O combate � dengue apenas durante o ver�o n�o funciona. Por isso, a atual epidemia da doen�a ainda vai piorar nos meses de mar�o e abril para ent�o come�ar a recuar.
O preocupante cen�rio, que se repetiu em anos anteriores, emerge de um estudo brasileiro feito por pesquisadores do Rio, de Natal e de S�o Paulo, que investigou o comportamento dos casos da doen�a entre 2000 e 2011 na capital fluminense. De acordo com eles, ao detectar o curso da doen�a no passado, ser� mais f�cil prever futuras epidemias.
O chamado "modelo matem�tico" feito para entender como a dengue se comporta indica a import�ncia de fatores meteorol�gicos na explos�o dos casos de dengue. A quest�o da falta de saneamento b�sico, coleta de lixo e moradias insalubres, tamb�m importantes, n�o foram analisadas pelo grupo.
"Dias quentes e chuvas leves s�o suficientes para, em dias, dezenas a centenas de casos come�arem a aparecer", afirma Augusto Jos� Pereira Filho, da USP, um dos autores do estudo. Hugo Karam, Julio Cesar Barreto da Silva e Jos� Luis Rojas s�o os outros autores.
Doen�as transmitidas pelo Aedes aegypti
10 MM DE �GUA
De acordo com o pesquisador paulista, dezenas de larvas do Aedes aegypti precisam de apenas um coluna de 10 mm de �gua, "a altura de uma moeda", para come�arem a se desenvolver.
A investiga��o tamb�m mostra que as tempestades, ao contr�rio do que pode se imaginar, s�o prejudiciais para a sobreviv�ncia dos ovos e das larvas do mosquito. O motivo para isso � simples: a chuva forte costuma destruir, e lavar, os criadouros do mosquito.
Nas tr�s grandes epidemias de dengue que ocorreram no Estado do Rio de Janeiro dentro do per�odo estudado, em 2002, 2008 e 2011, o ciclo temporal do aumento de casos da doen�a apresentou o mesmo padr�o.
Quando os meses mais quentes do ano chegam, os mosquitos ficam mais ativos. Como a �gua tamb�m � abundante durante esse per�odo, o cen�rio ideal para a dengue est� instalado.
"Do ponto de vista pr�tico, � evidente que n�o adianta come�ar a combater a dengue durante o ver�o. Isso tem que ser feito sempre no inverno", afirma Pereira Filho.
A pesquisa indica que o ciclo de uma epidemia de dengue, que pode durar v�rios anos, come�a no ano anterior com a coloca��o dos ovos pelo mosquito. O que refor�a a import�ncia de os criadouros serem destru�dos antes do ver�o.
Como um ovo do aedes pode ficar inativo, por�m vivo, por mais de um ano, os atuais meses chuvosos, que ocorrem depois de longos per�odos mais secos, podem ser ainda mais perigosos para a sa�de da popula��o dessas �reas.
