê de bacia hidrográfica serão premiados, e todas as iniciativas e participantes serão certificados. A cerimônia de premiação será realizada durante o G20 Social, evento que reúne representantes dos países com as maiores economias do mundo e bancos mundiais, que neste ano será realizado na cidade do Rio de Janeiro.Nesta edição do Desafio dos ODS, as propostas de boas práticas devem estar vinculadas de modo prioritário aos seguintes Objetivos: ODS 6: Água Potável e SaneamentoODS 11: Cidades e Comunidades SustentáveisODS 13: Ação Contra a Mudança Global do ClimaODS 14: Vida na ÁguaAlém disso, de modo transversal, as boas práticas devem considerar o ODS 1 (Erradicação da Pobreza), ODS 5 (Igualdade de Gênero), ODS 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes) e ODS 17 (Parcerias e Meios de Implementação).Para saber mais sobre o Desafio dos ODS, visite a página da iniciativa: https://www.redus.org.br/desafio-dos-odsFique por dentro de outras ações do Rio Inclusivo e Sustentável pela página da iniciativa na plataforma ReDUS: https://www.redus.org.br/rio-inclusivo-e-sustentavelSiga @onuhabitatbrasil nas redes!
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18 julho 2024
UNOPS apoia ações de desenvolvimento urbano em Belo Horizonte
O UNOPS, organismo da ONU especializado em infraestrutura e gestão de projetos, está apoiando a Prefeitura de Belo Horizonte em um programa que vai promover o desenvolvimento urbano em todas as regiões da capital mineira. Batizada de Programa de Qualificação das Centralidades, a iniciativa busca alavancar polos econômicos e sociais nas nove regiões da cidade, aproximando serviços das moradias e locais de trabalho da população e deixando os espaços públicos mais acessíveis e agradáveis para a circulação.As primeiras atividades do Programa foram realizadas no começo de julho, com ações de urbanismo tático (que melhoram a ocupação e o trânsito pelo espaço urbano) no Bairro São Paulo, região nordeste de Belo Horizonte. O UNOPS apoiou a realização de pintura no piso, instalação de mobiliários urbanos e vasos de plantas, com o objetivo de deixar os espaços mais acolhedores e convidativos para pedestres.As atividades coincidiram com a entrega do Plano de Ação para a Centralidade do Bairro São Paulo, que foi desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Subsecretaria de Planejamento Urbano, ao longo dos últimos 10 meses . A ideia é que o UNOPS faça a implementação da metodologia criada pela Subsecretaria em outras sete regionais de Belo Horizonte.O Programa também prevê a implantação de ações de infraestrutura voltadas à requalificação urbana e ao desenvolvimento socioeconômico, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população. Além disso, está prevista a geração de produtos de conhecimento, como um catálogo de soluções sustentáveis para acelerar a implementação de políticas públicas integradas que transformem as centralidades de Belo Horizonte.“A ação realizada no Bairro São Paulo demonstra o potencial do Programa de Qualificação das Centralidades que, ao criar novos pólos de oportunidade e desenvolvimento nos bairros, reequilibra as funções urbanas e apresenta soluções inovadoras para problemas da cidade”, ressalta o subsecretário de Planejamento Urbano de Belo Horizonte, Pedro Maciel. “A construção dessa política só é possível através de intenso diálogo com a população local, o que nos permite identificar as potencialidades e deficiências de cada região das estratégias de ação. A cooperação com o UNOPS é imprescindível para a viabilização de tudo isso, trazendo um aporte de conhecimento prático, além de procedimentos céleres e eficazes para materialização dos objetivos do programa”, acrescenta. Plano DiretorA parceria com o UNOPS foi firmada em abril e prevê a aplicação de R$ 135 milhões ao longo de quatro anos. Os recursos são oriundos da outorga onerosa, estabelecida pelo Plano Diretor de Belo Horizonte como um mecanismo para a promoção do desenvolvimento urbano. A outorga onerosa define uma taxa para a construção de imóveis em áreas específicas (o percentual varia conforme o tamanho da edificação e a localização). A ideia é que, com isso, a cidade tenha recursos e ferramentas para o desenvolvimento de iniciativas que melhoram a qualidade de vida das pessoas.“Mobilidade e sustentabilidade são alguns dos maiores desafios das grandes cidades. Com essa parceria, queremos apoiar Belo Horizonte com iniciativas que promovam o desenvolvimento local, com soluções de infraestrutura e urbanismo que serão elaboradas a partir de diálogo com a população e da definição de estratégias baseadas em evidências e melhores práticas”, comenta a gerente do projeto no UNOPS, Carolina Roccon.
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16 julho 2024
Com ONU-Habitat, Congonhas promove oficinas de Planos Diretor e de Mobilidade
O futuro da cidade mineira de Congonhas é participativo e já começou a ser desenhado pela população. Nas últimas semanas, a iniciativa Horizontes Congonhas, parceria da prefeitura municipal junto ao Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), reuniu cerca de 200 pessoas em três eventos dedicados a ouvir a comunidade sobre propostas de melhorias urbanas. As agendas foram as primeiras de uma série de 14 oficinas participativas que vão se concentrar em coletar insumos para a revisão do Plano Diretor e a criação do Plano de Mobilidade da cidade, resultados da parceria. As oficinas vão percorrer diferentes bairros de Congonhas entre julho e setembro.O primeiro evento realizado foi a Conferência da Cidade, em 29 de junho, na Câmara de Vereadores, junto da primeira audiência da iniciativa. O momento foi preparatório para a 9ª Conferência Nacional das Cidades, etapa obrigatória em municípios com população com mais de 40 mil habitantes. A cidade histórica, que atualmente é impactada pela mineração em larga escala, foi a primeira de Minas Gerais a realizar sua edição.Na sequência, o projeto realizou as duas primeiras oficinas locais, visitando as regiões dos bairros Esmeril e Pires. Nelas, moradores e comunidades vizinhas discutiram problemas locais e apresentaram propostas de melhorias. Conferência lotadaA Conferência e audiência contaram com a participação de 132 pessoas de diferentes setores, que discutiram juntas temas como meio ambiente, mobilidade urbana, esporte e lazer, moradia digna e patrimônio cultural.A representante do ONU-Habitat na Conferência, Camilla Almeida, ressaltou a importância da Nova Agenda Urbana para orientar os trabalhos tanto da Conferência da Cidade quanto das formulações dos novos planos.No geral, os participantes comentaram sobre o potencial turístico dos vales da região; a diversidade de espécies de seres vivos; e o polo de produção de cachaça artesanal. Oficina em PiresJá na última terça-feira (9) foi realizada a segunda oficina participativa, abrangendo os bairros Pires, Barnabé, Mineirinha e Campo das Flores, da região norte da cidade. Com presença de 29 participantes, foram levantados temas como o incentivo ao comércio local, escasso na região fortemente impactada pela mineração e pela proximidade com a rodovia BR-040. O tráfego intenso, tanto da linha de trem – utilizada apenas para transporte de minérios –, quanto dos caminhões carregados de minérios na rodovia, provoca a poluição do ar, causando problemas de saúde. A região também é afetada por atividades das mineradoras.Entre as propostas para a melhoria da qualidade de vida na região estão a criação de uma horta comunitária e de espaços para a oferta de produtos da culinária local, além da retomada de eventos tradicionais. Foi levantada a possibilidade da criação de uma cooperativa de reciclagem do rejeito das mineradoras, para produção de artesanato.“A Nova Agenda Urbana propõe caminhos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nas cidades. Nesse contexto, destaca instrumentos como os planos diretores e de mobilidade, considerados essenciais para orientar estratégias que integrem a sustentabilidade, considerando as dimensões social, econômica, ambiental e territorial dos municípios”. A programação do evento incluiu a escuta da população presente. Separados em cinco grupos, moradoras e moradores da cidade conversaram sobre problemas urbanos. Também foram escolhidas pessoas representantes de diferentes setores para compor o Núcleo Gestor dos planos Diretor e de Mobilidade.Oficina em EsmerilA primeira oficina participativa da iniciativa Horizontes Congonhas foi realizada no bairro Esmeril, região noroeste da cidade, no sábado, 6 de julho. A oficina reuniu 28 moradores do bairro, dos chacreamentos, da zona rural do entorno e da comunidade remanescente quilombola Barra de Santo Antônio, que está em processo de certificação.Há um forte sentimento de identificação com a paisagem – a Serra do Pires, que engloba a região e é ameaçada pela mineração. As pessoas presentes confirmaram que a serra é vista como patrimônio delas, e é utilizada para rezar, fazer piqueniques, ver o por do sol e andar de bicicleta. A população demandou mais cuidado com as nascentes na Serra, e informou sobre a existência de agricultores familiares na região. Horizontes CongonhasA iniciativa Horizontes Congonhas promove a revisão do Plano Diretor e a criação do Plano de Mobilidade de Congonhas, com foco em melhorar a qualidade de vida da população congonhense, adotando leis municipais inclusivas, que orientem o crescimento e desenvolvimento urbano de todo o município e que fortaleçam a cultura de tomada de decisões transparentes. Todo esse trabalho é baseado em dados e informações, por meio de diagnósticos, análises e treinamentos, destacando ainda a participação popular. O planejamento também deve promover o crescimento econômico, a inclusão social e a proteção ambiental de forma equilibrada, contribuindo para que a cidade possa atrair mais investimentos. Assim como na Conferência da Cidade, grande parte das informações coletadas pelo ONU-Habitat durante as 14 oficinas participativas serão agrupadas em propostas que farão parte do texto do Plano Diretor. A finalização do projeto está prevista para o primeiro semestre de 2025, quando será realizada uma audiência pública para validar todas as proposições.Para saber mais sobre a programação das oficinas, o WhatsApp do Horizonte é (31) 98397-7655. Neste número, também podem ser encaminhadas dúvidas, sugestões e avaliações.Além das oficinas participativas, a equipe do ONU-Habitat em Congonhas lançou um formulário de diagnóstico para preenchimento da população congonhense. Nele, participantes poderão incluir informações relacionadas a problemas em seus bairros e a questões de trabalho, comércio, serviços, lazer e cultura na cidade.Contato para imprensa:Alexia Saraiva, ONU-Habitat: alexia.saraiva@un.orgLudmilla Balduino, ONU-Habitat: ludmilla.balduino@un.org
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