Aves

Por Daniela Walzburiech — Florianópolis

Além da cebola e do tomate, o ovo de galinha contribuiu com o aumento da inflação de 0,16% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de acordo com levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Na lista dos “alimentos em domicílio”, ele ocupa o terceiro lugar, com alta de 4,59%, ficando atrás da cebola (14,34%) e do tomate (9,85%), respectivamente.

O aumento registrado no preço do ovo é comum no primeiro trimestre do ano, garante Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), à Globo Rural. E são dois os motivos:

1 – Restrição da renda

Com o poder aquisitivo da população mais baixo em razão dos gastos no Natal, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), férias e material escolar, o ovo de galinha ganha espaço nas refeições dos brasileiros por ser mais barato que os três tipos de carne consumidas com maior frequência: frango, suíno e bovino.

“Realmente, temos esse pico no preço dos ovos, principalmente, nos meses de fevereiro, março e puxando até abril. Já se percebe isso em relação ao segundo semestre”, conta.

2 – Quaresma

O segundo fator que influencia na alta do alimento é a quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa no calendário cristão.

Com a escolha de não comer carne vermelha, principalmente a bovina, os consumidores optam pelo ovo, aumentando a demanda. E se a oferta não acompanha o processo, os preços sobem nas feiras e supermercados.

“Isso é natural pelo Brasil ser um país católico e ter toda essa questão religiosa. Por isso que, às vezes, até o mês de abril puxa um pouco o preço para cima na sazonalidade, dependendo de quando se comemora a Páscoa”, diz o especialista.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), destaca também que a sazonalidade da Páscoa é uma das causas para a alta dos preços nesta época, pois a oferta do ovo branco diminui. Veja abaixo:

●Redução média anual: -15,3%

●Redução média mensal: -8,4%

O que esperar dos próximos meses?

Passada a Páscoa e com as contas dos brasileiros mais equilibradas após os pagamentos de impostos obrigatórios, a tendência é a queda no preço.

No entanto, a partir de agora, outros elementos são levados em consideração, afirma Thiago de Carvalho: o custo das proteínas (carne de frango, suíno e bovino) e as exportações de ovos de galinha.

“No ano passado, tivemos bons números por causa dos casos de gripe aviária em outros países, deixando o cenário mais positivo no mercado externo para o Brasil”.

O especialista do Cepea completa que as exportações ajudam a valorizar as cotações, apesar do volume menor – inferior a 1% – se comparada a outros alimentos da lista.

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