Elenco de 'As Five' não descarta projeto no futuro e mira as telonas: 'Sempre vai ter história para contar'

Era inevitável que Gabriela Medvedovski, Ana Hikari, Manoela Aliperti, Daphne Bozaski e Heslaine Vieira estivessem tomadas pela emoção e pela saudade. Afinal, foram sete anos "vestindo a pele" das personagens. As cinco falam sobre os aprendizados e o peso de deixar os papéis que desempenharam por tanto tempo.

"É uma mistura de sentimentos, porque, ao mesmo tempo que a gente está feliz de estar entregando um trabalho muito bonito, a gente sabe que estamos nos despedindo delas. Quando a gente terminou Malhação, a gente sabia que tinha mais história para contar. E a gente fez jus de continuar contando essa história e falar de assuntos relevantes", diz Gabi, intérprete de Keyla.

"É um temporada muito bonita e muito profunda. A gente conseguiu aprofundar bastante as questões de cada personagem nessa temporada. Então a gente terminou lá em cima. É uma sensação de dever cumprido, mas, ao mesmo tempo, é um luto. A Tina me ensinou a amadurecer como atriz", afirma Ana, intérprete de Tina.

"A gente viveu muito essas personagens. Então, em muitas cenas, para eu me emocionar, eu lembrava de tudo que eu já passei com a Benê e o que eu vivi com ela. A Benê é um pedaço da Daphne, então, em muitos momentos eu me emocionei", relembra Daphne, que vive Benê.

"A gente está encontrando um novo ciclo na nossa vida profissional, e elas estão também estão vivendo um novo momento de vida. Entao a gente é muito agradecida por elas terem nos dado essa oportunidade. Teve uma cena de briga, e a gente percebeu o quanto a gente mudou como atriz", relembra Heslaine, que dá vida a Ellen.

"Eu estou muito grata por todas as histórias que a gente contou desde 2017. A Lica abriu caminho para muitas pessoas e muitos assuntos referentes à representatividade. O Cao teve muita coragem de colocar essa vivência da Lica em 'Malhação'. Mas é uma realidade que a gente vê todos os dias", pontua Manoela.

Na nova temporada, Tina irá encarar de frente o seu vício em álcool, participando de reuniões dos Alcoólicos Anônimos. Para viver essa nova fase da personagem, Ana Hikari mergulhou no universo da dependência química, não só estudando sobre o assunto, como tendo uma vivência com quem está em tratamento.

"Foi um baita desafio. É um assunto super delicado. Eu e o Rafa Miranda (diretor) tivemos a preocupação de passar isso de uma forma responsável. Essas pessoas vivem à margem da sociedade, e eu não queria reforçar esse estereótipo", disse Ana.

"Eu me emocionei de verdade em várias cenas, pois eu trouxe a memória dessas pessoas que escutei. Então espero que o público sinta essa emoção também", completa a intérprete.

Já Manoela Aliperti se emocionou ao falar da importância de sua personagem para muitas pessoas da comunidade LGBTQIAP+ que desejam se encontrar.

"Lica representa a força, a potência e o diálogo que tem que haver para podermos normalizar isso. [...] Eu encontrei duas fãs na semana passada, e foi muito emocionante porque elas são a personificação dessa personagem. Foi um momento muito bom, porque elas conhecem a história desde o princípio. Elas falaram como foi importante assistir à 'Malhação' para elas se reconhecerem", recorda a atriz.

Já Daphne Bozaski destaca a grande conquista de Benê nesta temporada: a inserção da personagem, que está no espectro autista, no mercado de trabalho:

"Eu vejo a Benê em um momento muito bonito. Ela trabalhava dando aula de piano, em uma igreja. Mas eu queria ver ela fora dessas caixinhas, convivendo com outras pessoas. É muito interessante trazer esse tema, porque ela vai para a publicidade, que é um meio muito caótico para a Benê. Foi muito interessante vê-la crescendo e amadurecimento nesse meio profissional, porque é uma realidade das pessoas que estão no espectro autista."

Embora a terceira temporada de "As Five" seja o desfecho oficial da saga do quinteto, as protagonistas não descartam um projeto futuro.

"Sempre vai ter história para contar. Eu não vejo uma finalização. Acho que agora é hora da gente encerrar, nesse momento, para deixar elas amadurecerem. Mas muita coisa pode acontecer, e elas podem se encontrar no futuro", acredita Daphne.

"Sempre vai ter assunto para falar. Sempre vai ter história para contar. Quem sabe, as five na terceira idade se mudam para o mesmo prédio, com a Lica síndica?", brinca Gabi, que sonha em levar as cinco amigas para os cinemas: "Mas eu gosto da ideia de irmos para as telonas, daí seremos multiplataformas."