![Taís Araujo e Alejandro Claveaux como Anita e Samuel, respectivamente (Foto: Divulgação) — Foto:](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/yvV_wCDumqg4Th7GzlWXO-u7qTA=/0x0:640x424/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/U/t/rhtIfNSQOm7EDMV8S9AA/2022-07-08-assets-fotos-945-samuel-morre-apos-atropelamento-5bcfad83b51e.jpg)
As novelas das 19h têm características que as consagraram: são comédias leves, com histórias de amor e até de superação, contadas de uma maneira fácil de entender. Um respiro entre melodramas das 18h e a realidade do jornalismo e da história mais “adulta” da 21h. Escrita por Cláudia Souto, “Cara e coragem”, sem alarde, sem anúncio prévio, está inovando. Tem humor e amor impossível, mas com duas novidades. Uma, no conteúdo: é de suspense. Outra, na narrativa: a história é contada no passado e no presente, e, ousadia maior, não de forma linear. No conteúdo, trata-se de saber o que de fato houve com Clarice e Anita (Taís Araujo).
Na narrativa, o espectador vai sendo alimentado pela investigação — tanto a policial como a dos protagonistas, Moa (Marcelo Serrado), Pat (Paolla Oliveira) e Ítalo (Paulo Lessa) — e por flashbacks. Somos informados que Clarice era casada com Jonathan (Guilherme Weber). Mas o público só vai conhecer os detalhes quando o personagem reviver suas memórias. Um pescador namorava Anita acreditando que ela era Clarice, a polícia logo descobre. Os pormenores são revelados por uma lembrança dele (e de Anita) alguns dias depois. Assim, os flashbacks vão montando um mosaico. Ele, no entanto, está sempre incompleto, à espera de uma nova lembrança ou de algum avanço nas investigações.
Para uma trama das 19h, essa sofisticação na narrativa embutia riscos. Se bem-feita, tinha chances de sucesso. A levar em conta os índices de audiência, os riscos têm sido superados.
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