• Ilustrada

    Friday, 02-Aug-2024 15:13:37 -03

    Pe�a mostra altos e baixos na vida de Buster Keaton

    FERNANDA EZABELLA
    DE LOS ANGELES

    23/06/2014 03h10

    A casa caiu para Buster Keaton. Como no filme mudo que ele protagonizou em 1928, a cena se repete num palco de Los Angeles: uma fachada despenca intacta sobre o comediante desavisado, e ele sobrevive por estar debaixo do buraco da janela.

    E n�o � s� fisicamente que a casa cai. Alco�latra, pai desnaturado e falido, o astro do cinema mudo teve poucos motivos para sorrir com a chegada do cinema falado, um per�odo sombrio bastante explorado em "Stoneface" (rosto de pedra), t�tulo da pe�a e seu apelido, pelas fei��es sempre est�ticas.

    Jim Cox/Divulga��o
    Cena de 'Stoneface', pe�a em cartaz no Pasadena Playhouse
    Cena de 'Stoneface', pe�a em cartaz no Pasadena Playhouse

    Keaton (1895-1966), famoso pela com�dia f�sica e pelos truques arriscados, � vivido nos palcos por French Stewart, ator americano mais conhecido pelo papel de alien�gena esquisit�o da s�rie "3rd Rock from the Sun".
    O novo trabalho rendeu tantos elogios da cr�tica que neste ano deixou o pequeno teatro de 99 lugares em Hollywood para outro com 700 cadeiras em Pasadena (The Pasadena Playhouse, em cartaz at� dia 29).

    Quatro anos atr�s, Stewart ganhou a pe�a de presente de anivers�rio da sua ent�o namorada e hoje mulher, a dramaturga Vanessa Claire Stewart, vencedora do pr�mio de melhor pe�a do ano pelo seman�rio "L.A. Weekly".

    "French sempre foi muito f� de Keaton e queria escrever algo para ele", contou a autora � Folha.

    "Ao pesquisar, fiquei surpresa: como um homem t�o engra�ado teve uma vida t�o triste. Keaton estava � frente de seu tempo, s� foi ser apreciado muito tarde na vida."

    Jim Cox/Divulga��o
    O ator French Stewart , � esquerda, caracterizado como Buster Keaton (1895-1966), � direita
    O ator French Stewart , � esquerda, caracterizado como Buster Keaton (1895-1966), � direita

    "Stoneface" mistura drama da vida real com "gags" populares de Keaton, como aquela da mesa de jantar cheia de aparatos mec�nicos de "O Espantalho" (1920).

    Os n�meros musicais seguem como no cinema mudo, ainda que em cores, com uma tela para as legendas e um pianista ao vivo.

    Mas Keaton fala e at� xinga com vontade quando o tema � Louis B. Mayer, chef�o da MGM que o coloca sob contrato do est�dio e obriga a fazer filmes falados horrorosos.

    Ele tamb�m aparece ao lado de seu parceiro e mentor, Roscoe "Fatty" Arbuckle, e de sua primeira mulher, Natalie Talmadge, que o deixa por n�o aguentar as bebedeiras (ela tira o sobrenome Keaton dos dois filhos do casal para que n�o passem vergonha).

    O final conta com participa��o de Charlie Chaplin, seu rival cujas festas de arromba ele fazia quest�o de n�o ir. Chaplin surge para salv�-lo do esquecimento ao convid�-lo para participar de "Luzes da Ribalta" (1952). O filme marca seu retorno a Hollywood e reviravolta na vida: casa de novo, para de beber e se reconcilia com os filhos.

    Fale com a Reda��o - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024