José Loreto fala de 'Pantanal', de foto nu com Jesuíta Barbosa e de novo relacionamento

 

Facão numa mão, lanterna na outra, botas nos pés e chapéu na cabeça. Durante os dois meses que passou no Pantanal, José Loreto se desligou de suas vivências como homem urbano e adentrou profundamente no cotidiano de peão. O resultado dessa imersão poderá ser visto a partir da próxima segunda-feira (28), quando estreia a nova versão da novela de Benedito Ruy Barbosa na Globo. Na trama, o ator viverá Tadeu, nascido e criado numa fazenda na região:

- Foi no Pantanal que eu aprendi a ser peão mesmo. Eu ia para a lida com eles, tomávamos café juntos. Fui aprendendo e fazendo. No início, foi bem duro, porque não é algo natural. Está bem longe do meu universo. Saía de manhã e voltava depois do pôr do sol, lá pelas 19h. É um trabalho muito árduo. E nós, atores, ficamos numa casinha numa fazenda, afastada da sede. É muito inóspito. A gente andava sempre com medo de esbarrar sem querer num rabo de jacaré, numa cobra, num porco monteiro, por exemplo. Então, íamos com lanterna e facão, como os personagens. Ao final dos dois meses, estava laçando, tirando leite de vaca, limpando carne... Os peões falaram: "Agora você é peão mesmo". Foi muito importante. O maior laboratório que já fiz para uma novela. 

Ele explica que a trajetória do personagem será "bem complexa, cheia de camadas":

- Tadeu é filho do José Leôncio (Renato Góes/Marcos Palmeira) e da Filó (Leticia Salles/Dira Paes). Ela segurou essa informação por um tempo e só disse a verdade quando a mulher dele (Madeleine, vivida por Bruna Linzmeyer e, na segunda fase, por Karine Teles) levou o filho legítimo embora. Tadeu é nascido e criado no Pantanal, no lombo do cavalo do pai. Para ele, sempre foi uma relação normal. Ele não se sentia preterido. Chamava de padrinho, porque era um segredo guardado a sete chaves, mas, quando estava em casa ou na lida, havia um tratamento de pai e filho. Só que, depois de 20 anos, Jove (Jesuíta Barbosa) volta. E isso desperta o ciúme do Tadeu. Ele vê o que gostaria de ter como olhar paterno e nunca teve. Então, questiona a mãe, despeja esses pensamentos nela. Ao mesmo tempo, esse pai padrinho é o herói dele, a maior referência de homem que tem.

Por conta disso, os embates com o irmão serão intensos:

- Nasce o sentimento de competição pelo pai, mas não só isso. A primeira paixão do Tadeu, Guta (Julia Dalavia), se liga logo no irmão. E ela vai sofrer, porque o Jove só quer saber da Juma (Alanis Guillen). Tadeu meio que compra essa briga por ela. E eles numa hora se envolvem. Guta começa a olhar a nobreza e a delicadeza que o Tadeu tem por trás da casca grossa.

Se em cena as brigas se multiplicam, fora dela, é tudo diferente. José Loreto e Jesuíta Barbosa se tornaram grandes amigos. Recentemente, Loreto postou uma foto no Instagram em que os dois aparecem nus num rio. Ele fala sobre a repercussão:

- Estávamos na casa do Almir Sater. Todo domingo a gente tentava curtir lá. Ele fazia feijoada. A gente ficava se banhando no rio. E nesta foto resolvemos tirar a sunga. Acho que precisamos acabar com esse preconceito, com esse pudor todo. Somos amigos, fazemos irmãos, temos afeto. Acho que é uma forma de quebrar padrões. Para nós, foi tão natural e leve. É até estranho repercutir assim.

Apesar de manter um contato muito próximo com a natureza no período, Loreto não conseguiu abrir mão da tecnologia. Por uma razão especial: foi pelo celular que o ator matou as saudades da filha diariamente. Ele é pai de Bella, do casamento com a atriz Débora Nascimento, de quem se separou em 2019:

- Nesses dois meses no Pantanal, consegui voltar para casa quatro dias. Lembro da emoção do meu pai quando minha irmã voltou do intercâmbio. Tive essa sensação. Mas a Bella ficou superbem com a mãe. E minha família está sempre por perto também. Quero ter a oportunidade de, até o fim da novela, levá-la para lá.

Ele conta que está num novo relacionamento:

- Eu não estou namorando nem solteiro. Ainda não namoro, mas não posso dizer que não tenho uma relação.

O ator diz que há espaço para um novo casamento em sua vida:

- Penso em me casar de novo, mas de outra forma. Quando casei, tinha 27 anos e a Débora, 26. Eu vou fazer 38. Carrego os aprendizados dessa relação e de outras. Hoje penso em casar com muita leveza, lá para frente, encontrando alguém que seja parceira. Sem os moldes antigos, que não cabem mais. Mas essa coisa é volúvel também. Hoje penso assim, mas a gente vai amadurecendo, trocando de opiniões e ideias.

 

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