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Morre Luiz Chagas, guitarrista da Isca de Polícia, aos 72 anos

Morte foi divulgada nas redes sociais dos filhos, os músicos Tulipa Ruiz e Gustavo Ruiz

Publicado em 10/07/2024

Atualizado às 18:48 de 10/07/2024

Morreu nesta terça-feira, 9 de julho, em São Paulo (SP), o guitarrista e jornalista Luiz Chagas, aos 72 anos. A morte, anunciada nas redes sociais dos filhos, os músicos Tulipa Ruiz e Gustavo Ruiz, não teve a causa divulgada. O velório acontece até as 14h desta quarta-feira, 10 de julho, na Bela Vista, e o enterro será às 15h30, no Cemitério Congonhas, também na capital paulista.

Nascido em Goiânia (GO), fato de sua biografia pouco conhecido, em 1952, Luiz Chagas tem uma importância incontestável para a música paulistana. Foi integrante da Isca de Polícia, banda de Itamar Assumpção (1949-2003). Nos anos oitenta, compôs algumas trilhas sonoras para cinema, como Filme demência (1986), Anjos de arrabalde (1987) e Quincas Borba (1987).

Em 2018, Luiz Chagas se apresentou em show no Itaú Cultural. O projeto solo Música de apartamento reunia canções criadas em diferentes momentos da vida.

“[O disco] reúne o que vi, vivi, sonhei. Criança, ouvia Waldir Calmon, Elvis, Calipso, Isaurinha Garcia, Miltinho. Aos 10 anos, ganhei um vistoso violão Del Vecchio dinâmico e comecei a tocar. Logo vieram os Beatles, e eu nunca mais parei”, contou o músico na época do show. Chagas também apresentou “Sushi”, do disco de estreia da filha Tulipa Ruiz, Efêmera (2010), parceria sua com ela, que também cantou em Música de apartamento.

Homem aparece em palco, de lado, com óculos escuros e camiseta vermelha. Ele usa bigode grisalho e seus cabelos são curtos, grisalhos, com calvície na parte da frente. Em cima da camiseta aparece a alça de um instrumento de corda.
Luiz Chagas tinha 72 anos (imagem: divulgação)

 

Para os mais jovens, Luiz Chagas pode ser “o pai de Tulipa”, mas sua importância vem de longe, e também no jornalismo cultural. Trabalhou nos jornais O Estado de S.Paulo, A Tarde e contribuiu para várias revistas. Em fevereiro deste ano, escreveu o obituário de Denise Assunção, atriz e irmã de Itamar Assumpção, para a revista piauí. Dizia o começo do texto:

“Nem bem 2024 raiou e Denise Assunção partiu. Sua morte em 4 de janeiro, aos 67 anos, mereceu chamada na primeira página da Folha de S.Paulo e velório no Teatro Oficina, onde a atriz, cantora, compositora e performer se apresentava desde 1984. As duas homenagens, apesar de significativas, dão somente uma tênue ideia da dimensão artística dessa mulher preta, desconhecida fora das rodas culturais alternativas.

Vale para ele mesmo, Luiz Chagas. Qualquer homenagem, por mais significativa e sincera que seja, não alcançam a importância deste músico, jornalista, homem da cultura.

 

 

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