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    Lava Jato

    Andrade Gutierrez busca fechar acordo de leni�ncia com controladoria

    BELA MEGALE
    MARIO CESAR CARVALHO
    DE S�O PAULO

    08/10/2015 02h00

    Segunda maior empreiteira do pa�s, a Andrade Gutierrez ingressou nesta ter�a-feira (6) com um pedido na CGU (Controladoria Geral da Uni�o) no qual manifesta interesse em fechar um acordo de leni�ncia com o �rg�o.

    Neste tipo de acordo, a empresa confessa as irregularidades que cometeu e os subornos que pagou para se livrar de um dos maiores temores das empreiteiras investigadas pela Opera��o Lava Jato: o de ser declarada inid�nea e proibida de celebrar contratos com o poder p�blico.

    A Andrade Gutierrez � altamente dependente de contratos nesse segmento: 44% da receita da empresa vem de obras para os tr�s n�veis de governo. No ano passado, a empreiteira teve uma receita l�quida de R$ 7,46 bilh�es.

    Empresa inid�nea tamb�m � proibida de ser contemplada com recursos de bancos p�blicos, como o BNDES.

    A Andrade Gutierrez tamb�m negocia um acordo de dela��o com os procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato, em Curitiba (PR), conforme a Folha revelou em setembro.

    Tr�s executivos que fazem parte da c�pula do grupo e da empreiteira est�o presos em Curitiba. S�o eles: Ot�vio Azevedo (presidente do grupo), Elton Negr�o (diretor da empreiteira) e Fl�vio Barra (presidente da AG Energia).

    A empresa � acusada de pagar propina em contratos com a Petrobras e a Eletronuclear. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa relatou em acordo de dela��o que a empreiteira lhe pagou US$ 3 milh�es em uma conta na Su��a que estava em nome de um genro.

    Fl�vio Barra foi preso junto com o almirante Othon Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, por causa de pagamentos que a Andrade Gutierrez fez a uma empresa do militar. O juiz federal Sergio Moro classifica os pagamentos como suborno porque os servi�os contratados nunca foram prestados.

    Com a manifesta��o da Andrade Gutierrez, j� s�o sete as empresas que tentam fechar um acordo de leni�ncia com a CGU. A que est� mais pr�xima de concluir o trato � a holandesa SBM. A multa que a empresa deve pagar � de pouco mais de R$ 1 bilh�o.

    Para fechar um acordo de leni�ncia, a empresa precisa confessar crimes, ressarcir o preju�zo que causou � Petrobras e outras estatais como a Eletronuclear e, finalmente, pagar uma multa. No c�lculo do preju�zo, s� s�o levadas em contas as irregularidades praticadas a partir de agosto de 2013, quando come�ou a vigorar a lei anticorrup��o.

    A expectativa na Andrade Gutierrez � que o valor da multa n�o ultrapasse a casa dos R$ 700 milh�es, segundo a Folha apurou com profissionais envolvidos na negocia��o. Foi esse valor que a Camargo Corr�a se comprometeu a pagar num acordo de dela��o que a empresa fechou com procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato.

    A Andrade Gutierrez espera pagar menos do que a Camargo porque os valores de seus contratos com a Petrobras s�o inferiores aos da empresa concorrente.

    Procurada pela reportagem, a companhia afirmou que n�o iria se manifestar sobre um eventual acordo de leni�ncia. A Folha n�o conseguiu localizar assessores da CGU para comentar o interesse manifestado pela empreiteira

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