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No meio da floresta, índios vivem o futebol e mostram amor à Seleção

No interior do Acre, moradores de aldeia indígena são apaixonados pela bola, acompanham jogos do Brasil na Copa em TV de 40 polegadas e estão confiantes

Por Rio Branco, AC

Os caminhos inimagináveis que o futebol pode tomar. Longe dos holofotes das cidades-sede da Copa do Mundo e no coração da Floresta Amazônica, os moradores da Aldeia Apiwtxa do Rio Amônia, dos povos Ashaninka, localizada em Marechal Thaumaturgo, interior do Acre, vivem o amor ao futebol. Em frente a uma TV de 40 polegadas, mais de 600 indígenas acompanham os jogos da Seleção Brasileira no Mundial.

Aldeia Apiwtxa do Rio Amônia, dos povos Ashaninka, no interior do Acre, acompanha jogos do Brasil (Foto: Celis Fabrícia/Secom)Aldeia Apiwtxa do Rio Amônia, dos povos Ashaninka, acompanha jogos do Brasil (Foto: Celis Fabrícia/Secom)


No centro da aldeia, localizada na fronteira entre o Brasil e o Peru, um campo de futebol revela: o esporte faz parte da história e da rotina da comunidade. Francisco Piyãko, de 45 anos, um dos líderes dos Ashaninkas, afirma que a Copa do Mundo tem aproximado ainda mais os índios e moradores da região e que a TV, que é utilizada para trabalhos e transmissão de vídeos e documentários, só é liberada para transmitir as partidas do Brasil.

Índios no interior do Acre torcem pelo Brasil na Copa do Mundo (Foto: Celis Fabrícia/Secom)Índios no interior do Acre torcem pelo Brasil na Copa do Mundo (Foto: Celis Fabrícia/Secom)

- Essa Copa marcou bastante por ser no Brasil, nos sentimos mais envolvidos. É um momento mágico. As crianças ficam encantadas e já têm seus jogadores favoritos. Jovens das regiões vizinhas vêm acompanhar os jogos conosco. Ali, brasileiros e peruanos transformam-se em uma só torcida, em uma só vibração - relata, por telefone.

E para o duelo entre Brasil e Colômbia, a comemoração já está garantida. Tudo pronto para acompanhar o jogo decisivo. Olhares atentos e o coração na mão, assim como nas grandes arquibancadas do pais, os indígenas acreditam na classificação brasileira. O líder Piyãko tem seu palpite: 4 a 1 para a Seleção verde e amarela.

- Passamos por um susto da última vez, mas acredito que nosso time está preparado para enfrentar mais esse desafio. São milhões de brasileiros enviando boas vibrações e pensamentos positivos. Tem que dar certo - torce.

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Paixão Nacional

Na Aldeia Apiwtxa, o futebol também é uma prioridade. Apaixonados pela bola, dois times, um feminino e um masculino, representam os Ashaninkas nos campeonatos da região. O líder Francisco Pyanko revela que já foi jogador e que ajudou a construir o campo da comunidade, há mais de 20 anos.

- Tanto as crianças quanto as mulheres se envolvem no esporte aqui e temos times fortes. Ano passado fomos vice-campeões do Campeonato Municipal e pretendemos fazer ainda mais bonito agora. Me lembro de cada estaca que coloquei para marcar as medidas desde campo e de quantas vezes joguei ali - diverte-se o ex-atleta.

Índios da Aldeia Apiwtxa do Rio Amônia, dos povos Ashaninka, jogam futebol em campo (Foto: Celis Fabrícia/Secom)Índios da Aldeia Apiwtxa do Rio Amônia, dos povos Ashaninka, se divertem em campo (Foto: Celis Fabrícia/Secom)


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