Patrícia Kogut
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Por Thayná Rodrigues


Reynaldo Gianecchini está no ar em 'Bom dia, Verônica' (Foto: Henrique Hansmann/Instagram) — Foto:
Reynaldo Gianecchini está no ar em 'Bom dia, Verônica' (Foto: Henrique Hansmann/Instagram) — Foto:

Matias, o personagem a que Reynaldo Gianecchini dá vida em "Bom dia, Verônica" (Netflix), pode despertar nos espectadores lembranças de figuras marcantes na vida real. O líder religioso que comete abusos remete a histórias que apareceram recentemente no noticiário, entre elas as do médium João de Deus — em prisão domiciliar após ser condenado a 44 anos por crimes de estupro — e as de Bhagwan Shree Rajneesh, o Osho, citado em casos de abuso, terrorismo e até suspeita de assassinato.

— Na série, não estamos falando de uma religião específica para não pegar no pé. Matias é um missionário e essa questão do abuso é tão ampla que, se tocássemos numa doutrina, tornaria menor, embora ela lembre histórias que estão vindo à tona — explica o ator.

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Na história, o famoso guru move multidões e, de fato, cura doenças e ajuda algumas seguidoras a enxergar novos caminhos. Mas, por trás da fama e da idolatria, comete crimes na própria casa abusando psicológica e fisicamente da mulher e da filha, personagens de Camila Márdila e Klara Castanho, e também de fiéis desesperadas. Passa, então, a ser alvo de uma investigação conduzida por Verônica (Tainá Müller). O fato de Klara ter sido vítima de abuso sexual na vida real foi tratado com cuidado pela equipe da Netflix, que classificou o episódio como uma "infeliz coincidência", já que as cenas foram gravadas antes, e frisou que o conteúdo não foi alterado depois de o crime vir à tona. Gianecchini, que contracenou com a atriz em sequências meramente sugestivas quanto ao abuso sexual, reitera:

— É um assunto delicado. Tenho muito respeito pela privacidade da Klara e não tenho nada para falar sobre essa questão da vida particular dela. Agora, é uma grande atriz, ficamos sensibilizados porque estamos fazendo uma série de abuso e, de repente, surge essa história. Eu acho que serve para potencializar esse discurso de alerta. Essa série foi feita quando a gente nem imaginava que podia ter esse percalço. Agora é seguir com toda essa discussão importante.

Para ele, a produção joga luz sobre outros temas importantes, entre eles o fanatismo religioso e seus riscos:

— Essa questão da fé mexe demais com muita gente. Eu acredito muito que, se estivermos conectados a nós mesmos, pararmos a mente maluca que a gente tem, nós chegaremos a algumas respostas. Mas muitos buscam a resposta de fora. Quando você começa a querer salvadores para a vida (fica complicado)... As pessoas podem te dar um caminho para conseguir olhar para dentro. Como aconteceu comigo. Eu já fui a vários retiros, encontrei pessoas incríveis que me ajudaram, mas nunca fiquei refém nem pensava: "Você é meu Deus e você me diz o que posso fazer". Isso é muito perigoso porque os líderes são seres humanos, que são falíveis e têm questões para resolver. É muito difícil você colocar sua fé na obediência a um outro ser humano. A minha tem a ver com olhar para dentro. Muitos me ajudam, claro, mas não sou fanático. O guru, o fanatismo e os líderes religiosos podem oferecer muita coisa boa, mil possiblidades de cura e de reencontros, mas também podem abrir caminhos para a manipulações. Minha experiência pessoal diz: nunca entregue toda sua força e essência.

Recentemente, o ator, de 49 anos, comentou sobre a retomada de sua espiritualidade num vídeo para divulgar a música "Fé", de Iza. Nas declarações, Gianecchini destacou que sua transformação possibilitou que ele mudasse a maneira de enxergar a vida. Isso proporcionou ao ator mudanças profissionais e pessoais. De lá para cá, ele falou da sexualidade fluida em entrevistas, por exemplo, e modificou a forma de trabalhar: em vez de contrato longo com a Globo, passou a ser empregado por obra.

— No vídeo, eu disse que minha fé foi decidida quando estive perto da morte (o ator enfrentou um câncer). Tive que sair da teoria e ir para a prática exercitar esse olhar para a minha intuição, para ver o que estava me movendo. É todo um mundo novo quando você se conecta com essa verdade. É difícil até determinar o tamanho da sua mudança. Mas basicamente passei a me ouvir melhor, a ter necessidade de ter mais tempo para curtir a vida, para olhar melhor para as coisas, não passar tão batido nessa correria, me conectar com as pessoas, com a minha força. Aprendi muito. Você vai entrando em contato com uma sabedoria que está dentro, é só conseguir acessar. Eu entendi mais a força do afeto, comecei a me abrir mais. É um movimento oposto ao que eu estava fazendo.

Reynaldo Gianecchini, à direita, em bastidores da série 'Bom dia, Verônica' (Foto: Reprodução) — Foto:
Reynaldo Gianecchini, à direita, em bastidores da série 'Bom dia, Verônica' (Foto: Reprodução) — Foto:
Klara Castanho e Reynaldo Gianecchini como Angela e Matias, de 'Bom dia, Verônica' (Foto: Divulgação) — Foto:
Klara Castanho e Reynaldo Gianecchini como Angela e Matias, de 'Bom dia, Verônica' (Foto: Divulgação) — Foto:
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