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    Haddad quer mudar nome de vias que homenageiam a ditadura; veja lista

    DE S�O PAULO

    13/08/2015 14h31

    Fabio Braga - 04.jul.15/Folhapress
    Imagem do elevado Costa e Silva, tamb�m conhecido como Minhoc�o, que poder� ter o nome alterado
    Imagem do elevado Costa e Silva, tamb�m conhecido como Minhoc�o, que poder� ter o nome alterado

    O prefeito Fernando Haddad (PT) encaminhou para a C�mara Municipal, nesta quinta-feira (13), um projeto para alterar o nome do viaduto 31 de Mar�o, localizado na regi�o da Liberdade, centro de S�o Paulo. A ideia � que a data do golpe de 1964 seja trocada para viaduto Therezinha Zerbini, que lutou pela aprova��o da anistia, ao final da ditadura.

    Se aprovada na C�mara, essa dever� ser a primeira de uma s�rie de mudan�as de nomes de ruas, pra�as e viadutos. A ideia da Prefeitura de S�o Paulo � alterar os logradouros que homenageiam datas e pessoas ligadas � repress�o do regime militar (1964-1985). A Secretaria de Direitos Humanos j� identificou 22 vias que poder�o sofrer a altera��o.

    Um segundo projeto tamb�m foi encaminhado pela gest�o Haddad � C�mara para que se impe�a novas nomea��es de vias ou pr�dios p�blicos com refer�ncias ao per�odo militar.

    "Esse projeto 'Ruas de Mem�ria' visa celebrar a vida daqueles que se dedicaram � democracia, que lutaram pelas liberdades individuais no nosso pa�s. Substituindo os nomes daquelas ruas associadas ao per�odo de arb�trio, per�odo da viol�ncia, que reinou em nosso pa�s por mais de 20 anos", afirmou Haddad.

    Em caso de vias residenciais, a mudan�a das ruas ser� feita em discuss�o com os moradores, segundo o prefeito. Al�m das ruas, a administra��o tamb�m j� listou 15 escolas e cinco gin�sios esportivos que poder�o ter os nomes alterados de acordo com o projeto. O levantamento, no entanto, ainda est� em andamento.

    "Um povo que n�o preserva a sua mem�ria, que n�o tem direito � verdade, n�o consegue sequer construir um presente que garanta a democracia, respeite os direitos humanos e melhore as condi��es de vida para todo o seu povo. E esse projeto tem essa grande virtude: buscar a verdade, preservar a mem�ria", disse o ministro-chefe da secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia, Pepe Vargas, que participou do lan�amento.

    Veja ruas e pra�as listados pela prefeitura:

    Via Biografia zona bairro
    rua Alberi Vieira dos Santos Ex-sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, foi colaborador do Centro de Informa��es do Ex�rcito. Teve participa��o na arma��o de emboscada e chacinas de resistente, em deten��es ilegais, execu��es, desaparecimento for�ado de pessoas e oculta��o de cad�veres. V�timas e caso relacionado: Massacre do Parque Nacional do Igua�u, em que foram v�timas de desaparecimento for�ado Onofre Pinto, Daniel Jos� de Carvalho, Joel Jos� de Carvalho, Jos� Lavecchia, Victor Carlos Ramos e Enrique Eernesto Ruggia (1974) Segundo decreto que nomeia a rua, Alberi foi assassinado em circunst�ncias misteriosas em 1979, na regi�o do Foz do Igua�u. norte Ja�an�
    pra�a Ministro Alfredo Buzaid Advogado, professor e jurista, foi ministro da Justi�a de 1969 a 1974, durante o governo de M�dici, tendo apoiado o Ato Institucional n� 5, que inaugurou o per�odo mais intenso de repress�o, cassa��o de direitos civis e pol�ticos e viola��o aos direitos humanos da Ditadura Militar sul Moema
    Elevado Presidente Arthur da Costa e Silva Marechal, atuou no movimento que instaurou o regime ditatorial em 1964, marcado por graves viola��es aos direitos humanos. Presidente ditador entre 1967 e 1969, promulgou o AI-5, ato institucional respons�vel pelo acirramento de repress�o, cassa��o dos direitos civis e pol�ticos e crimes contra a humanidade oeste Lapa
    rua Alcides Cintra Bueno Filho Policial e delegado do Dops (Departamento de Ordem Pol�tica e Social de S�o Paulo) durante a ditadura militar. Foi respons�vel pela emiss�o de documentos oficiais fraudulentos e colaborou no encobrimento de casos de tortura, execu��o e oculta��o de cad�ver durante o per�odo norte Santana
    pra�a Augusto Rademaker Grunewald Almirante, foi ministro de Aeron�utica, atuou no movimento que instaurou o regime ditatorial em 1964, marcado por graves viola��es aos direitos humanos. Foi vice-presidente ditador entre 1969 e 1974, o per�odo mais intenso de repress�o, censura e cassa��o de direitos humanos oeste Itaim Bibi
    avenida Presidente Castello Branco Chefe do Estado-Maior do Ex�rcito, foi um dos l�deres militares do golpe que dep�s o presidente Jo�o Goulart, se tornado o primeiro presidente do regime militar, de 1964 a 1967 centro Bom Retiro/ Pari/ Lapa
    rua D�lio Jardim de Matos Militar brasileiro, ministro da Aeron�utica entre 1979 e 1984, foi um dos principais articuladores do movimento que promoveu o golpe de Estado de 1964, que instalou o regime ditatorial, marcado por graves viola��es aos direitos humanos. No governo Castelo Branco (1964-1967), instaurou o gabinete militar da Presid�ncia da Rep�blica. Exerceu a fun��o de Ministro da Aeron�utica. sul Campo Grande
    avenida Gal. �nio Pimentel da Silveira General, foi comandante da 1� Companhia de Pol�cia do Ex�rcito, na Vila Militar do Rio de Janeiro, de maio de 1968 a julho de 1971, per�odo em que ocorreram na unidade os casos de morte sob tortura de Severino Viana Colou e Chael Charles Schreier. Serviu no Doi-codi (Destacamento de Opera��es de Informa��es - Centro de Opera��es de Defesa Interna)do Ex�rcito em abril de 1972 a junho de 1974. Teve participa��o comprovada em casos de tortura, execu��o e desaparecimento for�ado sul Campo Limpo
    rua Senador Filinto M�ller Senador por quatro vezes entre 1947 e 1973, foi chefe da Pol�cia Pol�tica durante o Estado Novo, instaurado pela ditadura Vargas, tendo participado de opera��es para capturar lideran�asdo movimento comunista, incluindo Lu�s Carlos Prestes e sua companheira, Olga Ben�rio, extraditada e assassinada pelo regime nazista. Foi presidente da Arena (Alian�a Renovadora Nacional), partido situacionista do regime militar de 1964 leste S�o Rafael
    avenida General Golbery Couto e Silva General, foi um dos ide�logos do movimento que resultou no golpe de Estado de 1964m que instalou o regime ditatorial marcado por graves viola��es aos direitos humanos. Foi chefe do SNI (Servi�o Nacional de Informa��o) de 1964 a 1967, �rg�o de intelig�ncia que fundamentou as persegui��es pol�ticas, torturas e execu��es durante o per�odo militar sul Graja�
    rua Hely Lopes de Meirelles Juiz e advogado, comandou a Secretaria de Seguran�a P�blica de S�o Paulo, a partir de 1968. Defensor do AI-5, elevou S�rgio Fleury ao comando do Dops, respons�vel por torturas e assassinatos de presos pol�ticos. H� ind�cios de seus apoio � forma��o do "Esquadr�o da Morte", respons�vel por crimes de lesa-humanidade leste Tatuap�
    rua Henning Boilesen Empres�rio dinamarqu�s, propriet�rio da empresa Ultrag�s, foi um dos principais industriais a financiar a Oban (Opera��o Bandeirantes), aparato repressivo que vitimou diversos presos pol�ticos durante a ditadura militar. Por vezes visitou o Destacamento de Opera��es de Defesa Interna e d� nome a um dos mais violentos instrumentos de toruta, a "pianola Boilesen". Em 1971, foi morto por militantes da resist�ncia contra o regime oeste Butant�
    prala general Humberto de Souza Melo General do Ex�rcito, atuou na ESG (Escola Superior de Guerra) e participou ativamente da a��o que culminou no golpe de 1964, que instaurou o regime militar, respons�vel por graves viola��es aos direitos humanos norte Vila Maria
    rua M�rio Santalucia M�dico-legista do IML (Instituto M�dico Legal de S�o Paulo). Teve participa��o em caso de emiss�o de laudo necrosc�pico fraudulento norte Tucuruvi
    pra�a general Milton Tavares de Souza General, foi chefe do CIE de novembro de 1969 a mar�o de 1974. Dirigiu a Opera��o Marajoara, na fase final de exterm�nio da Guerrilha do Araguaia, quando houve o desaparecimento for�ado e a oculta��o de cad�veres dos �ltimos membros das for�as guerrilheiras norte Vila Maria
    rua Oct�vio Gon�alves Moreira Junior Delegado de pol�cia, serviu no Dops-SP (Departamento de Ordem Pol�tica e Social de S�o Paulo) e posteriormente no Doi-codi (Destacamento de Opera��es de Informa��es - Centro de Opera��es de Defesa Interna). Teve participa��o em casos de tortura e oculta��o de cad�veres. Foi morto em 1973 por militares da resist�ncia ao regime. oeste Rio Pequeno
    rua Ol�mpio Mour�o Filho General, atuou no movimento que instaurou o regime ditatorial em 1964, respons�vel por graves viola��es aos direitos humanos. Foi presidente do Superior Tribunal Militar (1967 - 1969) –respons�vel por uma s�rie de persegui��es pol�ticas no per�odo oeste Rio Pequeno
    rua S�rgio Fleury Delegado da pol�cia, serviu no Dops (Departamento de Ordem Pol�tica e Social) de S�o Paulo durante a ditadura militar e no Deic (Departamento de Investiga��es sobre o Crime). Teve participa��o comprovada em casos de tortura, execu��o e outras graves viola��es aos direitos humanos, tendo coordenado diversas opera��es de persegui��o a opositores do regime. Foi acusado pelo Minist�rio P�blico em processos por liderar o "Esquadr�o da Morte", grupo de exterm�nio oeste Vila Leopoldina
    rua 31 de Mar�o Reivincidada pelos apoiadores do Golpe de 1964 como o dia da deposi��o do presidente Jo�o Goulart, instaurou o regime ditatorial que perdurou o pa�s por 21 anos, respons�vel por persegui��es, torturas, execu��es e outras viola��es aos direitos humanos oeste Morumbi
    viaduto 31 de Mar�o Reivincidada pelos apoiadores do Golpe de 1964 como o dia da deposi��o do presidente Jo�o Goulart, instaurou o regime ditatorial que perdurou o pa�s por 21 anos, respons�vel por persegui��es, torturas, execu��es e outras viola��es aos direitos humanos centro Liberdade
    viaduto Governador Abreu Sodr� Governador do Estado de SP de 1967 a 1971, rebatizou a For�a P�blica como Pol�cia Militar, que passou a receber instru��es do Ex�rcito, Doi-codi (Destacamento de Opera��es de Informa��es - Centro de Opera��es de Defesa Interna) e outras institui��es com registros de torturas, execu��es e outras viola��es aos direitos humanos durante a ditadura leste Mooca
    rua Governador Roberto Costa Abreu Sodr� Governador do Estado de SP de 1967 a 1971, rebatizou a For�a P�blica como Pol�cia Militar, que passou a receber instru��es do Ex�rcito, Doi-codi (Destacamento de Opera��es de Informa��es - Centro de Opera��es de Defesa Interna) e outras institui��es com registros de torturas, execu��es e outras viola��es aos direitos humanos durante a ditadura oeste Morumbi

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