![Jerusa dos Santos, paratleta, paralimpíada (Foto: Comitê Paralímpico Brasileiro / Divulgação) Jerusa dos Santos, paratleta, paralimpíada (Foto: Comitê Paralímpico Brasileiro / Divulgação)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/pbkxQMDNYs9q68RZOA8zATAM1xY=/1737x0:4633x3580/300x371/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2016/09/08/28920538243_c929f68da8_o.jpg)
A Justiça do Rio de Janeiro é quem vai dar a palavra final
sobre a equipe brasileira que disputará o revezamento 4 x 100m T11-13, para
deficientes visuais, às 18h49 (de Brasília) desta quarta-feira, no Estádio
Olímpico. Quarta colocada nos 100m rasos T11 e uma das principais velocistas
cegas do Brasil, Jerusa Santos não concordou com a ausência no time definido
pela comissão técnica e busca seus direitos. O advogado Marcelo Jucá entrou com
um recurso no foro regional da Barra da Tijuca para discutir o caso.
A informação foi publicada primeiramente pelo site da ESPN Brasil e confirmada pelo GloboEsporte.com.
Jerusa alega que tem marcas melhores do que as concorrentes
e que ficou sem a vaga por questões políticas. Terezinha Guilhermina, Lorena
Spoladore, Alice Corrêa e Thalita Vitória foram as escolhidas para defender o
Brasil, que chega para prova com o segundo melhor tempo (50s76). A China é a
grande favorita ao ouro, enquanto Colômbia e Espanha completam as outras raias.
A velocista chegou ao Rio com a melhor marca do Brasil na
temporada para os 100m, mas ficou atrás de Terezinha nas eliminatórias e na semifinal:
12s10 contra 12s23. O tempo, entretanto, é consideravelmente mais forte que o
de Lorena, com 12s38 - Thalita é competidora dos 400m e Alice da classe T12. Apesar dos argumentos, a tendência é que de Jerusa não
consiga ser incluída no revezamento, até mesmo pelo pouco tempo útil para que o
caso seja analisado:
- O critério é objetivo. Se ela está melhor no ranking, tem
que participar. Ela fala que é uma retaliação política. O tempo é curto - explicou o advogado da brasileira, que ainda tem a opção de busca indenização por danos morais, caso a liminar não seja concedida.
O Comitê Paralímpico Brasileiro, por outro lado, garante que
a escolha das corredoras é técnica e não simplesmente objetiva, em cima das
melhores marcas. Por se tratar de um revezamento, outros fatores são levados em
conta, como, por exemplo, quem tem melhor desempenho em curvas e até mesmo
entrosamento na passagem do bastão. Na prova masculina, onde o Brasil foi ouro
com recorde paralímpico, Gustavo Henrique foi o selecionado mesmo com marcas
inferiores a de Kesley Josué. Confira abaixo o posicionamento do CPB:
"A decisão sobre a composição dos quartetos de
revezamento é meramente técnica, tomada pelos treinadores e baseada no
rendimento dos atletas nos treinos das equipes.
A prova de revezamento envolve mais fatores do que apenas
contar com os atletas de melhores tempos. Prova disso é o sucesso do Brasil em
revezamentos paralímpicos e olímpicos mesmo quando os atletas da equipe não
tiveram resultados expressivos em provas individuais.
É compreensível a frustração de um atleta quando
não alcança os resultados que gostaria. A preparação para os Jogos foi a melhor
possível, prova disso é o desempenho histórico do atletismo paralímpico
brasileiro nos Jogos Rio 2016."