A queda de 10% nos custos de produção estimada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para a safra 24/25 dificilmente acontecerá, segundo analistas. O recente avanço do dólar sobre o real deve onerar as despesas com insumos que serão importados para a próxima temporada.
Na entrevista de ontem, Fávaro falou em queda estimada de 10% nos custos de produção do em função da acomodação dos preços dos insumos agrícolas.
“Acho difícil ocorrer essa queda do custo de produção em face da atual alta do dólar”, disse Fabio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores. Atualmente, o valor da moeda norte-americana é cerca de 13% superior ao de junho de 2023.
Pedro Fernandes, diretor de agronegócio do Itaú BBA, destacou que o aumento no orçamento para equalização de juros no Plano Safra 24/25 foi uma “notícia positiva”.
Apesar disso, ele ressaltou que “tem que entender o quanto vai cair a subvenção ao seguro [rural]. Se houver uma troca de equalização por subvenção de seguro, pode representar um [movimento na] contramão de uma tendência de longo prazo que havia de dedicar cada vez mais recursos para seguro e menos para equalização de taxa”.
O patamar de juros do novo Plano Safra surpreendeu. “Eu imaginava que teria uma redução um pouco maior das taxas de juros”, afirmou Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro. Segundo ele, a equipe econômica teve que escolher entre uma oferta de recursos menor e mais barata ou o aumento no volume de recursos, e ficou com a segunda opção.