Cerca de 800 sul-coreanos e norte-coreanos voltaram a se encontrar nesta ter�a-feira (20) com seus parentes separados pela Guerra da Coreia (1950-1953). Quase todos eles nunca se viram pessoalmente depois do fim do conflito, h� 62 anos.

Iniciados em 2000, os encontros s�o um raro ponto de concord�ncia entre o regime comunista e as autoridades capitalistas do sul. As visitas s�o disputadas por milhares de pessoas e s�o poucas as que conseguem participar.

Do lado sul-coreano, a prepara��o dos visitantes foi feita na cidade de Sokcho, no leste do pa�s. Por l�, os familiares, em sua maioria maiores de 70 anos, recebiam a assist�ncia de m�dicos e psic�logos antes de seguir para a fronteira.

O primeiro comboio de �nibus deixou a cidade pela manh� (noite de segunda em Bras�lia) em dire��o ao Monte Kumgang, do lado norte-coreano. L�, as fam�lias ter�o tr�s dias de encontros com seus familiares norte-coreanos.

A primeira sess�o foi pela tarde. Foi quando Lee Jeong-Sook, 68, se encontrou com seu pai, Ri Hong-Jong, 88, a quem havia visto pela �ltima vez quando tinha apenas dois anos. Ri n�o conteve as l�grimas ao ver sua irm� mais nova, tia de Lee.

"� sua filha, � sua filha", disse a irm� a Ri Hong-Jong, que depois da emo��o inicial perguntou pelo resto da fam�lia."Quase todos morreram", respondeu sua irm�.

Uma multid�o de fot�grafos e jornalistas cercou o casal Lee Soon-kyu, 85, e Oh In-se, 83. A sul-coreana Lee n�o via o marido Oh, que mora na Coreia do Norte, desde o fim da guerra, quando ele estava no Ex�rcito norte-coreano.

As fortes emo��es v�m em parte do reencontro entre os familiares e, por outro lado, do reconhecimento de que n�o poder�o mais se ver. Nenhuma das fam�lias t�m direito a uma segunda reuni�o e as comunica��es entre os dois lados s�o proibidas.

SORTEIO

Do lado sul-coreano, as fam�lias s�o escolhidas por meio de uma loteria, que cruza dados dos candidatos e d� prefer�ncia aos mais velhos. Depois, as pessoas s�o submetidas a exame m�dico e psicol�gico antes de cruzar a fronteira.

A avalia��o do regime norte-coreano leva em considera��o, al�m da proximidade dos candidatos com a ditadura. A reuni�o tem extensa cobertura da imprensa e serve tamb�m para que os norte-coreanos fa�am propaganda de suas autoridades.

Durante tr�s dias, os sul-coreanos ver�o seus parentes do Norte em seis ocasi�es, de forma privada e publicamente. Cada encontro durar� apenas duas horas, o que significa que ter�o no total 12 horas ap�s mais de 60 anos de separa��o.

Pela contagem sul-coreana, a metade dos 130.410 candidatos morreu na fila de espera antes de conseguir rever seus entes queridos. De todos, 18.800 puderam se encontrar pessoalmente e outros 3.750 foram se reuniram em videoconfer�ncias.

A partir de s�bado (24), haver� uma segunda rodada de reuni�es. Segundo o Minist�rio da Unifica��o sul-coreano, cerca de 250 cidad�os do pa�s seguir�o para o Monte Kumgang para se reencontrarem com 190 norte-coreanos.