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    Revolu��o russa, 100

    Moscou tem reminisc�ncias do regime socialista por todos os lados

    IGOR GIELOW
    DE S�O PAULO

    05/10/2017 02h00

    Como seria previs�vel para o pa�s onde o comunismo surgiu como pol�tica de Estado, a R�ssia abriga uma cole��o incr�vel de mem�rias dos 70 anos sob os quais se proclamava o farol a guiar o mundo rumo ao socialismo.

    Os anos do "czar do s�culo 21" Vladimir Putin, no poder desde 2000, trouxeram v�rios mea-culpa e reflex�es, mas tamb�m sinais trocados do presidente, que considera o fim da Uni�o Sovi�tica uma trag�dia geopol�tica �nica.

    Para quem est� atr�s de sinais de hist�ria, uma volta pelo centro de Moscou � um prato cheio.

    Placas em casas celebram figuras do regime em todo canto. Um dos pontos prediletos de encontro de moscovitas rumo � balada � a pra�a Maiakovskaia, encimada pela est�tua de Vladimir Maiak�vski (1893-1930), poeta comunista escolhido pelo Kremlin como s�mbolo da vanguarda art�stica que o regime pretendia encarnar.

    Tuca Vieira - 15.fev.2006/Folhapress
    Universidade Estatal de Moscou, parte das 'sete irm�s', conjunto constru�do sob o regime sovi�tico

    Olhe para qualquer lado e ver� o s�mbolo da foice e do martelo perdido em pr�dios, pontes, monumentos. O fen�meno se multiplica qu�o mais ao leste do pa�s voc� vai: est�tuas de L�nin est�o espalhadas em pra�as.
    Ainda melhor: procure uma das "sete irm�s", o conjunto de edif�cios constru�dos nos anos 1950 para dar � sede do comunismo arranha-c�us maiores do que os capitalistas, sob o particular�ssimo estilo "g�tico stalinista".

    S�o catedrais delirantes dedicadas ao Estado, e a mais imponente � a sede da Universidade Estatal de Moscou.

    No quesito museus, o da Revolu��o, hoje chamado Central Estatal da Hist�ria Contempor�nea Russa, � bem contido. Neste ano, a exposi��o dedicada ao centen�rio da revolu��o est� longe de ser um retrato amplo -milagre, trazia algumas legendas em ingl�s.

    A coisa fica melhor no Museu da Cosmon�utica, sob um enorme e f�lico monumento � pioneira conquista do espa�o pelos sovi�ticos: � um parque de divers�es para entusiastas do assunto, com r�plicas de sat�lites e at� da esta��o Mir, al�m de itens originais de todo tipo.

    O mesmo ocorre no afastado Museu Central das For�as Armadas, onde a bandeira da c�lebre foto da conquista de Berlim repousa sobre uma cama de cruzes de ferro, a famosa condecora��o alem�, arrancadas dos vencidos. Isso fora s�culos de memorial�stica e "hardware" de todo tipo: armas, avi�es, foguetes.

    Em quase todos eles, contudo, o problema maior � a barreira lingu�stica. H� poucas exibi��es bil�ngues; audioguias s�o desconhecidos.

    O consumo cultural pode continuar num dos bares dedicados ao passado. Poucos superam o Glavpivtorg, que fica atr�s da sede do FSB, o servi�o principal descendente da temida KGB. Ex-boteco de espi�es, hoje � quase um museu.

    Na pr�pria sede, na pra�a Lubianka, h� um pequeno museu com os usuais "gadgets" de espionagem, mas ele est� quase sempre fechado.

    Igor Gielow/Folhapress
    Est�tua do ditador Josef Stalin, no parque G�rki, em Moscou

    A est�tua do fundador da precursora da KGB, a Tcheka, foi a primeira a cair com o fim da Uni�o Sovi�tica e repousa num interessante setor de esculturas comunistas junto ao parque G�rki.

    Por fim, voltando ao in�cio de tudo, h� a m�mia de L�nin, recentemente renovada para visita��o no soturno mausol�u que fica na pra�a Vermelha e obedece a hor�rios algo inusitados.

    H� anos os governos locais discutem o que fazer com o cad�ver, que mais parece um boneco de cera, mas por ora ele continuar� atraindo filas de turistas –sem selfie, por favor, exceto que voc� queira conhecer a gentileza do guarda de honra que parece sair da era sovi�tica.

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