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    Para Glauber Rocha, o cinema novo resgatou o cinema nacional; leia trecho de livro

    da Folha Online

    27/05/2009 18h45

    O cineasta Glauber Rocha (1939-1981) faz uma "revis�o cr�tica do cr�tico que sou h� 25 anos" no livro "Revolu��o do Cinema Novo" (Editora Cosac Naify), dispon�vel no site da Livraria da Folha. O artista, que dirigiu filmes como "Deus e o Diabo na Terra do Sol", "Terra em Transe", "Barravento" e "O Drag�o da Maldade Contra o Santo Guerreiro", faria 70 anos neste s�bado, 14 de mar�o de 2009.

    Escrito na sequ�ncia de "Revis�o Cr�tica do Cinema Brasileiro" , o volume "Revolu��o do Cinema Novo" tamb�m analisa "o movimento nascido em 1960 que resgatou o cinema brazyleyro de uma mis�ria econ�mica & cultural", segundo Glauber afirma no pref�cio.

    Lan�ado pela primeira vez em 1980, o livro � composto de artigos publicados ao longo de anos --e depois alterados--, transcri��es de debates e entrevistas, mem�ria afetiva, reflex�es e notas biogr�ficas de Glauber Rocha. Entre os artigos, est� o c�lebre "Eztetyka da fome", primeira s�ntese sobre o cinema novo dirigida aos europeus, apresentado na Retrospectiva do Cinema Latino-Americano, em G�nova, em 1965.

    Leia abaixo o pref�cio que Glauber e escreveu para "Revolu��o do Cinema Novo":

    Aten��o: o texto reproduzido abaixo mant�m a ortografia original do livro e n�o est� atualizado de acordo com as regras do Novo Acordo Ortogr�fico. Conhe�a o livro "Escrevendo pela Nova Ortografia".

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    PREF�CIO DE UMA REVOLU��O

    Divulga��o

    Este livro n�o � reedi��o de Revis�o cr�tica do cinema brasileiro, que trata das ra�zes autorais do cinema novo: Humberto Mauro, M�rio Peixoto, Alberto Cavalcanti, Lima Barreto, Nelson Pereira dos Santos, Trigueirinho Neto, Walter Hugo Khouri e outros cineastas independentes do fracasso da Vera Cruz em 1954 e do terrorismo chanchadyxtyku servil a Hollywood.

    Em Revolu��o do cinema novo trato do movimento nascido em 1960 que resgatou o cinema brazyleyro de uma mis�ria econ�mica & cultural.

    � a Heuztorya de uma gera��o de intelectuais (a minha) - dilacerada pelo cruel processo nacyonal.

    Sofre o cinema novo uma guerra interna e externa que amea�a destru�-lo desde suas origens at� hoje.

    Internamente os vinte principais membros do movimento se dividem em revolucion�rios e conservadores.

    Externamente o imperialismo tenta falir o desenvolvimento industrial gerado pela Embrafilme.

    As "mil faces do cinema novo" desorientam os cr�ticos nacionais (inter) que buscam a "coer�ncia" t�pica das culturas ricas, desconhecendo a complexidade multirracial e econ�mica do Brazyl.

    Este livro � vis�o dial�tica de mat�ria hist�rica virgem, relativizando-se pelas contradi��es de uma teoria metaforizada na pr�tica utopyka de uma sociedade nova.

    Quase todos cineastas do movimento escrever�o suas mem�rias que ser�o t�o diferentes na mis�ria e na grandeza quanto seus filmes construtores audiovisuais do Payz do Futuro no desejo do suicida Stefan Zweig.

    O livro � tamb�m revis�o cr�tica do cr�tico que sou h� 25 anos.

    Passo � pr�tica transformadora tecendo o texto literof�lmico dos anos vividos na paix�o cinematograficanacional.

    Para chegar a ser novo - o kynema precisa romper com as estruturas da kyneztyka dominante.

    O "populismo comercial" deseja recuperar Hollywood na restaura��o das chanchadas pornoxykz.

    O "vanguardismo revisionista" deseja obstaculizar o desafio das artes populares.

    O "internacionalismo �pico & did�tico & transconstrutivista" � a s�ntese neobarroka do Terceyro Modelo, ou Antymodelo - Ynven��o Polytyka da socyedade brazyleyra.

    Celebrando os vinte anos do cinema novo - este livro n�o cont�m o cl�ssico happy end do �ltimo cap�tulo.

    Paris, 3 de dezembro de 1980

    *

    "Revolu��o do Cinema Novo"
    Autor: Glauber Rocha
    Editora: Cosac Naify
    P�ginas: 568
    Quanto: R$ 69,00
    Onde comprar: Pelo telefone 0800 140090 e no site da Livraria da Folha

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