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    Recess�o econ�mica atual deve ser a pior da hist�ria do Brasil

    GUSTAVO PATU
    EDUARDO CUCOLO
    DE BRAS�LIA

    12/03/2016 18h43

    Salvo uma inesperada retomada da economia, a atual recess�o caminha para se tornar, at� o fim do ano, a pior j� medida com precis�o no pa�s.

    Pelos crit�rios da Funda��o Getulio Vargas, o ciclo de contra��o da atividade econ�mica, iniciado em meados de 2014, no primeiro mandato de Dilma, j� completou sete trimestres. O oitavo est� em curso; at� dezembro, ser�o 11.

    Ao fim desse per�odo, segundo as proje��es mais consensuais dos analistas de mercado, o PIB ter� acumulado uma queda de ao menos 8,7%.

    O PIB brasileiro come�ou a ser calculado em 1947, e h� dados oficiais para o desempenho trimestral desde 1980. Nos �ltimos 36 anos, a recess�o mais longa durou 11 trimestres, entre 1989 e 1992, quando o PIB caiu 7,7%. A mais intensa, de nove trimestres, entre 1981 e 1983, levou a economia a encolher 8,5%.

    A pior recess�o

    Da d�cada passada para c�, houve mudan�as na metodologia da apura��o dos n�meros pelo IBGE, o que lan�a d�vidas sobre a compara��o com as cifras mais antigas.

    Mas, na grande maioria dos casos, as revis�es resultaram em taxas melhores para o PIB. O crescimento em 2011, no exemplo mais eloquente, subiu de 2,7% para 3,9%.

    Os dados dispon�veis indicam que os recordes da crise atual podem abranger um intervalo de tempo ainda maior.

    Em estudo de 2010, os economistas Regis Bonelli e Claudia Fontoura Rodrigues estimaram PIBs trimestrais de 1947 a 1980 e apontaram s� dois breves ciclos de retra��o: dois trimestres em 1963 e tr�s entre 1966 e 1967.

    Recess�es agudas e prolongadas s�o raras no pa�s –em geral, associadas a reviravolta do mercado externo, a choque econ�mico dom�stico ou a grave crise pol�tica.

    Nas medi��es regulares do PIB, a primeira queda anual, de 4,3%, s� foi apurada em 1981, quando uma eleva��o brusca dos juros internacionais tornou impag�vel a d�vida externa e apressou o enfraquecimento da ditadura.

    GRANDE DEPRESS�O

    Nas estimativas mais aceitas para a primeira metade do s�culo passado, s� h� um caso de recuo da renda nacional por dois anos seguidos: em 1930-1931, depois que a queda da Bolsa de Nova York precipitou a Grande Depress�o.

    Calcula-se que a economia, ent�o baseada na exporta��o de caf�, tenha se retra�do em 5,3% naquele bi�nio –menos que os 7,1% de 2015-2016, considerando a proje��o de 3,4% da FGV para este ano.

    Conv�m relativizar a compara��o, e n�o apenas devido � precariedade dos dados de 85 anos atr�s. As consequ�ncias da crise dos anos 1930 foram dram�ticas: as oligarquias agr�rias come�aram a perder poder, enquanto emergia a industrializa��o.

    Hoje, o impacto da recess�o � mitigado pela demografia, com menor crescimento populacional, e pelos programas de amparo aos pobres.

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