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    Ex-ministro Luiz Gushiken morre aos 63 anos em S�o Paulo

    M�NICA BERGAMO
    COLUNISTA DA FOLHA

    13/09/2013 21h09

    O ex-ministro Luiz Gushiken morreu no in�cio da noite desta sexta-feira (13), aos 63 anos, no Hospital S�rio-Liban�s, em S�o Paulo, onde estava internado em estado grave por causa de um c�ncer.

    De acordo com nota divulgada pelo Cemit�rio do Redentor, o corpo do ex-ministro ser� sepultado �s 16h de s�bado (14). O vel�rio ser� no mesmo local, no Sumar�, zona oeste de S�o Paulo.

    Gushiken nasceu no munic�pio de Osvaldo Cruz (SP) em 8 de maio de 1950. Em 1970, tornou-se escritur�rio do Banco do Estado de S�o Paulo (Banespa). Come�ou a militar na tend�ncia Liberdade e Luta (Libelu), bra�o estudantil da OSI (Organiza��o Socialista Internacionalista), de orienta��o trotskista.

    Em 1978 tornou-se representante dos banc�rios no Banespa e, a partir de 1979, passou a ocupar cargos na diretoria do Sindicato dos Banc�rios de S�o Paulo. No final do ano, formou-se em administra��o de empresas pela Funda��o Getulio Vargas.

    Em 1982 tornou-se secret�rio-geral do sindicato e, em 1985, presidente da categoria. Nesse mesmo ano, liderou uma greve nacional de tr�s dias que paralisou 700 mil banc�rios.

    Em 1980, participou da funda��o do PT (Partido dos Trabalhadores) e, em 1983, da CUT (Central �nica dos Trabalhadores). Em 1986 foi eleito membro do Diret�rio Nacional do PT e, em novembro, foi eleito deputado federal pelo PT de S�o Paulo.

    No final de 1986, deixou a presid�ncia do Sindicato dos Banc�rios e, no ano seguinte, assumiu uma cadeira de deputado no Congresso Constituinte, que promulgou a Constitui��o de 1988.

    Em 1989 tornou-se presidente nacional do PT e coordenou a campanha de Lula � Presid�ncia, que terminou em segundo lugar no pleito. Deixou a presid�ncia do partido em 1991.

    Em 1992, apoiou o impeachment do presidente Fernando Collor (PRN). Reeleito deputado federal em 1994, em 1998 desistiu de disputar novo mandato para coordenar outra campanha de Lula � Presid�ncia. Depois, montou uma empresa de consultoria para a �rea de previd�ncia.

    Em 2002, ap�s a elei��o de Lula, tornou-se coordenador-adjunto da equipe de transi��o e foi nomeado ministro da Secretaria de Comunica��o de Governo.

    Em 2005, foi acusado pelo ex-dirigente do Banco do Brasil Henrique Pizzolato de ter influ�do nas decis�es de investimentos de cinco fundos de pens�o ligados a estatais, que contrataram a Globalprev Consultores Associados, que pertencia a dois ex-s�cios de Gushiken. Gushiken negou as acusa��es.

    Deixou a Secretaria de Comunica��o e perdeu o status de ministro, assumindo a fun��o de chefe do N�cleo de Assuntos Estrat�gicos. Em novembro de 2006, pediu demiss�o do N�cleo de Assuntos Estrat�gicos da Presid�ncia afirmando que as acusa��es se transformaram em "prova de culpa".

    "Os aspectos delet�rios daquela crise [do mensal�o] tamb�m n�o podem ser esquecidos. Na voragem das den�ncias abalou-se um dos pilares do Estado de Direito, o da presun��o de inoc�ncia, uma vez que a mera acusa��o foi transformada no equivalente � prova de culpa", afirmou o petista na carta.

    Afastou-se da pol�tica. Em 2008, com uma crise de angina, colocou um stent no cora��o no hospital S�rio-Liban�s. Em 2012, foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal.

    VISITAS NO HOSPITAL

    Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunica��o de Lula, chamou amigos para visit�-lo no hospital S�rio-Liban�s. Internado em estado grave por causa de um c�ncer, mas l�cido, ele pr�prio ministrava as doses de morfina para controlar a dor e decidia quando ficava acordado para conversar com os antigos companheiros.

    Jos� Genoino o visitou no dia 4 deste m�s. Um dia depois, Gushiken reuniu em seu quarto Jos� Dirceu, Aloizio Mercadante e dirigentes sindicais como o presidente da CUT, Vagner Freitas. Calmo, fez um balan�o de sua vida e do PT. Segundo um dos presentes, disse que o julgamento do mensal�o � uma "fase heroica" do partido, que em sua opini�o estaria sofrendo um ataque sem precedentes.

    De acordo com a mesma testemunha, Gushiken deu uma "li��o de pol�tica e uma aula sobre a vida. Demonstrou n�o ter m�goa, tristeza nem remorsos". No fim da visita, emocionados, todos tiraram fotos ao lado do ex-ministro. Um cinegrafista registrou toda a cena para um document�rio que est� fazendo sobre Gushiken.

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