Daniel Cargnin é um dos atletas que está se mobilizando para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Natural de Porto Alegre, um dos locais mais afetados pela tragédia, o judoca está trabalhando como voluntário nos abrigos da região, e também viu amigos e familiares serem afetados. Em entrevista ao programa Ça Va Paris, que vai ao ar no sportv2 nesta sexta-feira, às 19h30, Cargnin descreveu a rotina intensa nos últimos dias e disse que não está conseguindo focar nos treinos a poucos meses das Olimpíadas.
Daniel Cargnin fala sobre rotina como voluntário e atleta nas enchentes do Rio Grande do Sul
— Eu não estou conseguindo treinar o quanto poderia e devo para chegar em uma segunda medalha olímpica. Em compensação, estou conseguindo fazer coisas que eu não conseguiria se estivesse treinando 100%. Eu saio do treino e vou direto no abrigo ver o que as pessoas estão precisando, vou no mercado. Eu nem passo em casa, vou direto do treino, chego lá morto. Mas eu sinto que, só de estar ali presente, isso me fortalece mentalmente. Fisicamente, não estou conseguindo treinar muito bem, mas acho que vou sair disso mais forte para os Jogos Olímpicos — disse o atleta.
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Em meio à situação difícil, o judoca tem mais uma competição pela frente antes de Paris: o Mundial de Judô, que será disputado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, entre os dias 19 e 24 de maio. A competição é a última antes dos Jogos e vale pontos para o ranking internacional. Apesar de Cargnin já estar garantido na categoria até 73kg, o Brasil ainda tenta vaga nas categorias até 60kg no masculino, e 48kg, até 63kg e até 70kg no feminino.
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— É uma situação bem complicada. Semana que vem está programado para eu viajar para o Campeonato Mundial. É bem difícil dizer que estou com a cabeça no Mundial, por conta dos meus familiares que perderam as coisas, todo mundo — falou Cargnin.
Diversos atletas olímpicos, inclusive os que não moram no Rio Grande do Sul, se mobilizaram para ajudar as vítimas da tragédia no estado. Além de Cargnin, big riders famosos como Will Santana, Pedro Scooby, Lucas Chumbo e Michelle des Bouillons estão auxiliando nos resgates e no transporte de mantimentos.
— Acho que ver os atletas carregando a bandeira do Brasil e do povo gaúcho é um motivo de felicidade para um povo que está sofrendo tanto. Tem jogadores do Grêmio e do Inter também que estão indo aos locais para tirar um sorriso das pessoas, das crianças. Acho que o papel dos atletas é esse: demonstrar um pouco de força — contou o judoca.
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