Esposas de milionários detalham orçamentos e gastos
Acordar tarde, sair para treinar, cuidar dos cabelos e das unhas, fazer comprinhas sem se preocupar com a fatura... Quem não quer essa vida, né? As autodeclaradas "esposas troféu" vêm viralizando nas redes sociais mostrando essa rotina, que tem como pré-requisito ter um marido que banque esse estilo de vida.
Esse conteúdo faz sucesso no TikTok tanto na gringa quanto por aqui e essas mulheres acumulam milhões de visualizações em seus vídeos. Linda Andrade, que se autointitula "Dona de casa original de Dubai", é uma das que ostentam um estilo de vida milionário,.
Ela, que tem mais de 1 milhão de seguidores, já contou que costuma gastar uma média de R$1,9 milhão de reais por mês em suas despesas, que incluem compras de luxo, salão, spa e até um investigador para se certificar de que não esteja sendo traída.
Esposas troféu colecionam milhares de curtidas nas redes
A brasileira Iasmyn Bernardes acumula mais de 3,4 milhões de views no vídeo em que conta como é uma segunda-feira comum de uma esposa troféu. Ela acorda, se embeleza, vai para a academia, leva a cachorra pra passear, faz a unha, tem o almoço pronto em casa, vai pra piscina, se arruma para o marido, fica com ele e por aí vai...
Ao gshow, Iasmyn contou um pouco de sua história. Antes da vida de esposa troféu, ela costumava ter uma rotina puxada. A TikToker começou a trabalhar adolescente, com 14 anos, e dormia meia noite para estar de pé às 5h.
"Eu acabava o trabalho, ia para a faculdade de Psicologia, que não cheguei a terminar. Eu lembro de pensar que eu tinha 20 anos e estava muito cansada. Fiz um intercâmbio para ser au pair (uma espécie de babá) nos EUA, fiquei lá com 2 bebês de 4 meses gêmeos, foi muito puxado. Eu queria passear, viajar, e eu estava simplesmente trabalhando o tempo todo", relembra ela.
Ela saiu do programa e seguiu nos EUA. "Trabalhei como garçonete e juntei muito dinheiro, voltei para o Brasil em novembro de 2021, e não queria mais saber de CLT. Eu já conhecia o Guilherme, meu marido, que é cantor e compositor sertanejo, logo na volta a gente começou a namorar, casamos e viemos morar em Goiânia", conta.
Iasmyn e o marido Guilherme — Foto: Reprodução / Instagram
O marido de Yasmin, Guilherme, tem uma empresa de composição de músicas. "Casada com ele, eu tirei um tempo para pensar no que quero fazer. Ele é um grande apoiador e foi uma mudança gigantesca para mim", diz Iasmyn.
Ela contou que, além dos comentários ácidos nas redes, também recebeu hate de pessoas próximas.
"Minha família foi a primeira a criticar, falou que eu não fazia nada, mas meu marido me apoia, cuida de mim, e a gente tem esse life style, vivemos bem, podemos morar em um lugar legal", diz ela, que está sempre cuidando da aparência e faz questão de estar bonita para o marido.
"Sou loira, meu cabelo exige muito de mim, tenho unha de fibra de vidro, botox, preenchimento labial, uso cinta na cintura, tento ao máximo cuidar da alimentação. Eu já fui bem feinha e hoje tento me cuidar bastante", diz ela.
Uma das perguntas comuns nos vídeos de Iasmyn é o que ela vai fazer se ela e o marido terminarem. A resposta é simples: "Trabalhar".
"Sei o quanto minha vida é boa, a gente passeia, viaja, não tenho do que reclamar. Se eu me separar, tenho dois braços, duas pernas, vou atrás! Neste momento, estou focada em cuidar da minha vida de casada", diz ela.
Um relacionamento assim é saudável?
Não existe resposta certa, de acordo com a especialista Denise Figueiredo, doutora em psicologia clínica com foco em relacionamentos conjugais.
"A gente tem que tomar cuidado para não ter um julgamento de valor. Aquilo que é bom pra um, não é bom para o outro. Tudo depende das experiências de vida daquela pessoa, das expectativas, dos objetivos, e o que é postado é um recorte da vida e julgar em cima desse recorte é muito pouco generoso", afirma.
Então, a relação tem que funcionar não para os seguidores do TikTok e sim para quem está vivendo. "Se, para o casal, esse arranjo está bom, se eles sentem que conseguem viver as conjugalidades e individualidades com respeito dentro deste formato, não há nada de errado", diz dra. Denise.
A especialista destaca, no entanto, que uma preocupação central nesse modelo de relacionamento é a segurança financeira das mulheres.
"Se essas mulheres ficam vulneráveis financeiramente na mão desses homens, isso pode ter um impacto na relação. Não num momento em que o casal esteja bem, mas em um momento em que eles estejam mal, isso pode pesar. Talvez essa mulher precise pensar em como ela pode ter recursos financeiros se o jogo mudar, é uma questão importante", alerta ela.
