A Invenção do Brasil

Mesclando ficção e documentário em tom cômico,a microssérie se reportava à epoca das Grandes Navegações.


Abertura da minissérie A Invenção do Brasil (2000).

A Invenção do Brasil apresenta a trajetória do português Diogo Álvares Correia (Selton Mello), o Caramuru, degredado que viveu no Brasil no século XVI, e da índia Paraguaçu (Camila Pitanga), por quem ele se apaixona. A microssérie, narrada pelo ator Marco Nanini, remete à época das Grandes Navegações.

Autoria: Guel Arraes e Jorge FurtadoDireção: Guel ArraesPeríodo de exibição: 19/04/2000 – 21/04/2000Horário: 22hNº de capítulos: 3 

CURIOSIDADES

A minissérie foi produzida pela TV Globo como parte dos eventos comemorativos dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. Já trabalhando juntos há dez anos, os autores tomaram como base para o roteiro as obras de José de Alencar e Mário de Andrade, além do poema épico de Santa Rita Durão, Caramuru. O título da minissérie teve como inspiração o prefácio do livro A Fundação do Brasil, de Darcy Ribeiro. A intenção da emissora de integrar cinema e televisão, iniciada com O Auto da Compadecida (1999), teve continuidade com a minissérie que, em 2001, foi exibida nas telas de cinema com o título Caramuru, a Invenção do Brasil. Como minissérie, a obra também foi exibida em Portugal.Já tendo sido utilizada nos dois últimos episódios do seriado Mulher, exibido em 1998, a tecnologia HDTV (televisão de alta definição) foi testada também em A Invenção do Brasil. No Brasil, a Globo foi a primeira a utilizar essa tecnologia, que garante melhor resolução na transmissão e recepção de imagens. 

VÍDEO

Cena em que Paraguaçu (Camila Pitanga) começa a escrever sua história com Diogo (Selton Mello). O narrador (Marco Nanini) complementa, informando a versão histórica dos personagens.

BASTIDORES

Brasil e Portugal serviram como locações para as filmagens de A Invenção do Brasil. No Brasil, a minissérie foi gravada no Rio de Janeiro, em Picinguaba – uma praia deserta próxima a Parati – e no litoral paulista. Em Portugal, as gravações realizaram-se no Palácio de Queluz, em Lisboa; no centro histórico da cidade de Leiria; e no Mosteiro da Batalha, monumento gótico do século XIV.

Gravação de A Invenção do Brasil, 2000. Globo — Foto: Globo

A narrativa é permeada por uma série de colagens de cenas documentais, o que garante a ironia e a auto-reflexão inerentes à paródia, marcas no trabalho do diretor Jorge Furtado. Aclamado por crítica e público desde o lançamento de seu premiado curta-metragem Ilha das Flores (1989), o diretor assinou o texto de adaptações importantes na teledramaturgia da TV Globo, como Agosto (1993), Memorial de Maria Moura (1994), Luna Caliente (1999) e Antônia (2006).

Tonico Pereira em A Invenção do Brasil, 2000. Nelson Di Rago/Globo — Foto: Globo

A equipe de produção de A Invenção do Brasil que viajou para Portugal era composta por 13 pessoas. Somente a bagagem do figurinista Cao Albuquerque pesava mais de 880 quilos. Lia Renha, diretora de arte, por sua vez, transportou para Portugal cerca de 230 quilos de materiais cenográficos.

Para a animação das anedotas contadas na trama, algumas vinhetas foram produzidas pelos desenhistas Allan Sieber, Fabio Zimbres e por Fiapo Barth.

Inovador, o figurino de Cao Albuquerque recebeu elogios ao utilizar em suas peças materiais como folhas secas, cascas de coco, palha, cordas, escamas de peixes e penas, estas usadas para vestir cerca de 150 índios. Paraguaçu e Moema, inclusive, usavam brincos confeccionados com besouros secos. 

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FONTES



APOLINÁRIO, Sônia, “A revolução de alta definição está a caminho” In: O Estado de São Paulo, 20/02/ 2000; APOLINÁRIO, Sônia, “Guel Arraes recria a aventura de Diogo Álvares, o Caramuru” In: O Estado de São Paulo, 27/01/2000; RATTNER, Jair, “Invenção do Brasil em Portugal” In: O Estado de São Paulo, 27/02/2000; “Minissérie”, In: Folha de São Paulo, 16/04/2000; LIMA, Eduardo Souza, “Um país de 500 anos ainda a ser inventado” In: O Globo, 08/04/2000; CALDEIRA, Flávia Lopes, “História e humor à vista” In: O Globo, 16/04/2000; “Inventor do Brasil” In: Gazeta Mercantil, 31/03/2000; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; VALE, Ana Lúcia, “Cabral virou uma grande piada” In: O Dia, 16/04/2000; www.teledramaturgia.com.br, acessado em novembro de 2006; www.imdb.com, acessado em novembro de 2006; http://viaglobal/cedoc (intranet), acessado em novembro de 2006.

A trama tem início quatro meses antes da chegada de Diogo, quando ele ainda era um pintor de retratos da corte portuguesa. (Saiba mais clicando na imagem)

Selton Mello em A Invenção do Brasil, 2000. Nelson Di Rago/Globo — Foto: Globo