Cassio Gabus Mendes relembra novela com a mulher, Lídia Brondi

 

 

Trinta anos depois, Cassio Gabus Mendes pode ser visto novamente no ar num dos grandes papéis da sua carreira: o Doca, de "Mel bem, meu mal", novela que acaba de estrear no Globoplay. Para o ator, o trabalho tem um significado especial. Além de a história ter sido escrita pelo seu pai, Cassiano Gabus Mendes, ele fez par romântico com Lídia Brondi, com quem passou a viver em 1991 e está casado até hoje:

- Existe uma lenda popular de que eu a Lídia ficamos juntos nesta novela. Na verdade, não foi nada disso. Já tínhamos feito 'Vale tudo' (1988) e 'Tieta' (1989). Em 'Meu bem, meu mal', fomos par romântico, mas era uma relação profissional. Como atores, tínhamos muita química em cena. Ela sempre foi uma atriz maravilhosa. Foi depois da novela, fora do ar, que nos aproximamos e ficamos juntos.

A novela foi o último trabalho de Lídia como atriz. Depois disso, ela se afastou dos holofotes e passou a se dedicar à psicologia. Cassio diz que, em casa, os dois quase não conversam sobre a profissão:

- Tem muitos anos que a gente não fala sobre atuação ou novelas. Evidentemente, vez ou outra acaba passando uma cena nossa e a gente comenta. Mas não é um dos temas recorrentes no nosso cotidiano. 

Com diversos trabalhos de lá para cá, Cassio, de 59 anos, afirma que o que mais ficou marcado na sua memória foi a relação com o elenco nos bastidores.

- A novela foi gravada num estúdio no Rio de Janeiro fora da Globo. Então, ficávamos isolados de tudo e todos. E isso acabou permitindo que criássemos uma convivência intensa e legal. Pensando nisso hoje, me lembro especialmente daqueles colegas que já partiram, como, por exemplo, a Zilda Cardoso, que interpretou a minha avó.

Sobre a relação de ator e autor com o pai, ele conta que não havia privilégios. Muito pelo contrário. Na época, os dois já tinham trabalhado em "Elas por elas" (1982), "Champagne" (1983), "Ti ti ti" (1985) e "Brega & chique" (1987). 

 - O meu pai sempre foi muito profissional comigo e com o meu irmão (Tato Gabus Mendes). Não era de passar a mão na cabeça. Quando estávamos juntos em família, quase não falávamos sobre trabalho. De vez em quando, ele elogiava uma cena específica ou outra. Mas era raro. Ele costumava até ser mais tranquilo com os outros atores do que com a gente - diverte-se Cassio. 

 

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O ator está em quarentena em sua casa em São Paulo desde o fim de "Éramos seis", novela que, nos capítulos finais, já precisou ser gravada com algumas adaptações de segurança por conta da pandemia. Ele comenta que não teve grandes problemas com relação ao isolamento social, pois sempre foi bastante caseiro. O que mais pesou, principalmente no início da pandemia, foi o cuidado com a higiene:

- Eu tenho paranoia com limpeza e, antes disso tudo, já tinha mania de andar com um vidro de álcool em gel no bolso. Com a pandemia, a paranoia se multiplicou e eu cheguei a ficar com as minhas mãos todas queimadas de tanto passar álcool. Agora, já consegui chegar a um meio termo. 

No período em casa, um dos seus hobbies têm sido utilizar o Instagram, ferramenta a que aderiu por pressão de sua agente:

- Eu sempre fui muito lento nesta coisa de redes sociais. Mas sei que a nossa profissão vem mudando e que hoje elas são uma parte importante. Comecei a mexer no Instagram, timidamente, com medo de apertar o botão errado. Hoje, estou mais à vontade. Ainda tenho fobia é de gravar vídeos falados. Mas esse com certeza é um próximo passo que vou trabalhar.

 

 

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