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      Após temporada nos EUA, Érika e Clarissa se apresentam à seleção

      Esperança de resultados melhores para o Brasil na Olimpíada, pivôs desembarcaram em Campinas nesta segunda-feira, depois de defenderem o Chicago Sky na WNBA

      Por Direto de Campinas, SP

      A seleção brasileira de basquete feminino ganhou nesta segunda-feira o reforço de duas de suas principais jogadoras, Érika de Souza e Clarissa dos Santos. As pivôs estavam nos Estados Unidos, onde defenderam o Chicago Sky na temporada regular da WNBA, a liga americana de basquete, e se apresentaram ao grupo que treina em tempo integral na Arena Concórdia, em Campinas, no interior paulista. O Sky ocupa atualmente a quarta posição da Conferência Leste, com 10 vitórias e 12 derrotas. Titulares absolutas do time comandado por Antonio Carlos Barbosa, elas trazem a esperança de resultados melhores para o Brasil na Olimpíada, de 5 a 21 de agosto. O treinador ainda cortará três atletas para fechar o elenco de 12 jogadoras nos Jogos. A estreia será contra a Austrália, no dia 6, em Deodoro, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

      Erika e Clarissa na apresnetação, com as luzes quase apagadas, logo após o fim do treino da seleção brasileira de basquete (Foto: Roberta Rodrigues)Erika e Clarissa, com as luzes quase apagadas, logo após o fim do treino do Brasil (Foto: Roberta Rodrigues)


      Campeã da WNBA em 2002 pelo Los Angeles Sparks, mesmo ano em que uma mulher enterrou pela primeira vez no campeonato (Lisa Leslie), Érika está em sua 11ª temporada na liga americana. Aos 34, a carioca será uma das líderes de uma equipe renovada, com jogadoras jovens e outras mais experientes. Com duas Olimpíadas na bagagem, ela foi peça-chave na campanha pelo quarto lugar em Atenas 2004 e pelo nono em Londres 2012, onde foi cestinha, com 81 pontos, além de ter pego 44 rebotes em cinco partidas. 

      Erika mostrou pontaria afiada no primeiro treino após a temporada da WNBA (Foto: Carol Fontes)Érika mostrou pontaria afiada no primeiro treino após a temporada da WNBA (Foto: Carol Fontes)

      - Eu sempre coloquei o Brasil em primeiro lugar em tudo o que eu faço. Já abri mão dos playoffs da WNBA para estar com a camisa verde e amarela. Ajudar as minhas companheiras e meu país a chegar no topo é o que mais importa para mim - disse Érika.

      Em 2011, a pivô de 1,97m abriu mão de jogar as finais da Conferência Leste com o Atlanta Dream para representar a seleção brasileira na disputa da Copa América, na Colômbia. Na ocasião, teve média de duplo-duplo de 19,6 pontos e 12 rebotes por jogo, ajudando a equipe a conquistar a medalha de ouro. Com uma carreira marcada por vitórias e passagens por clubes da Europa, Erika está confiante em um bom resultado na Rio 2016.

      Erika e Clarissa se apresentam e treinam com as companheiras de seleção (Foto: Roberta Rodrigues)Erika e Clarissa se apresentam e treinam com as companheiras de seleção (Foto: Roberta Rodrigues)

      - O que eu mais quero é trazer uma medalha para o Brasil. É por esse objetivo que eu venho trabalhando por todos esses anos. Vou fazer o possível e o impossível para sairmos desses Jogos com o ouro no peito e a nossa camisa honrada - afirmou a pivô de 34 anos.

      Única atleta a furar o boicote à seleção, Clarissa veio cheia de energia para Campinas. Ela correu, testou jogadas e arremessos e bateu muitas palmas como incentivo às companheiras. Não houve cerimônia para a apresentação, e as jogadoras treinaram normalmente.

      Clarissa incentivou o grupo com palmas durante o treino da seleção brasileira de basquete em Campinas (Foto: Carol Fontes)Clarissa incentivou o grupo com palmas durante o treino da seleção brasileira (Foto: Carol Fontes)

      - É sempre bom ir para a seleção e representar o nosso país. É uma alegria só. Deus dá a oportunidade e nós temos de aproveitar. É muito bom estar de volta, treinando, se preparando e esperando a decisão do técnico (Barbosa). O grupo ainda não está fechado e eu espero estar dentro (lista de 12 atletas olímpicas). Nunca se sabe o dia de amanhã, mas estou torcendo para dar tudo certo. Estou feliz - contou Clarissa.

      Dispensada pelo seu ex-clube, o Corinthians/Americana, por ter faltado aos treinos durante o evento-teste para a Rio 2016, em janeiro deste ano, a pivô de 1,83m fechou em seguida com o turco Orduspor Basketball. No entanto, por falta de pagamento, rescindiu o seu contrato e antecipou a preparação para a WNBA, iniciada em abril. Após a Olimpíada, Erika e Clarissa voltam à Chicago em busca de uma vaga nos playoffs da liga americana, no fim de setembro.