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Por Thaís Meinicke, gshow — Rio de Janeiro


Pedro Wagner interpreta Amarildo em O Jogo Que Mudou a História — Foto: Globo/Reginaldo Teixeira; Cesar Diógenes

Com um elenco numeroso, a série O Jogo Que Mudou História retrata, de forma realista, muitos perfis de brasileiros – entre eles, pessoas comuns que, no final da década de 1970, viram o crime organizado se tornar parte das rotinas de suas comunidades. Uma delas é Amarildo, Líder da Associação de Moradores da fictícia favela de Padre Nosso, que vive em alerta para que a violência não domine o local. Ao gshow, o ator Pedro Wagner, que dá vida ao personagem, comenta os bastidores e a importância deste trabalho em sua carreira.

"Esse trabalho para mim é genuinamente brasileiro, com personagens genuinamente brasileiros à beira da existência e lutando para ter uma vida, algo para além de sobreviver. Para mim, é um privilégio muito grande, é uma história inacreditável."

Pedro Wagner é Amarildo em O Jogo que Mudou a História — Foto: Globo/Bernardo Jardim

Inspirada em fatos reais, a produção Original Globoplay volta ao fim dos anos 1970 para retratar o surgimento das facções criminosas no Rio de Janeiro. O diferencial no roteiro, no entanto, é o fato de contar a história sob a ótica de quem, geralmente, é silenciado nessas narrativas: os moradores de comunidade que são impactados diariamente por esta realidade.

Para o ator, esta singularidade é o que torna a série mais rica: "É a possibilidade de discutirmos essa realidade a partir do morador, e não desse olhar estrangeiro, seja da polícia ou dos políticos. O fato de serem esses personagens que estão contando sua própria história, com toda a contradição, o paradoxo, toda a loucura que é viver, ser empurrado de alguma forma à margem da sociedade, que é o que o país acaba fazendo com essas comunidades. E que, ainda assim, têm tanta potência de vida, delicadeza, amor", reflete.

Pedro Wagner interpreta o líder comunitário Amarildo em O Jogo Que Mudou a História — Foto: Cesar Diógenes

Amarildo, um Severino

Pernambucano, Pedro conta que, mais do que o arco dramático do personagem, o papel teve um significado especial para ele, por representar um migrante nordestino que vai para a cidade em busca de uma vida melhor.

"O Amarildo é realmente um personagem muito pessoal porque, ao ler o roteiro, tinha muito do meu pai, dos meus avós. Ele é um migrante, um 'Severino', como João Cabral de Melo Neto bem fala. E nós, nordestinos, estamos espalhados pelo Brasil inteiro."

Pedro Wagner nas gravações de O Jogo Que Mudou a História — Foto: Cesar Diógenes

Mesmo sendo um homem de meia idade, Amarildo, além de ser o líder da família e de sua comunidade, já é avô – uma realidade que não se distancia da que vemos longe das câmeras nas favelas do país. "Essa coisa de ter filho muito cedo, ser avô muito cedo", comenta o ator.

Pedro lembra como foi o processo de construção do personagem. "Eu fiz um plot na minha carreira e, de repente, comecei a ser chamado para ser pai. Também por isso que, ao ler o roteiro, foi um portal muito grande para o meu próprio pai e o meu avô. Para esse lugar da paternidade concreta. Meu pai, meus avós, eram concretos na minha vida, e o Amarildo é concreto na realidade daquela família".

Pedro Wagner interpreta Amarildo em O Jogo Que Mudou a História — Foto: Cesar Diógenes

Além disso, houve um delicado trabalho de caracterização. "A equipe deu uma envelhecida na gente, eu passava algumas horas na cadeira para fazer aquilo com o máximo de naturalismo. Porque é uma série muito realista, né, então tinha que ser muito crível", lembra.

Para o ator, a preparação de elenco também foi essencial para fazer com que o núcleo da família de Amarildo, em que ele contracena com Vanessa Giácomo, Talita Younan, Jailson Silva, João Fernandes e Leo Bahia, se conectasse.

Talita Younan, Jailson Silva, Leo Bahia, João Fernandes, Pedro Wagner e Alli Willow nos bastidores de O Jogo Que Mudou a História — Foto: Cesar Diógenes

"Eu falava muito que aquela família, para mim, é o coração afetivo da série. Toda obra tem uma cabeça, tronco, membros, tórax e um coração. Foi a primeira vez que fiz parte de um núcleo que considero o coração de uma obra. Então, tinha uma responsabilidade e, ao mesmo tempo, um prazer muito grande de estar ali, porque fomos muito bem preparados", conta.

Agora, ao acompanhar o resultado do trabalho na tela, Pedro não contém a empolgação:

"Estou louco pra que o Brasil inteiro veja essas histórias, veja o Amarildo, se identifique com isso, porque é uma obra brasileira para brasileiros."

Entenda a trama de O Jogo Que Mudou a História 👇

Entenda a trama de 'O Jogo Que Mudou a História'

Entenda a trama de 'O Jogo Que Mudou a História'

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