Treinar sem calcinha traz benefícios à saúde íntima? Veja recomendação de especialista

Ela alega que a calcinha a incomoda durante a prática de exercícios, especialmente abdominais e agachamentos, além de deixar a região suada. De fato, isso pode acontecer, mas a discussão não para por aí.

Nos fóruns, a discussão é que a lingerie costuma marcar por baixo das roupas de treino, principalmente das leggings. Outra internauta afirma que o “atrito da calcinha com a calça” a fez parar de usar o item na academia, exceto no período menstrual.

Ana Paula Beck, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein, de fato, concorda que a peça possa deixar as partes íntimas abafadas após ao longo das atividades físicas:

“O suor e o calor podem desequilibrar a flora vaginal, pois podem favorecer o crescimento de alguns fungos e bactérias. Esse desequilíbrio é que altera o pH vaginal.”

Vale lembrar que pH é a sigla para "potencial hidrogeniônico" e é este "termômetro" que mede o nível de acidez. No caso da vagina, o valor considerado ideal é entre 3,8 e 4,5. Portanto, ao desequilibrar este “ambiente”, há riscos de gerar mal odor, infecções e ardência, entre outras consequências.

Mas, ao mesmo tempo, a médica destaca que “não existem evidências de que o não uso possa trazer benefícios”, pelo contrário, isso deixa a vagina menos protegida durante o contato com os equipamentos da academia.

“A ausência de roupa íntima deixa a vagina mais exposta, facilitando o contato com microrganismos que estão presentes em superfícies. Não vai causar o surgimento de bactérias, mas aumenta o contato com bactérias diversas, que não são próprias da flora vaginal.”

A recomendação da especialista é não apenas manter o uso da peça íntima, como trocá-las assim que terminar o treino. Outra dica importante é optar por calcinhas de algodão, que permitem a transpiração da região vaginal, ao contrário dos tecidos sintéticos.