![Série '30 segundos', da HBO Max (Foto: Divulgação) — Foto:](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/Sm2AxMUVpokWTKZSLv-tyWUZzTw=/0x0:640x424/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/3/D/P9SRQaS4env0MW6j3Bwg/2022-07-07-segundos.jpg)
"Mad men”, a série da HBO que chegou ao fim em 2014 deixando a crítica e o público morrendo de saudades, tinha um subtítulo: “Inventando verdades”. Ela fazia um retrato da publicidade americana nos anos 1960. O universo das agências era charmoso, cheio de mentes criativas e também irrigado com muito dinheiro e uísque. Era uma ficção ambientada em Nova York, mas quem assistir a “30 segundos”, na HBO Max, se lembrará de Don Draper (Jon Hamm), seu protagonista.
A produção da Mixer tem direção de João Daniel Tikhomiroff. Ela mostra propagandas premiadas e ouve os maiores especialistas do setor. Relembra criações que marcaram a vida de todos os que estiveram diante da televisão desde 1950.
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Há trechos deliciosos. A analogia do imposto de renda com um leão, por exemplo, foi criação da publicidade. E, uma curiosidade: o autor de novelas Silvio de Abreu era o ator que contracenava com o bicho. E mais: o jingle “Varig Varig Varig” saiu da cabeça de Boni e contra a vontade de Ruben Berta, o dono da empresa, que achava que “aviação não combina com música”.
A série monta um painel completo. Assim como a teledramaturgia, a propaganda tem uma antena sintonizada com a sociedade. Às mulheres, por exemplo, cabia anunciar produtos “para a dona de casa e mãe”. Essa mulher de vida limitada está em extinção. E essa evolução é bem documentada no programa. Faz pensar na lição de Don Draper. Ele dizia: “a publicidade trata do que o consumidor deseja, mas nem sabe que deseja”. Vale conferir.