• Esporte

    Thursday, 11-Jul-2024 21:48:41 -03

    Logo do Especial Rio-2016

    Dupla brasileira da vela investe R$ 150 mil do pr�prio bolso pela Rio-2016

    PAULA SPERB
    COLABORA��O PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE (RS)

    28/01/2016 12h17

    Para representar o Brasil na Rio-2016, o ga�cho Samuel Albrecht, 34, e a fluminense Isabel Swan, 32, gastaram R$ 150 mil. Do pr�prio bolso.

    Os atletas disputar�o a classe Nacra 17, modalidade de vela que estreia na Olimp�ada neste ano. A dupla garantiu a vaga na equipe brasileira em dezembro, ap�s um semestre de prepara��o.

    Equipamentos, treinos e viagens para outros campeonatos preliminares foram bancados com recursos pr�prios. Os dois, que est�o em Miami, nos EUA, para pleitear o campeonato mundial, aguardam o patroc�nio efetivo de alguma empresa.

    A Nacra 17, disputada com um catamar� (com dois cascos), tem obrigatoriamente uma dupla mista e � considerada a modalidade mais radical e mais veloz da vela: � capaz de atingir at� 45 km/h.

    A disputa ser� na Ba�a de Guanabara, onde os atletas t�m treinado. A familiaridade com o local da prova, entretanto, n�o � vista como vantagem pelos brasileiros.

    "Acreditar que favorece pode ser um fator que atrapalha. Temos que estudar o lugar da mesma maneira que os estrangeiros", diz Isabel.

    Para Albrecht, as equipes dos outros pa�ses j� conhecem bem a ba�a e "sempre pode acontecer algo diferente".

    As mudan�as s�o poss�veis porque, no caso da vela, o combust�vel � o vento. A dist�ncia a ser percorrida pelos catamar�s � decidida pouco antes da prova, pelo juiz.

    "A prova tem cerca de 30 minutos. Se o vento est� muito forte, o barco vai mais r�pido, e a prova ficaria muito curta. Ent�o, o juiz pode aumentar o percurso", explica Isabel. Na Nacra 17, os barcos de tr�s velas que ficam lado a lado e precisam fazer o caminho de ida e volta duas vezes.

    PREPARA��O

    Albrecht e Isabel se conhecem desde a Olimp�ada de Pequim (2008), quando disputaram, com outros parceiros, na classe 470. Ao lado de Fernanda Oliveira, Isabel foi a primeira mulher do Brasil a ganhar uma medalha ol�mpica na vela, levando o bronze.

    Desde ent�o, ela conta que ganhou experi�ncia.

    "Aprendi com as vit�rias e as derrotas. A vaga na equipe me trouxe de novo a confian�a. Acabei entrando por n�o ter medo de recome�ar".

    Ela trocou a 470 pela Nacra 17 pouco antes da disputa pela vaga.

    A Rio-2016 � ainda mais importante para Isabel porque, como embaixadora do Brasil, ela discursou em Copenhague, em 2009, para defender a escolha da cidade-sede.

    Mesmo com a proje��o que ganhou, inclusive como "musa", n�o conseguiu o apoio financeiro necess�rio. Foi na Marinha, onde � sargento, que recebeu suporte para se dedicar ao esporte.

    "Tive que fazer a parte administrativa de captar verba com editais. N�o foi f�cil", relembra.

    Albrecht afirma que os gastos n�o s�o poucos. Um conjunto de velas, por exemplo, custa cerca de R$ 20 mil, mais os impostos de importa��o.

    Em um ano, as velas s�o trocadas aproximadamente cinco vezes. O barco custa cerca de R$ 160 mil, e a dupla ainda n�o conseguiu um novo para usar na prova ol�mpica.

    "No Brasil, ter apoio � muito dif�cil mesmo", diz ele.

    Al�m do esfor�o para se manter em um esporte caro, a dupla tem outra caracter�stica em comum. Eles come�aram a praticar vela aos 8 anos, por influ�ncia paterna.

    Agora, revezam-se entre o rio Gua�ba, em Porto Alegre, e o mar carioca para treinar.

    "Estou praticamente morando no Rio", conta o timoneiro, animado com a Olimp�ada. "A Nacra 17 � r�pida e moderna. � o futuro da vela".

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Reda��o - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024