Yasmin Garcez fala da estreia como diretora de cinema e da filha

 

Feliz com o primeiro mês da filha, Amora, a atriz Yasmin Garcez também comemora o lançamento do documentário sobre autismo "Delicadeza é azul", que marca sua estreia como diretora de cinema:

- Comecei o projeto em 2015, depois que eu fiz a série "Dois irmãos". Sempre senti a necessidade me expressar de formas variadas, além da atuação. Aí tive a ideia e pensei um pouco sobre qual seria o melhor formato: peça, filme etc. Concluí que o documentário poderia alcançar mais gente, até em outros países. Chamei um amigo, o Sandro Arieta, que divide a direção comigo, e selecionei as pessoas que gostaria de entrevistar. Fomos fazendo aos pouquinhos. Neste momento, estamos negociando a ida para o streaming também. 

A atriz decidiu falar sobre autismo quando visitou uma escola inclusiva. Lá, ela conheceu uma criança que estava dentro do espectro e se comoveu com o isolamento da menina. Para traçar sua narrativa, Yasmin decidiu falar dos cinco sentidos humanos. Então, convidou artistas de diferentes áreas:

- Bob Wolfenson, fotógrafo, fala da visão; Ney Matogrosso, da audição; Veronica Kato, uma perfumista, trata do olfato; Suzana Queiroga, artista plástica, do tato; e Roberta Sudbrack, chef de cozinha, do paladar. Quis uma personalidade para cada sentido porque o autista direciona a atenção dele para um sentido específico de maneira muito intensa. 

Assim como o projeto, Amora proporciona inúmeras alegrias a Yasmin. Casada com o ator David Junior, ela diz que pensa em celebrar sempre:

- Achava que não ia me importar com essa coisa de mesversário, mas agora que comemorar toda semana. A Amora é um anjo, não tenho do que reclamar. É uma energia maravilhosa. Com certeza, a maior obra que eu já fiz na minha vida. Eu e David falamos isso todos os dias. Único defeito é que ela troca o dia pela noite. É um cansaço muito grande que eu sinto. Nossa parceria também está sendo ótima. Felizmente, o David não está gravando e consegue dividir tudo comigo. Isso é muito importante. Criar um bebê sem rede de apoio, ainda mais no contexto atual, seria muito difícil. 

 

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O parto, planejado durante toda a gestação, quase não aconteceu da maneira que Yasmin desejava:

- Eu queria muito o parto normal, era um desejo imenso. Apesar de ter passado muito mal na gravidez, senti bastante todo o processo. Ficava encantada com cada etapa, vendo o corpo criando recursos para acomodar aquele bebê. Me emocionava muito e queria que o parto fosse um complemento disso. Procurei uma médica que fazia parto normal e me preparei. Onze e pouca da noite de uma quinta-feira, minha bolsa estourou e fomos para a maternidade. Quatro horas depois da bolsa rompida, nada de contração. O limite para o bebê nascer são 24 horas depois da bolsa rompida, senão começa a ser arriscado. Então, quando passaram 12 horas, comecei a induzir. Pouco depois das 24, à 0h11m de sábado, ela nasceu. Foram dez horas de contrações. Sonhava em ser aquelas mulheres que chegam ao hospital e, três ou quatro horas depois, já pariram, mas não foi assim. O David ficou ao meu lado o tempo todo, não quis doula. Ele estudou muito para isso, fez cursos de gestação e parto. Quando ela veio, mesmo depois de tanta dor, esqueci tudo e já perguntei quando é o próximo.

Segundo ela, o casal realmente pretende aumentar a família:

- A gente quer mesmo. Crianças são ótimas, a gente é que estraga. Para quem tem essa vontade de gerar pessoas e acompanhar o crescimento através da maternidade e da paternidade, é um presente. Um motivo de transformação pessoal mesmo. A gente muda muito e quer mudar todos os dias para ser melhor para os filhos.