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    Sem estrutura, IML da zona leste de SP marca corpos a caneta

    LEANDRO MACHADO
    AFONSO BENITES
    DE S�O PAULO

    19/01/2013 03h30

    Po�as de sangue, tufos de cabelo e dejetos de cad�veres espalhados pelo ch�o por causa de um cano quebrado. O corpo de um homem morto havia dois dias estava em estado de decomposi��o sobre uma maca e com n�meros escritos em sua perna.

    Dire��o diz que est� melhorando condi��es do IML de S�o Paulo
    IMLs de SP t�m instala��es prec�rias, cheiro podre e falta de t�cnicos
    IMLs de SP devem receber mais t�cnicos neste ano

    Filme de terror? N�o. Esse foi o cen�rio encontrado pela Folha na sala de necropsia do posto do IML (Instituto M�dico-Legal) de Artur Alvim na sexta-feira retrasada.

    O l�quido (aquela mistura de sangue e dejetos) chegava a molhar os sapatos de quem entrava no ambiente e precisava ser puxado por um funcion�rio com um rodo.

    O cen�rio, dizem os funcion�rios ouvidos pela reportagem, � corriqueiro.

    Nesta unidade do IML, que atende toda a zona leste de S�o Paulo, h� dias em que s� um m�dico precisa fazer at� 20 necropsias em um plant�o de 12 horas.

    Com as geladeiras lotadas, os corpos s�o marcados como gado, com os n�meros de prontu�rios anotados em suas coxas, em vez de terem uma pulseira ou etiqueta afixada.

    FACA DE CHURRASCO

    Nos dias com mais trabalho, os cad�veres chegam a se espalhar por toda a sala de necropsia e parte do corredor.

    No posto tamb�m faltam equipamentos especializados para realizar os procedimentos de medicina legal, como bisturis. Os t�cnicos usam facas de churrasqueiro para cortar os corpos.

    O diretor interino do IML, Jorge Pereira de Oliveira, disse desconhecer todos esses problemas.

    INVESTIGA��O

    Ap�s a Folha publicar, no �ltimo dia 6, uma reportagem mostrando a situa��o dos postos do IML na cidade, a Associa��o dos Delegados de Pol�cia de S�o Paulo entrou com um pedido de investiga��o policial sobre a falta de estrutura no instituto.

    Nos �ltimos dias, a entidade recebeu uma s�rie de relatos de falta de estrutura que, de acordo com ela, trazem riscos � sa�de dos funcion�rios e de quem precisa ir aos necrot�rios.

    Segundo a associa��o, aparentemente, delitos criminais e administrativos estariam sendo praticados no IML. Entre eles, crimes contra sa�de p�blica e vilip�ndio (desrespeito) a cad�ver.

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