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Armando Babaioff: 'Sou operário, não vou tirar férias em iate de luxo'

Gabriel Menezes

Armando Babaioff (Foto: Guilherme Lima)Armando Babaioff (Foto: Guilherme Lima)

 

Em clima de despedida de "Bom sucesso", que chegará ao fim nesta sexta-feira, 24, Armando Babaioff afirma que a novela foi um divisor de águas na sua carreira:

- O que mais me assustou foi ver como as crianças amam o Diogo, apesar de toda a maldade. Acho que é por causa da aura de desenho animado. Ele passou a novela inteira tentando matar o Alberto (Antonio Fagundes) e não conseguiu. É praticamente o Frajola atrás do Piu-Piu. 

Ele acrescenta que teve uma grande liberdade para compor o personagem:

- O Diogo é um mistério. Ninguém sabe nada sobre o passado dele. A partir daí, fui reunindo elementos para criá-lo, como a cueca vermelha, o fato de ele não usar meias e as bufadas que dá quando está impaciente.

Outra característica que se tornou uma marca registrada do vilão foi a forma como ele masca chiclete: 

- Na sinopse da novela, o Diogo seria fumante. A direção, no entanto, decidiu tirar esse detalhe, até por conta do horário de exibição. Acontece que, para mim, era uma característica que já estava mentalizada. Foi daí que sugeri que ele aparecesse como um ex-fumante que masca chiclete de nicotina. O elemento acabou dando muito certo e proporcionou um tom a mais de humor para o personagem. 

 

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Apesar do sucesso, Babaioff diz que não se ilude com o glamour da profissão e a fama: 

- Aonde vou faço questão de deixar claro que não sou uma celebridade e que não vivo como tal. Sou um operário que precisa ralar muito. Não tenho contrato fixo com a Globo. Agora, com o fim da novela, não vou tirar férias em nenhum iate de luxo ou viajar. Vou voltar para o teatro e correr atrás de trabalho para pagar as minhas contas. 

A partir do dia 1°, ele voltará aos palcos com o premiado espetáculo "Tom na fazenda", que reestreia em curta temporada no Teatro Petra Gold, no Leblon. Ele comenta que outras datas já confirmadas em várias cidades se tornaram incertas. A peça tem temática LGBT e conta a história de um publicitário que conhece a família do falecido namorado.

- Estamos enfrentando dificuldades burocráticas por parte do governo. Essa peça é o meu ganha-pão e de outras 12 pessoas. Estamos sofrendo diretamente com a guerra contra a cultura que surgiu nesse país - lamenta. 

Ator desde os 11 anos, ele confessa que já passou por inúmeras crises na profissão:

- Penso em desistir todos os dias. O Brasil é um país que não tem memória e que não valoriza a sua cultura. As pessoas não veem que os artistas são os cronistas do seu tempo. Não quero ter um contrato e me acomodar como um ator de televisão. Sou um artista e desejo me expressar de todas as formas possíveis. 

Veja o que acontecerá no último capítulo de "Bom sucesso":

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