Thumbnail

Em cidades inteligentes, a tecnologia não deve ser vista como uma concorrente das necessidades básicas, mas como uma aliada para potencializar as soluções desses problemas. Crédito: Freepik.

Stella Carvalho

Stella Carvalho é analista de comunicação no Instituto das Cidades Inteligentes (ICI). Bacharel em Direito pela UniDomBosco, cursa MBA em Marketing no MBA USP/Esalq.

Tecnologia como aliada

Tecnologia e necessidades básicas: equilibrando prioridades na gestão pública

11/07/2024 18:46
Saneamento básico, moradia e fome são necessidades básicas, urgentes e que exigem ações prioritárias. Por outro lado, vemos a tecnologia ocupando um lugar de destaque nos governos, uma vez que tem potencial de transformar a maneira como os desafios da administração pública são enfrentados. A questão que se coloca é: como equilibrar a priorização das necessidades básicas com o investimento em tecnologia, de modo a garantir que ambas as áreas sejam adequadamente atendidas, com suas importâncias e urgências respeitadas?
Precisamos compreender que a tecnologia na gestão pública tem o papel de aperfeiçoar processos, melhorar a eficiência e ampliar o alcance dos serviços públicos. Em cidades inteligentes, essa integração é ainda mais pronunciada, pois a tecnologia não deve ser vista como uma concorrente das necessidades básicas, mas como uma aliada para potencializar as soluções desses problemas.
Por este motivo, a priorização entre necessidades básicas e investimento em tecnologia deve ser feita com base em uma análise estratégica que considere o impacto de cada ação. No curto prazo, é imprescindível que as necessidades mais urgentes sejam atendidas. Simultaneamente, o investimento em tecnologia deve ser implementado de forma a proporcionar soluções sustentáveis no longo prazo.
No combate à fome, a tecnologia oferece sistemas de monitoramento de dados para identificação de áreas necessitadas, plataformas digitais já conectam doadores diretamente com organizações que distribuem alimentos, melhorando a logística e reduzindo o desperdício. Além disso, tecnologias agrícolas avançadas, como a agricultura de precisão e a hidroponia, podem aumentar a produtividade e garantir um fornecimento constante de alimentos, contribuindo para a segurança alimentar global.
Na área da habitação, já vemos o uso da tecnologia revolucionando a forma como as casas são construídas. Por exemplo, as impressoras 3D estão possibilitando a construção de casas de forma rápida e econômica. Além disso, materiais sustentáveis e métodos de construção modular estão ganhando espaço, o que não só torna as habitações mais acessíveis, mas também mais eficientes. Com o auxílio de plataformas de mapeamento digital, é possível identificar terrenos adequados para novos projetos habitacionais, otimizando o uso do espaço urbano.
Já no setor de saneamento básico, a tecnologia tem desempenhado um papel importantíssimo com uso de sensores inteligentes, que possuem a capacidade de monitorar a qualidade da água em tempo real, detectando contaminações e permitindo intervenções rápidas. A implantação de sistemas de gestão de água baseados em tecnologia de dados tem melhorado a distribuição e reduzido perdas.
Na mobilidade urbana, soluções como transporte público eficiente e acessível e a oferta de sistemas de bicicletas compartilhadas reduzem o tempo e o custo de deslocamento, promovendo maior inclusão social.
A tecnologia na gestão pública também pode ser utilizada para aumentar a segurança nas áreas mais vulneráveis. Sistemas de monitoramento e vigilância, quando implementados de forma ética e respeitando a privacidade, podem ajudar a reduzir a criminalidade e aumentar a sensação de segurança. Aplicativos de denúncia anônima e sistemas de resposta rápida são exemplos de como a tecnologia pode contribuir para uma cidade mais segura.
Em resumo, independentemente da área da administração pública, investir em tecnologia não deve ser visto como uma alternativa à resolução das necessidades básicas, mas como uma ferramenta essencial para potencializar essas soluções. Ao integrar tecnologia de forma estratégica na gestão pública, é possível não só atender às demandas imediatas da população, mas também construir cidades mais inclusivas e sustentáveis para todos os seus habitantes.

E vem aí o GazzSummit Agrotechs

O GazzSummit Agrotechs é uma iniciativa pioneira do GazzConecta para debater o cenário de inovação em um dos setores mais relevantes do país. O evento será realizado no dia 15 de agosto de 2024 com o propósito de conectar e promover conhecimento para geração de novos negócios, discussão de problemas e desafios, além de propor soluções para o setor.
O GazzSummit promove a disseminação de tecnologias e práticas de inovação que possam levar a cadeia produtiva ainda mais longe. Uma programação intensa de 12 horas de conteúdo, e mais de 25 palestrantes, espera os participantes que poderão interagir com players importantes do ecossistema como grandes empresas, cooperativas, produtores, entidades públicas, startups e inovadores. Garanta já a sua vaga.