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Se voc� descobriu agora, com a indica��o ao Oscar de melhor longa-metragem de anima��o, que "O Menino e o Mundo" existe, eis a� o maior servi�o que a Academia prestou ao filme: revelar, a uma parcela consider�vel do p�blico brasileiro, que, se h� um filme brasileiro a se conhecer nos �ltimos anos, � esse, em primeir�ssimo lugar.

N�o era preciso que o Oscar fizesse esse favor. O filme de Al� Abreu j� havia se tornado um dos longas brasileiros com o maior n�mero de pr�mios internacionais em toda a hist�ria, a come�ar pelo de melhor filme em 2014 no Festival de Annecy (Fran�a), o mais importante no segmento de anima��o.

Ali�s, voc� sabia que o Brasil ganhou esse pr�mio, respeitado em todo o mundo, por dois anos consecutivos? Pois �: antes de "O Menino e o Mundo", foi com "Uma Hist�ria de Amor e F�ria", de Luiz Bolognesi, em 2013.

Obrigado, Oscar, em nome de todos os animadores brasileiros, de hoje e de ontem. A indica��o para "O Menino e o Mundo", tenho certeza de que Al� Abreu concorda, � para todos eles, desconhecidos e desvalorizados em seu pr�prio pa�s.

Existem chances de levar o pr�mio da Academia? Escassas. A competi��o ser� contra gente grande, superprodu��es americanas de grande bilheteria, como "Divertida Mente". O Juventus da Mooca pode ganhar do Barcelona? Pode, claro. Mas � dif�cil. O mesmo vale para "O Menino e o Mundo".

Por falar em Juventus da Mooca, esse bravo representante do futebol rom�ntico no mundo do "futebol moderno" em que os cifr�es governam: as diversas t�cnicas utilizadas pela equipe de Al� Abreu nessa produ��o artesanal (no melhor sentido do termo) equivalem a um tributo �s origens da anima��o e � ideia de que ela est� ao alcance de gente talentosa, mesmo que essa gente n�o tenha milh�es de d�lares e equipamentos de �ltima gera��o � disposi��o.

Salve o Juventus, salve "O Menino e o Mundo". Ainda n�o foi � rua Javari para ver um jogo do time gren� e ainda n�o viu o filme de Al� Abreu? E vive?