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    Entenda por que Ucr�nia e R�ssia brigam pelo controle da Crimeia

    DE S�O PAULO

    07/03/2014 15h15

    O territ�rio da Crimeia est� no centro da atual disputa entre a Ucr�nia e a R�ssia que amea�a a seguran�a mundial.

    Entenda a crise:

    OS PROTESTOS

    Os problemas come�aram em novembro, quando multid�es come�aram a ir �s ruas da capital ucraniana, Kiev, para pressionar o ent�o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, a fechar um acordo comercial com a Uni�o Europeia em detrimento de um com a R�ssia.

    Yanukovich, que � de etnia russa e s� aprendeu a falar ucraniano na vida adulta, por�m, acabou dando as costas � UE e fechando com Moscou, que lhe prometeu um pacote de ajuda financeira incluindo um empr�stimo bilion�rio e desconto no pre�o do g�s natural.

    O movimento se fortaleceu diante da derrota e ocupou a Prefeitura de Kiev e a Pra�a da Independ�ncia. O governo reagiu com viol�ncia e pris�es arbitr�rias, al�m de uma lei que proibia o uso de capacetes, a reuni�o de grupos de mais de cinco pessoas e a ocupa��o de pr�dios p�blicos.

    Os manifestantes reagiram com for�a dobrada.

    Vasily Fedosenko/Reuters
    Manifestantes antigoverno incendeiam barricadas na Pra�a da Independ�ncia, em Kiev
    Manifestantes antigoverno incendeiam barricadas na Pra�a da Independ�ncia, em Kiev

    TROCA

    No fim de fevereiro, governo e oposi��o assinaram um acordo de paz que, no entanto, n�o durou 24 horas. Yanukovich deixou o pa�s, e um governo interino pr�-UE assumiu o poder.

    O Ocidente reconheceu a troca, mas o governo russo viu nela um golpe de Estado. Com base nisso, alegou que havia amea�a aos cidad�os de etnia russa que vivem na Crimeia e foi, aos poucos, tomando o controle da �rea.

    Maxim Shemetov/Reuters
    O presidente deposto da Ucr�nia Viktor Yanukovich
    O presidente deposto da Ucr�nia Viktor Yanukovich

    CRIMEIA

    Das cerca de 2 milh�es de pessoas que moram naquela pen�nsula, mais da metade se considera de origem russa e, inclusive, fala russo no dia a dia.

    Simferopol � a capital da Crimeia, onde fica o Parlamento, e Sebastopol � a sede da poderosa Frota do Mar Negro, que pertence � R�ssia.

    Isso n�o surpreende, j� que a Crimeia foi transferida � Ucr�nia pela Uni�o Sovi�tica s� em 1954, e a Ucr�nia em si se tornou independente s� em 1991.

    Na verdade, a Crimeia resume uma divis�o pol�tica e cultural que acontece em toda a Ucr�nia. O leste do pa�s tende a ser pr�-R�ssia e o oeste, pr�-UE. Isso se reflete, por exemplo, nos resultados das elei��es. A maioria dos votos de Yanukovich saiu do leste.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Editoria de Arte/Folhapress

    G�S

    Cerca de 80% das exporta��es russas de g�s para a Europa passam pela Ucr�nia, e a Europa importa da R�ssia cerca de um ter�o do g�s que consome

    Os gasodutos mais importantes s�o aqueles que levam � Eslov�quia e, depois, � Alemanha, � �ustria e � It�lia, e existe a preocupa��o de que uma guerra atrapalhe o abastecimento.

    Zurab Kurtsikidze/Efe
    Soldados ucranianos observam navio de guerra russo em Sebastopol
    Soldados ucranianos observam navio de guerra russo em Sebastopol

    HIST�RIA

    No s�culo 18, a Crimeia foi absorvida pelo imp�rio russo, e a base da Frota do Mar Negro foi fundada.

    Entre 1853 e 1856, mais de 500 mil pessoas morreram na Guerra da Crimeia entre a R�ssia e o Imp�rio Otomano, o �ltimo apoiado pelo Reino Unido e Fran�a. O conflito resultou em uma virada no quadro diplom�tico da Europa, e serviu como precursor da Primeira Guerra.

    Em 1921, a pen�nsula, ent�o povoada principalmente por t�rtaros adeptos do islamismo, se tornou parte da Uni�o Sovi�tica. Os t�rtaros foram deportados em massa pelo l�der sovi�tico Joseph St�lin, no final da Segunda Guerra, por supostamente colaborarem com os nazistas.

    Em 1954, a Crimeia foi transferida � Ucr�nia, outra rep�blica sovi�tica, por decis�o de Nikita Khrushchev, sucessor de St�lin e ucraniano.

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