Lucy Ramos revela torcida do público pela 'cura' de Paulina em Família é Tudo

"Paulina armou, montou uma teia de mentiras e agora está toda enrolada nela". Completamente obcecada pelo ex, o publicitário Tom (Renato Góes), a personagem de Lucy Ramos parece sempre buscar ansiosamente uma forma de amenizar seu vazio interno. Seja perseguindo obsessivamente o ex, abusando de remédios e atuando com mentiras e armações. Mostrando seu lado obscuro em Família é Tudo, a atriz dá detalhes da preparação para abordar o tema sensível na trama:

✅ Clique aqui e participe do canal do gshow no Whatsapp

"Daniel (Ortiz) me contou que ela ia usar anfetamina, calmantes...pesquisei muito sobre o que causa, os efeitos, as sensações, por que começam a tomar. Sempre com muito respeito, muito sensibilizada com tudo isso porque é uma droga, né, e vicia. Comecei a dar vida à Paulina pensando nessas sensações", descreve.

Na trama, Paulina começou o vício em remédios quando teve a filha mais velha, Laurinha (Sophia Rosa). "Ela não conseguia dormir. Passava a noite em claro, chorava todos os dias e começou a tomar anfetamina. Ela engordou na gravidez, então, ela subentende-se que estava com depressão pós-parto. Depois engravidou do Pudim e toda a carga da mãe aumentou. Aí ela aumentou a dose da anfetamina, pra ter energia. Só que aí os remédios começaram a impedir que ela dormisse, aí entraram os calmantes".

Reveja a explicação da personagem:

Para a atriz, a personagem apresenta ainda outras questões. Criada pelo pai e órfã de mãe, ela projeta no ex, Tom, a única possibilidade em receber afeto que anseia e necessita.

"A mãe dela morreu, ela foi criada pelo pai. Isso não foi ao ar, mas foi conversado com o Daniel (Ortiz), é essa obsessão dela pelo Tom. Ela achou nele o afeto, para preencher que a falta da mãe faz. Não foi no pai. Foi no Tom. Se você observar, ela é sozinha. Tem dois filhos, mas não sabe cuidar deles, não sabe dar amor".

Lucy Ramos destaca que nas redes muitas mulheres se identificaram com a personagem: "Querem a cura dela, a melhora, é um pouco de esperança para muitas mulheres que passam por isso".

Segundo Flávia C. Strauch, psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS), prevê que, em 2050, cerca de 10 milhões de pessoas terão morrido por se automedicar. A automedicação vem sendo praticada por cerca de 77% dos brasileiros.

"A primeira coisa que se pode pensar sobre uma pessoa que se automedica, como a Paulina, é que ela, sem sombra de dúvida, tenta apaziguar desesperadamente o seu mal-estar interior. Ao se automedicar, a pessoa crê que está cuidando de si e afastando o sofrimento da maneira mais rápida. O que é um autoengano", ressalta Flávia.

Reveja a cena em que Brenda flagra Paulina com remédios:

"Paulina se envergonha de se apresentar tão vulnerável. Entretanto, tomar remédio por conta própria, sem a necessária prescrição médica, faz o efeito contrário – ela é exposta de tal modo que todos em seu entorno se preocupam, que se vê então incapaz de administrar as diferentes funções de sua vida, entre elas a maternagem".

[Utilizar medicamentos por conta própria pode pode causar riscos (reações graves, inclusive óbitos) à saúde das pessoas. Não tome medicamentos sem prescrições, sempre recorra a um profissional da saúde para saber a medicação e indicações corretas, e sempre fique atento]