Os 22 anos da chacina de Vig�rio Geral foram lembrados na noite deste s�bado (29) com missa na Matriz Santa Rosa de Lima, no bairro de Jardim Am�rica, zona norte do Rio.

A missa foi solicitada pelos parentes de uma das v�timas da chacina, e o celebrante ser� o p�roco da igreja, monsenhor Luis Antonio. Foram convidados parentes de todas os mortos na chacina, ocorrida na madrugada de 29 de agosto de 1993.

Naquele dia, cerca de 50 homens encapuzados, armados com metralhadoras, escopetas, pistolas e granadas, invadiram a favela de Vig�rio Geral, na zona norte do Rio, arrombaram casas e atiraram de forma indiscriminada nos moradores. Vinte e uma pessoas foram executadas. Todas tinham endere�o fixo, profiss�o definida e sem antecedentes criminais.

A matan�a foi motivada por vingan�a. No dia anterior, quatro soldados do 9� Batalh�o da Pol�cia Militar tinham sido assassinados na pra�a Catol� do Rocha, vizinha � favela, em um crime atribu�do a traficantes de drogas que atuavam em Vig�rio Geral. Os autores da chacina eram policiais militares de um grupo conhecido como Cavalos Corredores, por causa de sua maneira de agir. Eles entravam nos locais correndo, atirando e aterrorizando os moradores.

A chacina de Vig�rio Geral somou-se a outros massacres ocorridos no Rio de Janeiro. No dia 23 de julho daquele ano, cerca de 50 crian�as e adolescentes que dormiam nas proximidades da Igreja da Candel�ria, no centro da cidade, foram alvejados por policiais. Oito morreram. Nos anos seguintes, tr�s sobreviventes dessa chacina morreram em confrontos com a pol�cia.

Ocorridas no segundo mandato do governador Leonel Brizola (1991-1994), as duas chacinas tiveram repercuss�o em todo o mundo e mobilizaram organismos internacionais de defesa dos direitos humanos. Dos 52 policiais militares acusados formalmente da matan�a em Vig�rio Geral, apenas sete foram condenados e s� um continua preso, o ex-PM Sirlei Alves Teixeira.

Tr�s foram absolvidos no segundo julgamento, um morreu e dois foram beneficiados com a liberdade condicional. Cinco acusados morreram antes do julgamento e dois est�o foragidos. Os demais foram absolvidos ou nem chegaram a ser responsabilizados.

"A lembran�a da chacina de Vigario Geral � a lembran�a de toda uma classe m�dia, da qual eu fa�o parte, que assistiu � barb�rie, mas n�o protestou e depois viu outras chacinas ocorrerem. O que n�s esperamos hoje � que esse comportamento de indiferen�a da classe m�dia em rela��o a esses crimes mude para uma cultura de cidadania", diz , Ant�nio Carlos Costa, presidente da organiza��o n�o governamental (ONG) Rio de Paz, que desde 2007 se posiciona contra chacinas e epis�dios de viol�ncia que ocorrem n�o s� no Rio de Janeiro mas tamb�m em outras regi�es do pa�s.

CHACINA NA GRANDE SP

Ant�nio Carlos Costa participou nesta sexta (28), em S�o Paulo, de manifesta��o promovida pelo Rio de Paz em solidariedade �s fam�lias das 19 v�timas da chacina do �ltimo dia 13 nas cidades de Osasco e Barueri, na regi�o metropolitana da capital paulista.

O ato, realizado em frente ao Masp (Museu de Arte de S�o Paulo), teve como objetivo cobrar do governo paulista apoio aos parentes das v�timas e � elucida��o da autoria da chacina.

	Reprodu��o/Facebook/ONGRiodePaz
	ONG Rio da Paz lembra as v�timas da chacina na Grande SP em ato na Paulista