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Zezé Motta: 80 anos entregando tudo

Luísa Pécora escreve sobre os 80 anos de Zezé Motta, exercício que exige, tanto da jornalista quanto do público, olhar para o presente

Publicado em 27/06/2024

Atualizado às 15:43 de 08/07/2024

Por Luísa Pécora

Um texto que se propõe a celebrar o aniversário de um artista deve, necessariamente, olhar para o passado. Buscar, nos anos e décadas anteriores, os trabalhos e acontecimentos que melhor sejam capazes de traduzir a relevância de sua obra e a dimensão de sua contribuição artística. Mas escrever sobre os 80 anos de Zezé Motta também exige olhar para o presente. Com cinco décadas de história nos palcos e nas telas, durante as quais lançou mais de 70 filmes, 50 projetos para a televisão e dez discos, a artista vive um dos momentos mais movimentados da carreira.

Desde que o ano começou, Zezé foi tema de uma mostra na Cinemateca Brasileira e de uma série documental produzida pela Globoplay; subiu aos palcos de diferentes cidades para cantar o repertório de Caetano Veloso; participou dos shows e do CD Pérolas negras - Um tributo a Luiz Melodia; integrou o elenco de Príncipe Lu e a lenda do dragão, lançado nos cinemas, e de Se eu tô aqui é por mistério, exibido em festivais; ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema Internacional de João Pessoa pelo curta Deixa (2023); publicou mais de cem posts para seus 851 mil seguidores no Instagram; foi garota propaganda em anúncios de aveia, bebida alcóolica e produtos de beleza.

Em outras palavras, Zezé chega aos 80 marcando presença nos palcos, nas telas e nas redes sociais. “Ela traz uma ideia de possibilidade, de que é possível e é real”, definiu Mariana Jaspe, diretora e roteirista de Deixa. “Porque, às vezes, é possível, mas está distante. E, com Zezé, é real. É físico. Existe. Está aqui e agora”.

Muito prazer

Maria José Motta nasceu em 27 de junho de 1944 em Campo dos Goytacazes (RJ), filha da costureira Maria Elazir e do músico Luiz Motta. Antes de completar três anos, mudou-se para o Rio de Janeiro com a família, que se estabeleceu no Morro do Cantagalo. Zezé, porém, foi deixada aos cuidados de um tio que trabalhava como porteiro no Leblon; viveu com ele até os seis anos, quando passou a estudar em um internato para meninas.

A melhora da situação financeira dos Motta antecipou a saída de Zezé do colégio interno e, aos 12 anos, ela voltou a viver com os pais, que agora também estavam no Leblon. Em um ambiente de amor à música, no qual o rádio estava sempre ligado, a jovem de “bom ouvido” passava horas na companhia de grandes intérpretes como Ângela Maria (1929-2018), Cauby Peixoto (1931-2016), Jorge Goulart (1926-2012) e Ellen de Lima.

Mas o sonho de cantar profissionalmente ainda teria de esperar algum tempo. Para dar apoio financeiro à mãe após o divórcio dos pais, Zezé conseguiu emprego em um laboratório e seguiu com os estudos na escola Santos Anjos, que considera essencial em sua formação. Foi lá que fortaleceu sua consciência política e o amor pelas artes e onde viveu as primeiras experiências no palco, apresentando-se em espetáculos encenados pelo grêmio recreativo. “Eu era tão dedicada que trocava tudo para estar lá”, disse a artista na biografia Zezé Motta: muito prazer, escrita por Rodrigo Murat. “Nos finais de semana, não queria saber de praia, festinha, nada; só queria ensaiar”.

A dedicação chamou a atenção do professor Jader de Brito, que ajudou Zezé a conseguir uma bolsa de estudos no Tablado, tradicional escola de teatro fundada por Maria Clara Machado (1921-2001). As incertezas sobre a viabilidade da carreira de atriz levaram Zezé a manter o emprego no laboratório e a fazer, em paralelo, um curso de Contabilidade. Ela, aliás, é contadora formada. “Mas. hoje em dia, só sei contar história”, brincou, em depoimento à série Cada voz, da Enciclopédia Itaú Cultural.

A atuação de Zezé em Miss Brasil, sua peça de formatura no Tablado, impressionou o ator Flávio São Thiago (1945-2002), que estimulou a atriz a fazer testes para o espetáculo Roda viva. A peça, que foi escrita por Chico Buarque e dirigida por José Celso Martinez Corrêa (1937-2023), chegou aos palcos em 1968 e se tornou símbolo da resistência artística durante a ditadura militar (1964-1985). Para a atriz, Roda viva representou o início da carreira profissional e da amizade com Marília Pêra (1943-2015), que entrou para o elenco na temporada paulistana. Foi Marília quem sugeriu que Maria José Motta passasse a usar outro nome: Zezé.

Xica da Silva

O ano de 1968 também marcaria a estreia de Zezé na televisão, como parte do elenco da novela Beto Rockfeller, exibida pela TV Tupi. Não demorou para que a atriz chegasse ao cinema, com pequenas participações em filmes do início da década de 1970.

Mas foi com Xica da Silva (1976) que ela encontrou seu primeiro grande papel na telona e uma das personagens mais icônicas da carreira. Dirigido por Cacá Diegues e ancorado na vibrante atuação de Zezé, o filme narra a trajetória de Chica da Silva (c. 1732-1796), mulher escravizada e alforriada que ascendeu social e politicamente na Minas Gerais do século 18. A produção teve sucesso arrebatador: levou mais de três milhões de brasileiros ao cinema, viajou para dezenas de outros países e deu projeção nacional e internacional à Zezé, que ganhou o troféu de melhor atriz no Festival de Brasília, entre outros prêmios.

O erotismo da personagem também fez com que Zezé se tornasse símbolo sexual. Naquele momento, como em inúmeras ocasiões posteriores, a atriz afirmou encarar a nudez com naturalidade e não reconhecer objetificação nas imagens de Xica da Silva. “Eu fazia parte de um grupo que era taxado de feio: preta, bunduda, cabelo crespo. Então, me ver nas manchetes como uma das mulheres mais sexy fez muito bem para a minha autoestima”, escreveu a artista no Instagram. "eu sei, na época, como foi libertador me sentir desejada por todos os lugares que eu andava”.

Mas quase 50 anos depois do lançamento, e no contexto das discussões sobre a hipersexualização midiática das mulheres negras, Xica da Silva segue sendo alvo de debate: seria um caso de representação estereotipada ou empoderada? Para a jornalista, professora e pesquisadora Rosane Borges, trata-se de uma figura complexa e “de várias camadas”, que não necessariamente se excluem. “O filme reprisa as questões de estereótipo e objetificação e reduz o poder da personagem real ao deixar o espaço privado muito destacado. Mas mesmo com todas as camadas de estereótipo e reducionismo, Xica da Silva teve um papel fundamental não só para a carreira da Zezé Motta, mas, também, para pensarmos as trajetórias negras no audiovisual brasileiro”.

De acordo com a pesquisadora, o fato de Zezé ter protagonizado uma obra de grande alcance teve impactoindiscutível”. “Ela faz o filme com muito talento artístico e entrega profissional, e passa a ser chave de leitura para presenças e ausências [dos artistas negros nas telas]”, afirmou. “É uma atuação que gravita entre esses dois extremos: ora a análise crítica, da objetificação do corpo, ora a análise positiva, pois Chica da Silva acabou forçando o cinema brasileiro a não só tematizar a mulher negra, mas, também, dar protagonismo a ela".

Pop star

O sucesso do filme permitiu que Zezé finalmente desse início à carreira musical. Ela já havia sido crooner em casas de show e gravado o LP Trem noturno (1975) em parceria com Gerson Conrad, mas queria mergulhar mais fundo na paixão que carregava desde a infância. Para isso, contou com a ajuda do produtor musical Guilherme Araújo (1936-2007), que candidatou-se para ser seu empresário e a apresentou a grandes nomes da música popular brasileira, que compuseram várias das canções de seu álbum de estreia, Zezé Motta, lançado em 1978. 

É o caso, por exemplo, de “Pecado original”, escrita por Caetano Veloso; “Crioula”, de Moraes Moreira (1947-2020); “Dores de amores”, de Luiz Melodia (1951-2017), um dos principais parceiros musicais de Zezé; e da emblemática “Muito prazer”, composta por Rita Lee (1947-2023) e Roberto de Carvalho, que abre o disco com os versos: 

Muito prazer, eu sou Zezé
Mas você pode me chamar como quiser
Eu tenho fama de ser maluquete
Ninguém me engana nem joga confete

Muito prazer, eu sou Zezé
Uma rainha, uma escrava, uma mulher
Uma mistura de raça e cor
Uma vida dura mas cheia de sabor

De lá para cá, Zezé também gravou os álbuns Negritude (1979), Dengo (1980), Frágil força (1984), Chave dos segredos (1995), Divina saudade (2000), Negra melodia (2011) e O samba mandou me chamar (2018). Grande parte desses trabalhos foram acompanhados de turnês pelo Brasil e apresentações em países como Estados Unidos, França, México, Argentina, Angola e Portugal.

Negritude

Se o sucesso de Xica da Silva deu gás à carreira musical de Zezé, também esperavam-se muitas outras oportunidades de protagonismo no cinema e na televisão. Mas não foi isso o que ocorreu. Debruçar-se sobre a trajetória de Zezé traz sensação semelhante à de assistir ao documentário Diálogos com Ruth de Souza (2022), de Juliana Vicente: a de que atrizes como elas teriam tido carreiras ainda mais brilhantes, e reconhecimento financeiro muito maior, se o racismo da sociedade e do audiovisual brasileiro não tivesse sido um fator.

Segundo Rosane Borges, a própria Ruth de Souza (1921-2019) falava sobre como a invisibilidade do ator negro não se dá apenas na completa ausência de personagens, mas também por outros dispositivos, como a redução de falas e importância narrativa. “Zezé Motta foi vítima desse processo excludente operado pelo racismo, e seu legado também está nos personagens que não interpretou”, disse a pesquisadora. "Todos perdemos por não termos tido a presença de uma mulher como ela em boa parte da nossa dramaturgia”.

Em sua biografia, a atriz narrou um episódio emblemático das dificuldades que enfrentou para encontrar bons personagens na televisão. Depois de Xica da Silva, ela foi convidada a participar do programa Caso especial, exibido pela Globo em 1977, que adaptava o conto “Feliz aniversário”, de Clarice Lispector (1920-1977). “Achei que estavam me convidando para um papel incrível. que, quando cheguei lá, vi que era para servir doces. Uma figuração. Fiquei muito indignada e disse: Não, obrigada’”. 

Foi a primeira de várias ocasiões em que Zezé se recusou a interpretar empregadas, como contou no depoimento à série Cada voz: “Esbarrei naquela questão de só me darem o mesmo personagem para fazer, que era a serviçal, a faxineira, a doméstica. Nada contra o papel de doméstica, mas o que me incomodava era aquele personagem de empregada doméstica que não fazia parte da trama. Ela apenas abria a porta, fechava a porta, [dizia] ‘sim, senhor’, ‘sim, senhora’, serve o cafezinho, serve água, entrava muda e saía calada. E eu falava: ‘Meu Deus, tive o privilégio de fazer um Tablado, o curso mais sofisticado da época, e, no entanto, estou aqui [nessa situação]. Foi bem delicado, mas aí comecei a denunciar, a dar cotovelada”.

A atriz costuma destacar dois momentos no que diz respeito à formação de sua consciência racial. O primeiro ocorreu em 1969, quando viajou aos Estados Unidos para encenar Arena conta Zumbi e Arena conta Bolívar. Na época, Zezé alisava os cabelos e usava, por cima, uma peruca lisa de corte chanel, o que chocou a população negra do Harlem, bairro nova-iorquino sob forte influência do movimento Black Is beautiful. Após se apresentar, Zezé voltou ao hotel e tomou um longo banho para que seu cabelo voltasse ao natural. “Ali eu comecei a me aceitar como negra”, afirmou, em sua biografia. “Saí nas ruas do Harlem e reparei que os negros americanos andavam de cabeça erguida. Não tinham essa postura subserviente que eu sentia no Brasil e em mim mesma”.

Retrato em preto e branco da cantora e atriz Zezé Motta. Na imagem, a artista está de lado, com as mãos unidas segurando um microfone e sorri. Ela é uma mulher negra, de cabelos encaracolados e usa vestido preto e branco.
Zezé Motta | imagem: Jardiel Carvalho

O outro momento-chave ocorreu no final dos anos 1970, já depois do sucesso de Xica da Silva. Frequentemente questionada sobre a realidade das mulheres e atrizes negras, Zezé sentiu que precisava “aprimorar seu discurso” e se matriculou em um curso de cultura negra ministrado por Lélia González (1935-1994): “Logo na aula inaugural ela disse: Não temos mais tempo para lamúrias. Temos de arregaçar as mangas e virar esse jogo”.

Senhora liberdade

Uma das formas que Zezé encontrou de “arregaçar as mangas” foi na criação do Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), lançado em 1984. Com esse pioneiro banco de dados, a artista buscou combater a falsa ideia de que atores e atrizes negros eram poucos ou não existiam, tantas vezes utilizada como justificativa para a escalação de elencos majoritária ou exclusivamente brancos. 

Questões ligadas à raça também permearam seus trabalhos nas telas. O caso mais notável é a novela Corpo a corpo, que foi ao ar em 1984 na TV Globo e voltou a ser exibida nesta semana pelo canal Viva. Na trama criada por Gilberto Braga (1945-2021), Zezé era Sônia, uma arquiteta que vivia um romance com Cláudio, interpretado por Marcos Paulo (1951-2012). Se na ficção Sônia enfrentou o preconceito da família do namorado, na vida real a atriz foi alvo de ataques racistas de espectadores que não aceitavam o relacionamento inter-racial dos personagens.

Dez anos depois, em A próxima vítima, Zezé interpretou Fátima, a matriarca de uma família negra de classe média alta, algo pouco visto nas novelas até então. E, em 2019, foi Neuza em Juntos a magia acontece, primeiro especial de Natal da Globo centrado em uma família negra e em um Papai Noel negro.

No cinema, Zezé voltaria a trabalhar com Cacá Diegues em Orfeu (1999), Tieta (1996), Dias melhores virão (1989) e Quilombo (1984), no qual interpretou a guerreira Dandara, mulher de Zumbi dos Palmares. À lista de seus filmes mais marcantes, somam-se Tudo bem (1978), de Arnaldo Jabor (1940-2022), famoso pela icônica cena em que Zezé dança na cozinha, e Carolina (2003), de Jefferson De, no qual viveu a escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977). 

No depoimento ao projeto Cada voz, concedido em 2022, Zezé disse que os avanços no audiovisual têm sido lentos. “Você só vê muitos atores negros em cena quando o tema é escravidão. Ainda temos muita luta pela frente. O ator negro precisa de protagonismo”.

Quero porque quero

Foi esse protagonismo que a diretora e roteirista Mariana Jaspe buscou dar a Zezé em Deixa. Ao contar a história de Carmen, uma mulher que vive seu último dia de liberdade antes de o marido sair da prisão e voltar a viver com ela, o filme desafia diferentes aspectos da representação feminina tradicional. A protagonista, além de negra e idosa, também vive um relacionamento amoroso e sexual com um homem décadas mais novo, interpretado por Dan Ferreira.

Mariana disse ter pensado o filme para a atriz, que considera sua “musa maior”. “A gente vive a época da imagem. Se você procura Zezé Motta no Google, que imagem você vê?”, questionou. “Eu queria que a gente visse Zezé belíssima, poderosíssima, pegando o novinho gostoso. Essa é a imagem, foi esse o print que quis produzir: essa mulher, nessa idade, com o corpo dela, sendo desejada do jeito que ela é”.

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Mariana tinha apenas dois dias para rodar o curta e planejou em detalhes a filmagem da cena de sexo, em que estariam presentes apenas ela e o diretor de fotografia Fernando Marron. Para a cineasta, era essencial preservar a intimidade dos atores e, ao mesmo tempo, criar uma cena de sexo sexy, “com pele, corpo e tesão”. “Houve todo um pensamento sobre como ia ser, como íamos iluminar, como íamos pensar os planos e como íamos cuidar da Zezé”, contou a diretora. “E quando a Zezé chegou, acabou a questão de tudo. Ela dizia: ‘Você quer que eu tire a roupa?’ E tirava. ‘Você quer que eu suba?’. E subia. ‘Você quer que eu gire?’. E girava. Ela era a mais tranquila, porque é muito profissional, muito técnica e muito parceira”.

Direito à vida

O momento da carreira de Zezé também é marcado pela atenção e interesse do setor publicitário. A artista, que praticamente não fez anúncios ao longo de cinco décadas, passou a ser procurada por marcas e agências apenas depois de idosa, e sobretudo nos últimos dois anos. Trata-se, segundo Rosane Borges, de um reflexo de como anunciantes "não olhavam para as pessoas negras”: “A participação de Zezé nessas campanhas é um reconhecimento tardio do racismo brasileiro e da trajetória de uma mulher que, viva, está vendo seu trabalho alçar novos patamares e ganhar impulso renovado”.

O boom de Zezé ainda reflete um movimento de recuperação e valorização de artistas pioneiros, bem como a maior presença de pessoas negras por trás das câmeras. Como Deixa, vários trabalhos recentes de Zezé são de autores negros, incluindo Juntos a magia acontece, escrito por Cleissa Regina Martins, e a antologia Histórias (im)possíveis, exibida pela Globo no ano passado e criada por Renata Martins, Jaqueline Souza e Grace Passô.

Mariana Jaspe resume a questão em termos simples: “Quando as pessoas que criam as narrativas mudam, as narrativas mudam também”, afirmou. “Você forma pessoas que têm outras vidas e outros pontos de vista e permite que essas pessoas criem novas histórias, que vão criar novos personagens, que vão chamar atores que estão na batalha há muitos anos para fazer outras coisas. O Deixa é isso: é uma pessoa fazendo um filme diferente para essa atriz. E acho que, muito lentamente, é isso que está fazendo essa roda girar de outra maneira”.

A diretora torce para que o curta crie novas e diferentes oportunidades para Zezé: “Espero que as pessoas vejam que ela pode fazer todo tipo de personagem, e não apenas a vozinha, a conselheira e da idosa sábia”.

Se na juventude Zezé representou novas possibilidades para mulheres e atrizes negras, a imagem de hoje é igualmente inspiradora: a de uma artista negra longeva que segue trabalhando e criando. “Embora não tenha tido o tempo de tela que merecia, Zezé chega aos 80 anos performando vitalidade e talento, trazendo o debate sobre a velhice negra e a velhice em geral, mostrando para o mundo o que ainda pode oferecer e nos levando a refletir sobre várias questões que desafiam a sociedade, como racismo, etarismo e machismo”, afirmou Rosane Borges. “Como se costuma dizer”, acrescentou, “Zezé chega aos 80 anos entregando tudo”.

Coluna escrita por:

 Luísa Pécora

Luísa Pécora

Jornalista e criadora do site Mulher no cinema.

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