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    Dramaturgo que adaptou 'Feliz Ano Velho' analisa aventura teatral

    ALCIDES NOGUEIRA
    DE S�O PAULO

    29/06/2014 02h00

    Um muito feliz ano velho foi quando escrevi a adapta��o do livro do Marcelo Rubens Paiva para o teatro. Dias felizes, que ficar�o marcados para sempre como o in�cio de uma incr�vel aventura teatral que mexeu com a cena brasileira.

    Tudo come�ou quando o Marcos Kaloy me procurou e disse que o Marcelo gostava da ideia de ver seu livro no palco. Kaloy era amigo do Marcelo, j� tinha feito um texto meu, queria que eu escrevesse a pe�a. O livro tinha me tocado muito. Mas eu estava escrevendo um texto para Denise Del Vecchio, Paulo Betti e Adilson Barros.

    Fora isso, o livro do Marcelo era confessional, uma hist�ria t�o dele, que eu tinha medo de encarar. Como escrevi no programa do espet�culo, eu n�o tinha mergulhado em um laguinho e n�o era filho de um deputado assassinado pela ditadura. Como contar isso?

    Kaloy acabou me convencendo. Paulo, Denise e Adilson se juntaram a n�s. Paulo tinha sido professor do Marcelo na Unicamp. Marcelo adorou que ele dirigisse. Logo depois, estavam conosco Lilia Cabral, Christiane Rando e Marcos Frota.

    A cria��o do espet�culo foi uma loucura. Os ensaios eram feitos em um por�o �mido de Pinheiros. Eu tinha criado a linha mestra do texto (associando o mergulho do Marcelo com o sumi�o do corpo de Rubens Paiva), mas o espet�culo s� funcionaria se fosse org�nico.

    Ent�o, levava a m�quina de escrever e ia escrevendo o texto a partir de cenas que esses maravilhosos atores criavam junto com o Paulo Betti. Todos n�s sab�amos que est�vamos em um trap�zio sem rede de prote��o. Quando a pe�a estreou em S�o Paulo, nem a gente acreditava no que estava acontecendo. Um sucesso incr�vel! Plateias lotadas, um bando de pr�mios.

    Depois, o Rio. Foi outra grande emo��o ver o m�tico teatro Ipanema tomado por tanta gente! Depois, o Brasil todo. A Argentina. A Col�mbia. O M�xico. Cuba. O Festival de Nova York, organizado por Joseph Papp.

    O conv�vio com essas pessoas, o sonho que foi vivido por todos n�s, isso me marcou para sempre. Sem o talento e a garra desse "dream team", nada teria acontecido. E serei sempre grato ao Marcelo e � guerreira Eunice, m�e dele, pela confian�a e pela generosidade. Nunca colocaram barreiras para que a hist�ria fosse contada.

    Recebi um e-mail do Paulo, contando que a Giulia, filha da Lilia Cabral, participa de uma montagem de "Feliz Ano Velho" em sua escola. Bate a sensa��o de que deixamos algo bonito para a mo�ada.

    Que saudade de tudo e de todos!

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