Na reta final da novela "Um lugar ao Sol", Noca (Marieta Severo) contará toda a verdade sobre o seu passado. Ela tomará essa decisão depois de descobrir que Thaiane (Georgina Castro) é sua neta.
Numa conversa com a avó, Lara (Andréia Horta) insinuará que ela abandonou o filho Jerônimo (Thelmo Fernandes) quando fugiu de Confins do Alto. Ofendida, Noca, enfim, relatará o que aconteceu:
- Eu não abandonei ninguém. Me tomaram ele dos braços. Com um ano de idade. Eu estava na plataforma e ia seguir com o meu filho, mas eles vieram.
- Como assim? Eles quem, vó? - perguntará Lara, sem entender.
- Você não sabe o que é um lugar de mentalidade machista, atrasada. Com 15 anos, eu fui dada em casamento, feito uma coisa. Meu irmão era homem e desde cedo tinha ido para a escola, estudar, aprender. Eu fiquei ali, condenada a repetir a história da minha mãe. Aprendendo a servir os outros. Tendo que engolir, enterrar, tudo o que eu queria para mim, tudo o que eu sonhava. Sabe o que é ter que se deitar, toda noite, com alguém que você não quer, não ama? Com 19 anos, eu pensava em morrer. Aquele não era o meu destino. Não podia ser. Toda noite eu me deitava com o meu marido pedindo a Deus para não engravidar de novo. Até que um dia, eu pensei: antes de tentar pôr fim à minha vida, eu podia tentar fugir. E foi o que eu fiz.
LEIA MAIS:
Pai de Cecília reaparece. Saiba por que ele sumiu
Christian leva facada e fica à beira da morte
Final trágico para Túlio em "Um lugar ao Sol"
Com doença mental, Bárbara toma decisão drástica
A avó de Lara e Thaine explicará que saiu cedo com o filho nos braços, mas foi alcançada por seus familiares quando ainda estava na rodoviária.
- Quando eu estava quase embarcando, eles vieram. E levaram o meu filho. O que é que eu podia, entende? O que é que pode uma mulher contra o homem mais poderoso da cidade, contra uma cidade inteira? Foi por sobrevivência. Se ficasse, eu morria.
Lara abraçará Noca e perguntará por que ela guardou esse segredo por tanto tempo:
- Porque eu não falava nem para mim. Porque não tinha volta, eu sabia. Sabia que eles nunca iam admitir que eu voltasse, que eu tivesse qualquer forma de contato com o meu filho. Uma mulher banida, proscrita - é o que eu era. Eu me agarrei no que tinha sobrado. A cozinha. O cheiro da comida. Aquilo dependia só de mim. E foi alimentando os outros que eu me fortaleci. E achei um jeito de estar no mundo. Livre, sem cabresto.
SIGA A COLUNA NAS REDES
No Twitter: @PatriciaKogut
No Instagram: @colunapatriciakogut
No Facebook: PatriciaKogutOGlobo
Veja o resumo da semana de "Um lugar ao Sol":