Fernanda Torres celebra estreia da série Fim, 10 anos após o lançamento do livro: 'Já tinha um DNA de folhetim'

🎬 ASSISTA A FIM NO GLOBOPLAY!

"Quando escrevi o livro, estava querendo arrumar outra profissão em que eu não tivesse que me maquiar", diverte-se Fernanda, com a irreverência que é sua marca registrada. "Não pensava em adaptar, mas aí... A carne é fraca, os anos foram passando, e falei: 'Hum, por que não?'. E eu achava que ele já tinha um DNA de folhetim, sabe?", completa.

Publicado em 2013, o livro Fim, que marcou a estreia de Fernanda na literatura de ficção, vendeu mais de 100 mil exemplares e teve direitos de publicação adquiridos na França, na Holanda, na Itália e em Portugal. Agora, a obra pode chegar a um número ainda maior de pessoas, com a adaptação em 10 episódios, que serão disponibilizados no Globoplay de dois em dois, sempre às 18 horas das quartas-feiras. O primeiro deles ficará disponível para não assinantes, com login na conta Globo.

✅ Clique aqui e participe do canal do gshow no WhatsApp

A adaptação acompanha a jornada de nove protagonistas, um grupo de amigos do Rio de Janeiro que faz parte de uma geração que acreditava em um "felizes para sempre", mas foi atropelada pela revolução de costumes dos anos 1970. A trama se passa entre 1968 e 2012 e é dividida em quatro fases, que abrangem a juventude, a maturidade e a velhice dos personagens. Ao longo das décadas, eles compartilham amores, traições, mágoas, alegrias, manias, loucuras e frustrações.

"É uma série sobre a vida como é hoje – e muito rodriguiana. Acho que quem leu o livro vai sentir uma diferença, porque é um folhetim. Na hora de adaptar para a televisão, eu falei: 'Quero uma novela do Nelson Rodrigues'".

Fernanda conta que a história é inspirada nos adultos com quem conviveu quando era criança. "Eu escrevi sobre os adultos da minha infância, que foram treinados para casar, ter filhos, e achavam que a vida acabava ali. Então, é sobre essa última geração de machos, num mundo machistamente liberado para eles, mas que foi mudando. Essa geração que levou uma rasteira do mundo, sabe? Não são intelectuais, gente politizada, é uma classe média de Copacabana que é um pouco de cada um de nós. Aquilo que a gente tem de mais comum", explica.

Apesar de ter a morte como um fio condutor, a série promete ser uma ode à vida e suas experiências, por mais triviais que elas possam parecer. "A adaptação é toda sobre isso: o impulso da vida, dos casamentos, de ter filho, das brigas, traições... E acho que isso é comum a nós todos".

"São caras medíocres, no fundo. Só que, diante da morte, a vida de qualquer um ganha uma grandeza. Então, é a vida intensa deles, a vontade enorme que esses caras têm de viver, diante da questão de que a sua geração vai morrendo."

Para dar cara aos personagens criados no livro, um elenco de peso foi escalado: o grupo de amigos que conduz a série é formado por Fabio Assunção, Marjorie Estiano, Bruno Mazzeo, Laila Garin, Débora Falabella, Thelmo Fernandes, David Junior, Heloisa Jorge e Emilio Dantas.

"É um elenco de ouro, um luxo ter o elenco que a gente teve, e foi maravilhoso!"

Fernanda destaca que as afinidades entre eles colaboraram para deixar o trabalho ainda mais enriquecedor. “Eu acho que tem a geração da ficção, que é a dos nossos pais ou talvez dos avós de alguns, mas aqui também tem uma geração de atores, e sinto esse como um trabalho muito da maturidade da gente, sabe? Porque era uma série muito complexa de fazer, dar conta das décadas, da maquiagem de envelhecimento, das relações... e hoje somos meio família”.

Apesar de Fernanda estar nos bastidores neste projeto, ela também dá um gostinho aos fãs que esperam vê-la em frente às câmeras.

“Eu faço um papel pequeno. É muito esquisito falar o seu próprio texto, então só fiz uma participação como a irmã do Emílio Dantas, do Ribeiro.”