![EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal) EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/nsJJ5aTLqcBi0FYrt-f9zaebdg4=/0x0:401x401/310x310/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2016/12/01/whatsapp_image_2016-12-01_at_09.28.42.jpeg)
O esporte é democrático. Há modalidades para todo e qualquer
tipo de perfil. Mas nem sempre é preciso ter um biotipo atlético para se
destacar. Algumas pessoas aparentemente “normais” conseguem resultados
excelentes. É o caso de Rafael, nosso personagem da série Rumo ao ápice, que
chegou a pesar 120kg e, mesmo acima do peso, descobriu que tinha muito talento
para o triatlo. Lívia Bustamante é outro exemplo, e ainda mais surpreendente.
Com 1,60m e pernas grossas - como a mesma destaca -, ela não lembra as
triatletas que costumamos ver nas principais competições. Mas faz valer o
ditado que diz que as aparências enganam. A carioca é uma das principais
amadoras do país e foi recentemente eleita a melhor ultratriatleta mulher do
ano por uma revista eletrônica especializada.
Aos 35 anos, Lívia é experiente. Tem 13 anos de triatlo e muitas
conquistas na conta. São vários Irons 70.3 e 10 completos. Este ano ela ficou
em terceiro lugar entre as mulheres na etapa de Fortaleza, completando os 3,8km
de natação, 180km de ciclismo e 42km de corrida em 11h02min16seg. Com o bom
tempo, garantiu sua participação no Mundial de Kona pela terceira vez.
- Comecei na primeira faculdade que fiz, em Campinas, sem
pretensão nenhuma e os resultados em provas longas vieram. Como amadora, minha
disputa não é com outras pessoas, é comigo - afirmou.
![EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal) EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/JQMzy2LD9WZe8Kd6qlN3l0kAgnk=/0x19:720x478/690x440/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2016/12/01/whatsapp_image_2016-12-01_at_09.28.42_6.jpeg)
Lívia é uma pessoa comum. Nutricionista, atende em seu
consultório na Região Serrana do Rio de Janeiro todos os dias. E mesmo não
tendo o tempo que os atletas profissionais têm para se dedicar ao esporte, ela é
a prova de que com força de vontade e dedicação, é possível conciliar trabalho
e treinos.
- A diferença está na vontade. Acordar cedo no frio
de Teresópolis não é fácil. Mas não saio para treinar à toa. A gente tem sempre
que fazer o melhor possível para aquele dia. Esse é o segredo. Saio sempre para
fazer melhor que no dia anterior - ensina ela, que tem uma rotina pesada:
![EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal) EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/49xdCx9zl_uHAHkkcl0pZQ_Yd4g=/0x0:719x930/310x400/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2016/12/09/whatsapp_image_2016-12-08_at_17.08.43.jpg)
- De manhã sempre tenho a primeira sessão de treino. Recebo
minha planilha e monto minha agenda de trabalho junto com ela. No almoço, nado
e volto para o consultório. Treino no máximo três horas e meia por dia,
dividindo isso em duas vezes.
Mas será que somente treinos e dedicação são suficientes para
formar campeões como Lívia? Nosso fisiologista, Turíbio Barros, acredita que
não. Para ele, a genética é o fator primordial quando falamos de desempenho e
resultados.
- A herança genética é de fato soberana quando se trata de explicar a
aptidão física acima da média de algumas pessoas. Costumamos dizer que nenhuma tecnologia
ou recursos científicos conseguem transformar alguém num atleta campeão se não
houver uma genética favorável. Existem relatos de filhos de campeões olímpicos
que apesar de nunca terem treinado, quando foram levados a um laboratório para
avaliação, mostraram aptidão física muito acima do normal - explicou.
E Turíbio foi além. Para ele, Lívia, mesmo não tendo o biotipo de
triatleta, é um desses casos de genética privilegiada e, se tivesse começado no
triatlo mais cedo, certamente poderia ser atleta profissional hoje em dia.
- Esta moça certamente é um caso assim. Pena que isso não foi
identificado mais cedo.
![EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal) EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/sFEcQUzkJTsiEDRiNX3RwgFURTw=/0x66:453x424/310x245/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2016/12/01/whatsapp_image_2016-12-01_at_09.28.42_4.jpg)
![EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal) EuAtleta - Lívia personagem ironman (Foto: Arquivo pessoal)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/_GqqqXLJWlvhvxKDfdgsYjIsaLo=/0x65:353x344/310x245/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2016/12/01/whatsapp_image_2016-12-01_at_09.28.42_2.jpeg)
Amadora ou profissional, Lívia é um exemplo de atleta bem-sucedida. E pretende
promete continuar perseguindo conquistas pessoais por muito tempo. Até o fim de
2017, seu calendário de provas já está preenchido. Ela tem pela frente mais um
ultraman. Em maio arruma as malas para a Austrália, onde vai encarar três dias
de competição. No primeiro, são 10km de natação e 145km de pedal. No segundo,
outros 276km de bicicleta, e no último, uma dupla maratona, ou seja, 84km de
corrida. Se assustou com as distâncias? Ela não.
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- São provas que não são tão físicas. Quando você
faz um sprint (provas curtas), é tudo físico. É fazer força. Não tenho uma
genética que me favoreça como atleta, mas tenho boa cabeça para ficar muitas
horas fazendo exercício. Sou uma pessoa comum que treina. Só isso - disse, com
humildade.
Com ou sem genética privilegiada, biotipo adequado ou não, haverá sempre
um esporte com o qual cada pessoa possa se identificar. E mesmo que as
pretensões passem longe do pódio, o importante é manter-se saudável e ativo,
como fazem Rafael, Lívia e Kênia do Rumo ao Ápice. Como faz a nossa amadora “profissional”,
Lívia Bustamante, que garante:
- Qualquer pessoa consegue.