Crítica
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Por Patrícia Kogut


Gloria Perez em “Pacto brutal: O assassinato de Daniella Perez” (Foto: Reprodução) — Foto:
Gloria Perez em “Pacto brutal: O assassinato de Daniella Perez” (Foto: Reprodução) — Foto:

Daria para fazer uma crítica mais técnica de “Pacto brutal: O assassinato de Daniella Perez”, cujos dois primeiros episódios (serão cinco) chegaram à HBO Max. Mas para quem viveu aquela época, lembra bem daquela tragédia e ouve a mãe de Daniella, Gloria Perez, outro tipo de análise se impõe, mais emocionada. É impossível não respirar com o seu luto — ou perder o fôlego junto, quando ela pede um momento para retomar o ar. O espectador se solidariza com aquela dor narrada com tanta coragem e dignidade. Gloria é a principal figura do documentário. E quem dá o tom de tudo.

As imagens chocantes do corpo de Daniella são mostradas diversas vezes. Há entrevistas do marido dela, Raul Gazolla, de amigos, de policiais, de jornalistas e da moradora do Recreio cujo pai foi fundamental para desvendar o crime. A pesquisa é séria e a escolha de Tatiana Issa e Guto Barra por não dar voz aos criminosos foi declarada em entrevistas com honestidade. “Pacto brutal” faz pensar na frase da escritora americana Joan Didion em “O ano do pensamento mágico”: “a vida muda num instante”. Como relembra Gloria, o dia do assassinato começou comum, e, sem aviso algum, acabou em desgraça. É um programa triste e difícil de digerir. Mas que merece ser assistido. Antes, preparem os corações.

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