Curiosidades

A versão de Guel Arraes para 'O Bem-Amado' foi idealizada para atender a dois formatos: cinema e televisão. Foi lançada primeiramente no cinema e só depois foi exibida na TV.

Por Memória Globo


'O Bem-Amado' foi filmado na cidade de Marechal Deodoro, em Alagoas. A minissérie era uma versão para a televisão do longa-metragem 'O Bem-Amado', lançado em 2010, dirigido por Guel Arraes e roteirizado por ele e por Claudio Paiva, com base no original do escritor Dias Gomes. O filme, levado ao ar em quatro capítulos, foi reeditado, ganhando 26 minutos a mais do que os 107 originais feitos para o cinema, novo ritmo e maior destaque das tramas paralelas.

A versão de Guel Arraes para a história de Dias Gomes fazia uma analogia da trama, ambientada nos anos 1960, com o contexto político brasileiro à época, mostrando imagens da renúncia do presidente Jânio Quadros e da ascensão do vice João Goulart à presidência. E terminava com imagens dos comícios a favor das eleições diretas, aludindo à volta da democracia no Brasil.

Zezé Polessa, Andréa Beltrão e Drica Moraes durantes as gravações de O Bem-Amado em Alagoas, 2009 — Foto: Ricardo Ledo/Globo

A trama de 'O Bem-Amado' foi levada ao ar pela TV Globo em 1973, adaptada pelo próprio autor, Dias Gomes, de sua peça Odorico, 'O Bem-Amado e Os Mistérios do Amor e da Morte' (1962). Foi a primeira novela a cores da emissora, considerada um dos marcos da teledramaturgia, e cujo elenco era formado, entre outros, por Paulo Gracindo no papel do prefeito Odorico Paraguaçu, Lima Duarte como Zeca Diabo, e Emiliano Queiroz como Dirceu Borboleta. Entre 1980 e 1984, a TV Globo levou ao ar o seriado homônimo, com os mesmos atores nos papéis principais.

Marco Nanini já havia vivido Odorico Paraguaçu no teatro, dirigido pelo próprio Guel Arraes, em uma remontagem da peça de Dias Gomes.

Marco Nanini em O Bem Amado, 2011 — Foto: Ana Stewart/Globo

O filme 'O Bem-Amado' foi idealizado para atender a dois formatos, cinema e televisão. Mas foi a primeira vez que o diretor Guel Arraes fez um trabalho lançado primeiramente no cinema para depois ser exibido na TV. Ele já havia feito o caminho inverso com as minisséries 'O Auto da Compadecida' (1999) e 'A Invenção do Brasil' (2000), primeiro exibidas na TV Globo e depois adaptadas para as telas do cinema, a segunda com o título de 'Caramuru – A Invenção do Brasil'. Segundo o diretor, este processo criativo é interessante por se tratarem de mídias distintas, que atingem públicos diversos.

'O Bem-Amado' foi visto por mais de 900 mil espectadores no cinema.

Bastidor da gravação de O Bem-Amado em Alagoas, 2009 — Foto: Ricardo Ledo/Globo