!['Curb your enthusiasm', da HBO (Foto: Reprodução) — Foto:](https://cdn.statically.io/img/s2-oglobo.glbimg.com/F-74z4O3GDVWap43-6gojyEwzAk=/0x0:640x424/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/2/U/LE1IjhSPSypa0RRRmZbw/2022-06-28-curb-your.jpg)
Tenho falado bastante aqui sobre “Seinfeld”, “Curb your enthusiasm” e o humor politicamente incorreto de Larry David. Dia desses, também citei o novo stand-up de Ricky Gervais. Todos esses programas enveredam pela comédia vista hoje como anacrônica ou agressiva. Muitos leitores me escreveram comentando, por isso volto ao assunto.
No caso de “Seinfeld”, ela é uma série antiga e se alinha com o que se praticava entre os anos 1980/90. Muito do que era aceitável naquela época hoje soa mal mesmo. Mas quem acompanhar os episódios na ordem cronológica notará uma evolução da abordagem de temas delicados. A chegada do politicamente correto vai alcançando as piadas.
Em “Curb”, David ri de tudo. É iconoclastia. Há muita crítica à homofobia, ao machismo, ao racismo e a preconceitos em geral. Quem fizer uma leitura literal pode até achar que o roteiro reverencia essas coisas. Só que, na verdade, é pura visão ácida. Gervais também tenta isso em seu stand up. Embora seja um grande profissional, dessa vez ele nem sempre alcança seu objetivo.
Uma leitora escreveu comentando tudo isso e mandou um vídeo de Laerte com Cazé Pecini na série “Meu nome é correria” (no YouTube). Nele, a cartunista lembra algo dito pelo fundador do grupo Parlapatões, Hugo Possolo: “Pode fazer piada de qualquer coisa. Importante é saber de que lado da piada você está”. E completa: “Piada não é um território neutro. Em busca da risada, você não abandona o mundo ideológico”. Vale ver.
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