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    Mar�lia P�ra come�ou a atuar aos quatro anos e fez mais de 50 pe�as

    DE S�O PAULO
    DO RIO

    05/12/2015 10h38

    Mar�lia P�ra, que morreu neste s�bado (5) no Rio, come�ou a atuar aos quatro anos de idade, ao lado dos pais, Manuel P�ra e Dinorah Marzullo, tamb�m atores, na Companhia de Henriette Morineau, "Os Artistas Unidos".

    Seu primeiro papel foi o de uma das filhas de Medeia na pe�a de mesmo nome, de Eur�pedes.

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    Nascida no Rio, em 1943, P�ra atou em mais de 50 pe�as, quase 30 filmes e cerca de 40 novelas, miniss�ries e programas de televis�o, al�m de dirigir, coreografar e produzir espet�culos.

    Divulga��o
    Fernando Ramos da Silva e Mar�lia Pera em cena de "Pixote - A Lei do Mais Fraco" (1980), filme de Hector Babenco
    Fernando Ramos da Silva e Mar�lia Pera em cena de "Pixote - A Lei do Mais Fraco" (1980), filme de Hector Babenco

    No teatro, eternizou suas interpreta��es de Carmen Miranda em montagens como "A Pequena Not�vel" (1966); "Um Tributo a Carmen Miranda", no Lincoln Center, em Nova Iorque (1975), "A P�ra da Carmen", em 1986 e 1995; e em "Mar�lia P�ra Canta Carmen Miranda" (2005).

    Seus personagens biogr�ficos ainda incluem a cantora Dalva de Oliveira, em "A Estrela Dalva", em 1987; Maria Callas na pe�a "Master Class", em 1996; e a estilista Coco Chanel, na pe�a "Mademoiselle Chanel", em 2004.

    Mar�lia P�ra

    Ainda esteve em "Roda Viva" (1968), de Chico Buarque, "Se Correr o Bicho Pega" (1966), de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, "Onde Canta o Sabi�" (1966), de Gast�o Tojero, "A �pera dos Tr�s Vint�ns" (1964), de Bertolt Brecht e Kurt Weill e "A Megera Domada" (1967), de William Shakespeare, e mais recentemente no musical "Hello, Dolly!", com Miguel Falabella.

    Ganhou diversos pr�mios ao longo da carreira, como o da APCT (Associa��o Paulista de Cr�ticos Teatrais), o Mambembe e o Moli�re — este �ltimo venceu tr�s vezes. A primeira foi em 1969, por "Fala Baixo Sen�o eu Grito", que tamb�m produziu. A segunda, em 1974, por sua atua��o em "Apareceu a Margarida", de Roberto Athayde, e a terceira, em 1984, por "Brincando em Cima Daquilo", de Dario Fo.

    Mar�lia P�ra

    NA TELINHA E NA TELONA

    Na televis�o, passou pelas emissoras Globo, Tupi, Manchete e Bandeirantes. Em 1965, foi escalada para fazer parte do elenco que inaugurou a TV Globo, emissora onde fez hist�ria. Viveu Carolina de "A Moreninha" (1965), esteve em "Rosinha do Sobrado" (1965) e "Padre Ti�o" (1965/1966). Voltou � TV Tupi em 1968 no elenco da novela "Beto Rockfeller", trama com linguagem revolucion�ria para a �poca.

    A convite de Daniel Filho, retornou � Globo em 1971 para assumir a personagem Shirley Sexy, na novela "O Cafona", de Br�ulio Pedroso, em que atuou ao lado de Francisco Cuoco. Foi o papel que a tornou mais popular entre o p�blico brasileiro.

    Em sua carreira na Globo, participou de 19 novelas, entre elas: "Brega & Chique" (1987), Cassiano Gabus Mendes, "Rainha da Sucata" (1990), de Silvio de Abreu, "Lua Cheia de Amor" (1991), de Ricardo Linhares, "Duas Caras" (2007), de Agnaldo Silva, e o remake de "Ti-Ti-Ti" (2010), de Maria Adelaide Amaral. Est� no ar com a s�rie "P� Na Cova", de Miguel Falabella.

    Falabella preparava um novo projeto na emissora, a s�rie "Neg�cios da Fam�lia", que teria Mar�lia como protagonista. Ela interpretaria a mulher de um pol�tico corrupto que perde todas as mordomias e se transforma em uma golpista, que mata milion�rios para ficar com suas fortunas.

    No cinema, alguns destaques de sua carreira foram "Pixote: A Lei do Mais Fraco" (1981), de Hector Babenco, "Bar Esperan�a" (1983), de Hugo Carvana, "Tieta do Agreste" (1995), de Cac� Diegues, e "Central do Brasil" (1996), de Walter Salles. Ainda esteve em "Anjos da Noite" (1986), de Wilson Barros, e "O Viajante" (1998), de Paulo C�sar Saraceni.

    BAL� E BASTIDORES

    Como diretora e produtora, seu trabalho mais recente foi a pe�a "Callas" (2014), com Claudia Ohana no papel da cantora. Produziu "Fala Baixo Sen�o Eu Grito" (1969), "Apareceu a Margarida" (1973), "Ador�vel J�lia" (1983) — que tamb�m co-dirigiu — entre outros espet�culos.

    Artista completa, Mar�lia era talentosa no canto e no bal�. Dos 14 aos 21 anos atuou em musicais e revistas como "Minha Querida Lady" (1962), protagonizado por Bibi Ferreira, e "O Teu Cabelo N�o Nega" (1963), em que repetiu um de seus papeis mais recorrentes, o de Carmen Miranda.

    Dirigiu, coreografou e produziu "O Mist�rio de Irma Vap" (1986), de Charles Ludlam, que ficou anos em cartaz com Marco Nanini e Ney Latorraca.

    SAMBA-ENREDO

    Zanone Fraissat-15.fev.2014/Folhapress
    Mar�lia P�ra no desfile da escola de Samba Mocidade Alegre no Samb�dromo do Anhembi, em S�o Paulo
    Mar�lia P�ra no desfile da escola de Samba Mocidade Alegre no Samb�dromo do Anhembi, em SP

    No Carnaval de 2015, P�ra foi a homenageada da escola de samba Mocidade Alegre, no Samb�dromo do Anhembi, em S�o Paulo.

    A Mocidade abordou a trajet�ria e a vida da estrela nacional com o samba: "Nos palcos da vida, uma vida no palco, Mar�lia!".

    As alas da escola contaram a hist�ria desde o nascimento da atriz e a sua dedica��o ao bal� at� a carreira no r�dio, passando pelas suas interpreta��es marcantes.

    FAM�LIA

    Em 1959, a atriz se casou com o ator Paulo Gra�a Mello, com quem teve um filho dois anos depois, Ricardo, tamb�m ator e cantor.

    Na d�cada de 1970, foi casada com o ator Paulo Villa�a e com o escritor e produtor Nelson Motta, pai de suas filhas Esperan�a, nascida em 1978, e Nina, nascida em 1980. Deixa vi�vo o economista Bruno Faria, com quem era casada desde 1998.

    Cynthia Salles/Divulga��o/TV Globo
    Mar�lia P�ra com o filho, Ricardo Gra�a Mello, em "P� na Cova"
    Mar�lia P�ra com o filho, Ricardo Gra�a Mello, em "P� na Cova"

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