Depois de realizar dois filmes que o colocaram entre os respons�veis pela revolu��o do cinema norte-americano na d�cada de 1970 ("Terra de Ningu�m", 1973, e "Cinzas do Para�so", 1978), Terrence Malick se retirou de cena e permaneceu recluso durante 20 anos.
S� voltou em 1998, quando lan�ou o belo filme de guerra "Al�m da Linha Vermelha".
Desde ent�o, Malick passou da condi��o de cineasta bissexto a um dos mais produtivos da atualidade. � quase um Woody Allen, com novos filmes em intervalos relativamente curtos.
Seu novo longa, "The Knight of Cups" (o cavaleiro de copas), destaque da competi��o de Berlim, parece encerrar –assim esperamos– uma trilogia que se iniciou com "A �rvore da Vida" (2011) e prosseguiu com "Amor Pleno" (2012).
Melinda Sue Gordon/Divulga��o | ||
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Christian Bale e Natalie Portman no filme 'Knight of Cups', de Terrence Malick |
Os tr�s filmes guardam exatamente a mesma estrutura: um protagonista masculino (vivido, respectivamente, por Brad Pitt, Ben Affleck e Christian Bale), um som fortemente trabalhado (em que os di�logos quase se ausentam para dar lugar a uma narra��o em off e uma trilha musical) e imagens fluidas, captadas por c�meras digitais, que d�o ao conjunto uma sensa��o de sonho e del�rio.
"The Knight of Cups" traz pouqu�ssimas diferen�as em rela��o aos seus precedentes –a primeira delas � o cen�rio (Los Angeles, com passagens por LasVegas), e a segunda � uma presen�a mais forte de personagens femininos, com direito a participa��es de Cate Blanchett e Natalie Portman.
De resto, somos convidados a embarcar numa viagem muito semelhante a dos outros dois filmes, em que acompanhamos uma esp�cie de questionamento espiritual do protagonista.
No caso, um homem que viveu o sucesso e o hedonismo da ind�stria do entretenimento, mas que de repente se deu conta do "imenso vazio" que � sua vida, como explicou Christian Bale na coletiva que se seguiu ao filme.
Como em "A �rvore da Vida", que em determinados momentos se permitia devaneios inesperados com imagens de dinossauros e voos pelo sistema solar, "The Knight of Cups" traz bel�ssimas imagens da aurora boreal vista do espa�o.
Mas essas imagens terminam s� por refor�ar a sensa��o de d�j� vu, de um mesmo filme que vem se repetindo infinitamente. (pb)