No segundo dia de sua viagem ao M�xico, o papa Francisco celebrou neste domingo (14) uma missa campal para cerca de 300 mil pessoas no munic�pio de Ecatepec, nos arredores da capital Cidade do M�xico.

Em sua homilia, o pont�fice alertou para os perigos trazidos pelo dem�nio e clamou aos mexicanos para que resistam �s tenta��es do luxo e da corrup��o.

"Tenham em mente: com o dem�nio n�o h� di�logo", disse Francisco para os fi�is. "N�o h� di�logo pois ele sempre nos derrotar�. Somente a palavra de Deus pode venc�-lo", completou.

Segundo o papa, as a��es do dem�nio t�m como objetivo separar os homens, criando, assim, uma sociedade de poucos para poucos.

Um dia depois de investir contra o narcotr�fico e a corrup��o, Francisco criticou aqueles que tomam para si as riquezas destinadas a todos. O resultado, segundo papa, seria um "p�o com sabor de dor, amargura e sofrimento. Numa fam�lia ou sociedade corrupta, � o p�o que alimenta seus pr�prios filhos".

Com cerca de 1,5 milh�o de habitantes, a cidade escolhida por Francisco para a missa � uma das mais pobres e violentas do M�xico. A taxa de homic�dios registrada � de 35,9 por 100 mil habitantes, quase o triplo do �ndice nacional, consequ�ncia da viol�ncia gerada pelo narcotr�fico.

O local tamb�m registra taxas altas de sequestros e extors�es, bem como uma preocupante escalada nos homic�dios de mulheres.

A decis�o do papa de celebrar sua maior missa em Ecatepec � significativa de sua prioridade e desejo de se dirigir �s periferias do M�xico.

Durante seu serm�o, o pont�fice citou a dor que nasce pela falta de reconhecimento da dignidade que todos carregam dentro de si. "Quantas vezes tivemos que chorar e nos arrepender por nos darmos conta de que n�o reconhecemos essa dignidade nos outros", exclamou.

Por isso, lembrou que a Quaresma (per�odo de quarenta dias que antecede a P�scoa) � o momento para ajustar os sentidos e abrir os olhos diante das injusti�as que atentam contra o sonho e o projeto de Deus.

Ao t�rmino da celebra��o, Francisco benzeu as centenas de milhares de fi�is reunidos, pedindo-lhes que n�o se esque�am de rezar por ele.

A visita de Francisco ao M�xico, que se encerra na quarta-feira (17), � repleta de simbolismos, pois o pa�s latino re�ne muitas das preocupa��es de seu pontificado, como a viol�ncia, a desigualdade e a pobreza.

Na sexta-feira (12), um dia antes de chegar ao M�xico, o l�der da Igreja Cat�lica teve, em Cuba, um encontro considerado hist�rico com o l�der da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo.