Dr. Alessandro Martins fala como tratar as linhas verticais que surgem embaixo da pele do pescoço com o envelhecimento


“O tratamento das bandas platismais pode ser feito de duas formas. Quando não temos flacidez na região do pescoço associada à visualização das bandas do músculo platisma, o tratamento com botox. Entretanto, muitas vezes as bandas platismais estão associadas à flacidez dessa área. E aí não adianta somente tratar a contração do músculo porque a pele e a flacidez dele continuam visíveis. Neste caso, os pacientes precisam se submeter a um procedimento cirúrgico, o lifting cervical”, analisa o cirurgião plástico

*Por Alessandro Martins

As bandas platismais [linhas ou pregas verticais que aparecem embaixo da pele do pescoço]são projeções na região do pescoço que correspondem à inserção do músculo platisma. Ele pode ter vários tipos de inserção ou pode ser totalmente separado ao longo da sua exposição na região cervical. No decorrer dos anos, com a idade, as bandas tornam-se mais visíveis, não só pela não fusão na região do queixo e do pescoço, mas também porque sofrem flacidez juntamente com a maleabilidade dos tecidos dessa região. Tanto o músculo quanto a pele tornam-se mais flácidos, e essas bandas ficam visíveis, tanto de forma dinâmica (ou seja, quando a pessoa contrai a musculatura) como em repouso. Temos visto algumas celebridades mostrando este sinal de envelhecimento.

O tratamento das bandas platismais pode ser feito de duas formas. Quando não temos flacidez na região do pescoço associada à visualização das bandas do músculo platisma, o tratamento com botox, na tentativa de enfraquecer a contração desse músculo e permitir que a sua visualização seja mais discreta ou até imperceptível, é bastante adequado, simples, com uma taxa muito baixa de complicação e bons resultados. Entretanto, muitas vezes as bandas platismais estão associadas à flacidez dessa área. E aí não adianta somente tratar a contração do músculo porque a pele e a flacidez dele continuam visíveis. Esse disfarce pela toxina botulínica não será tão efetivo.

Dr. Alessandro Martins, cirurgião plástico

Neste caso, os pacientes precisam se submeter a um procedimento cirúrgico, o lifting cervical. Com o lifting cervical, através de uma cicatriz abaixo do queixo, pequena, de quatro, cinco centímetros, podemos fechar o músculo nessa região, ou seja, dar pontos unindo uma banda platismal à outra. Dessa forma, o músculo fica menos visualizado, devolvendo um contorno reto e liso à região do pescoço. Associado a esse procedimento, também fazemos a tração da pele para trás da orelha com uma cicatriz que pode estender-se até o pé do cabelo, tracionando a pele e cortando o excesso de flacidez.

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Por vezes, esse músculo é muito forte e, mesmo com a fusão dele com pontos na linha média do queixo, mesmo com a tração da pele, as bandas ainda podem ficar relativamente visíveis, causando alguma alteração do pescoço durante a contração, podendo gerar não uma linha tão evidente, mas um sinal de retração. Dessa forma, também através do face lifting, podemos seccionar todo o platisma, desde a região da orelha até onde ele se funde na linha média abaixo do queixo. Assim, o músculo se torna desinserido e enfraquecido, impedindo que, mesmo durante a contração forçada, as bandas apareçam.

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É muito importante entender que, apesar de ser uma estrutura anatômica, apesar de a fusão não ser um defeito anatômico, ela acaba causando um efeito estético desarmônico ao longo dos anos.

Pontos importantes em relação às bandas platismais:

. Às vezes, somente o face lifting sem a fusão do músculo e o enfraquecimento dele pode manter as bandas visíveis.

. O tratamento com a toxina botulínica é indicado para pacientes que têm pouca ou nenhuma flacidez de pele na região cervical.

. Tecnologias como fios de tração e até tecnologias que aumentam a contração e a espessura da pele, como o ultrassom microfocado, podem, por vezes, trazer um custo elevado ao tratamento e não resolver o problema.

. É muito importante que o tratamento seja feito por um cirurgião plástico. Nós temos estruturas anatômicas muito importantes nessa região, desde músculos que participam da mastigação e da deglutição até glândulas salivares. Tentativas por profissionais que não conhecem anatomia e não estão habilitados podem causar lesões graves, como fístulas salivares e até problemas na deglutição do paciente.

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