Edvana Carvalho exalta trajetória da Inácia em Renascer: 'Jamais faria se não fosse uma mulher com vida própria'

No podcast Papo de Novela, atriz conta sobre sucesso da personagem e conta: 'Foi baseada nas mulheres da minha vida'

Por Gabi Duarte, Marcelo Ferreira, gshow — Rio de Janeiro


Edvana Carvalho fala no podcast Papo de Novela sobre a Inácia do remake de Renascer — Foto: Reprodução/Instagram e Globo/Fábio Rocha

Inácia é o tipo de papel que deixa a própria marca em qualquer cena que esteja, e sua intérprete, a atriz Edvana Carvalho, sabe disso. Com Renascer, a baiana, de 56 anos, que também é escritora e educadora, vive seu primeiro papel de destaque na televisão com a personagem que conquistou público e crítica.

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Em entrevista ao podcast Papo de Novela, a atriz refletiu sobre a importância de Inácia, que se tornou um ponto de equilíbrio na trama, e ainda, articulou temas tabus entre o grande público, como as religiões de matriz africana.

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"Ai, parece que estou sonhando! Fico muito feliz porque eu, como artista, quando faço um trabalho, quero me comunicar com as pessoas de coração para coração. E quando sinto que essa comunicação está existindo é porque o trabalho está sendo feito. E não vem só para receber aplausos, mas também para trazer uma reflexão sobre o assunto que você está levando através da boca daquela personagem, que é para se divertir, para ser feliz naquele momento, para comover."

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"Recebo mensagens de pessoas dizendo assim: ‘Sou evangélica, mas a forma como você traz as religiões de matriz africana me faz querer aprender mais sobre o tema porque nunca foi ensinado a mim desse jeito.’ Então, isso que é legal. Tudo que envolve a herança africana, ou é marginalizado ou demonizado. Ou quando chega nas populações indígenas é folclorizado. Então, através desse trabalho e de outros tantos, a gente vem tentando desconstruir essa história contada por outros e contar a própria história. Para que o povo brasileiro, que é misto e diverso, possa conhecer a verdadeira história."

Inácia do remake X Inácia da versão original

Depois de uma conversa com Pastor Lívio, Inácia decide dedicar sua vida aos orixás

"O Bruno (Luperi, autor do remake) já trazia essa vontade de mudança, ele é um ser humano jovem, antenado com seu tempo, e são 30 anos depois. Então, coisas que não puderam ser aprofundadas ali, ele está aprofundando agora. [...] Uma coisa é você estar numa profissão de doméstica, outra é ser domesticada, sem vida própria, como se fosse um presente da fazenda. Hoje, eu jamais faria a Inácia se ela não fosse uma mulher que tivesse vida própria e uma história própria."

Inspiração

No podcast, Edvana Carvalho conta se conhece alguma Inácia da vida real que tenha servido de inspiração para a sua personagem:

"Sim, várias. E você também. E as pessoas na rua encontram e me dizem: ‘Você parece minha tia, minha avó, minha mãe'. Foi baseada nas mulheres da minha vida."

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