Crítica
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Por Patrícia Kogut


Série '30 segundos', da HBO Max (Foto: Divulgação) — Foto:
Série '30 segundos', da HBO Max (Foto: Divulgação) — Foto:

"Mad men”, a série da HBO que chegou ao fim em 2014 deixando a crítica e o público morrendo de saudades, tinha um subtítulo: “Inventando verdades”. Ela fazia um retrato da publicidade americana nos anos 1960. O universo das agências era charmoso, cheio de mentes criativas e também irrigado com muito dinheiro e uísque. Era uma ficção ambientada em Nova York, mas quem assistir a “30 segundos”, na HBO Max, se lembrará de Don Draper (Jon Hamm), seu protagonista.

A produção da Mixer tem direção de João Daniel Tikhomiroff. Ela mostra propagandas premiadas e ouve os maiores especialistas do setor. Relembra criações que marcaram a vida de todos os que estiveram diante da televisão desde 1950.

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Há trechos deliciosos. A analogia do imposto de renda com um leão, por exemplo, foi criação da publicidade. E, uma curiosidade: o autor de novelas Silvio de Abreu era o ator que contracenava com o bicho. E mais: o jingle “Varig Varig Varig” saiu da cabeça de Boni e contra a vontade de Ruben Berta, o dono da empresa, que achava que “aviação não combina com música”.

A série monta um painel completo. Assim como a teledramaturgia, a propaganda tem uma antena sintonizada com a sociedade. Às mulheres, por exemplo, cabia anunciar produtos “para a dona de casa e mãe”. Essa mulher de vida limitada está em extinção. E essa evolução é bem documentada no programa. Faz pensar na lição de Don Draper. Ele dizia: “a publicidade trata do que o consumidor deseja, mas nem sabe que deseja”. Vale conferir.

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