Renascer: Edvana Carvalho comenta cena que a fez chorar e revela curiosidade do brinco usado por Inácia

"Quando pego essa cena para ler, gravar e depois assistir, eu choro. E quando encontro as pessoas nas ruas e elas vêm conversar comigo sobre essa cena, choro de novo. Antes, os fãs me pediam para tirar fotos. Agora, falam que se emocionam ao ver as cenas. Essa é primeira vez que o Brasil se vê na TV de forma diversa, e tudo feito de um jeito profundo e amoroso", conta.

Com a vivência do candomblé desde pequena, desde a época da sua avó, Edvana conta que Salvador, sua cidade natal, tem uma forte herança africana. E hoje, poder ver as religiões de matrizes africanas serem retratadas numa novela, sem esteriótipos, é uma das maiores felicidades da vida.

"O candomblé está dentro de mim, vem da época das minhas avós, é uma herança de família que trago em mim. Existe uma evolução com a vivência de quem dirige e escreve a novela, e de quem monta o elenco. E uma novela como essa, gigantesca, em 2024, ter uma família preta indígina é maravilhoso. Esse é o papel no mundo do Brasil: o de celebrar a diversidade em todos os sentidos", dispara.

A atriz ressalta que o sincretismo religioso é a identidade do Brasil - e algo muito forte na Bahia, o seu estado de nascimento. E deixa claro que, justamente, por isso devemos aceitar todas as religões e traços culturais do país, em que nada deve ser rechaçado.

"Em Salvador tem a igreja do Rosário dos Pretos, que fica no Largo do Pelourinho, e tem uma afromissa - lá eles tocam atabaque. O padre é bem político porque toda a primeira fileira da igreja, isso em todas as manhãs, é formada por mães de santo. Isso é você celebrar toda a herança que nós temos: a portuguesa, africana e indígena. E não temos que rechaçar nada! É a nossa identidade. Podemos escolher uma, mas devemos respeitar todas."

Surpresa com o retorno positivo do público por conta do trabalho em Renascer, a atriz acredita que o diálogo e o respeito, seja pela religião e individualidade de cada um, fazem a diferença:

"A gente pode sentar e conversar, falar da vida, e se ajudar porque no mundo em que vivemos quem vai nos dar a mão é o colega ao lado, é o vizinho de porta... Não podemos brigar com o outro porque ele tem a fé diferente da nossa. Não podemos brigar com alguém e irmos parar em Marte, não? O que vale é só o amor."

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Mas se tem um acessório que Edvana Carvalho faz questão de manter em cena é o brinco da personagem. Afinal, o mesmo foi usado por Chica Xavier, a primeira Inácia, em Renascer. Por isso, na hora de escolher as peças a serem usados na novela, ela pediu para ficar com o par de brincos que pertenceu à atriz veterana.

"Quando me apresentaram as joias da Inácia pedi para usar esse brinco em homangem à Chica Xavier. De onde ela estiver, sei que estará me dando força. O curioso é que descobri que ela usou esse brincou não só em Renascer, mas em todas as novelas que trabalhou", finaliza.